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CRÍTICA: Rubí, remake do Fábrica de Sueños entrega uma releitura bem diferente e com protagonista debochada

Camila Sodi vive Rubí a protaginista da série - Créditos: Univision/Lemon Studios/W Studios/Televisa

Estreou na noite de ontem (21/01) nos EUA o remake de Rubí. Parte do projeto do Fábrica de Sueños que tem como finalidade reviver grandes clássicos da teledramaturgia mexicana, agora em formato de série, com maiores investimentos e releitura mais aprimorada. 

Terceiro seriado lançado pelo Fábrica de Suenõs, que antes viu La Usurpadora e Cuna de Lobos, Rubí, agora protagonizada por Camila Sodi narra a trajetória de uma das mulheres mais ambiciosas e descaradas dos folhetins latinos.


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Antes de começar essa crítica, lhe peço uma coisa: "dispa-se de todo seu amor pela versão de 2004 protagonizada por Barbara Mori e veja o remake como uma obra individual" - feito isso, apresento meus amigo Jorge e a colunista do Aparato, Graziely, que juntam-se a mim nesta crítica de "Rubí". Prontos? Vamos lá!

  
Suspense é um dos pontos altos da obra - Créditos: Univision/Lemon Studios/W Studios e Televisa

Primeiras impressões

Com um ar bem soturno, nuances misteriosas e muita fumaça para mostrar suspense, as primeiras cenas de Rubí narram uma ideologia bem diferente. Logo nos minutos iniciais somos apresentados a Carla, interpretada por Ela Velden, uma jornalista em busca de uma pauta bem estranha: descobrir como anda a vida da mulher que destruiu casamentos, homens e roubou suas fortunas. Carla busca Rubí, agora na pele de Camila Sodi, que no ano de 2040 vive reclusa em uma mansão, apenas com seu mórdomo. Uma vida bem diferente de 20 anos atrás onde usava seu charme e beleza para conquistar tudo o que desejava. Disposta a contar a sua versão sobre os fatos que desencadearam sua mudança de vida, Rubí aceita ser entrevistada por Carla e assim começa uma viagem pelo seu passado.


A série viaja entre passado e futuro - Créditos: Univision/Lemon Studios/W Studios e Televisa

Roteiro

Escrita por Leonardo Padrón (Contra vento y marea, Juliantina, Amar a Muerte) com a equipe de roteiristas composta por Vicente Albarracín (Relaciones Peligrosas), Carlos Eloy Castro (La mujer perfecta) e Karla Ivonne Sainz de la Peña Alcocer - a série tem como uma de suas virtudes - um roteiro atualizado, amarrado e com mudanças precisas e significativas de tempo e lugar. Leonardo Padrón conhecido pela sua qualidade ao criar diálogos não deixa a desejar nesta produção, Rubí é debochada, intrigante e uma agente do caos. Os sentimentos dos personagens são intensos, não extrapolam o correlacional e tem uma composição graduante, ou seja, o volume de situações vivenciadas vão aumentando e assim criando uma escada que os levam a seguir determinado caminho. Um jogo de escolhas baseadas nas atitudes.

O texto de Leonardo Padrón, em seu segundo projeto na Televisa também é fantástico, assim como a produção e direção da W Studios e Lemon Films de propriedade de Patricio Wills, presidente de conteúdos da Televisa. Mostram como se pode fazer um projeto de maneira atual e bonita de se ver. Este é o primeiro dos 3 projetos já apresentados que mais se parece ao gênero novela, o que pode ajudar a alavancar a audiência durante esses 25 capítulos.

Mudanças significativas modernizaram a trama, trazendo assuntos e sub-núcleos interessantes, contudo, alguns elementos foram preservados para garantir o fluxo de lembrança do espectador. Uma releitura coesa e bem trabalhada. Outro ponto siginificativo são as referências, no capítulo de estreia, por exemplo, Rubí claramente faz uma referência a Teresa, personagem vivida por Angelique Boyer em 2010, ao usar a frase "Eres mala Teresa" em um bate papo descontraído com seu melhor amigo e personal trainer

O capítulo de estreia se mostrou ágil e eficiente no que queria trazer. Uma protagonista diferente da versão conhecida. Aqui, Rubí demonstra ser muito mais inteligente e calculista que a anterior. A vemos sofrer um quase estupro, ter sua casa queimada, seduzir e chantagear um professor, e estragar o primeiro encontro de Maribel e Hector, além de conhecer Alejandro. 


"Me chamo Rubí e sou a melhor amiga da sua namorada" - Créditos: Univision/Lemon Studios/W Studios e Televisa

Produção

Produzida pela W Studios e Lemon Studios em parceria com a rede mexicana Televisa, a série é distribuída pela Univision e consequentemente pela própria Televisa. O seriado leva a assinatura do produtor executivo Carlos Bardasano, conhecido pelo sucesso "Amar a Muerte" de 2018 e pelo atual êxito da Univision "El Dragón" disponível no catálogo da Netflix Brasil. Jorge Sastoque Roa (La Piloto e La bella y las bestias) atua ao lado de Carlos Bardasano como produtor associado.

Bardasano repete mais uma vez a parceria de sucesso com Leonardo Padrón e assim como o amigo entrega um produto delimitado e bem intrigante. O que pesa nesta versão é o suspense, os segredos e a áurea misteriosa de alguns personagens, como Carla, por exemplo, vivida por Ela Velden. Não podemos esquecer de mencionar que a história se passa em duas épocas, a atual com Rubí amargurada, abandonada e com o rosto desfigurado, dando uma entrevista para uma jovem misteriosa e 20 anos passados onde começam as lembranças dela em seu relato. O que nos remonta a ideia de essa versão ser uma sequela da versão anterior, contada a partir da derrota da protagonista.


Melhores amigas até a vírgula, Kimberly Dos Ramos e Camila Sodi em cena da série - Créditos: Univision/W Studios/Lemon Studios e Televisa

Fotografia e Cenografia

Hobardo Chicangana Bayona (Amar a muerte e El Dragón) e Gerónimo Denti General (De ida y vuelta) são os responsáveis pela fotografia de Rubí e como em produções anteriores da W Studios, o tom soturno prevalece. O colorido é quase que uma raridade, exceto em cenas externas onde o cenário se faz necessário. Retrata uma obra densa e cheia de situações conflitantes.


Camila Sodi em cena da série - Créditos: Univision/Televisa/Lemon Studios e W Studios

Direção

Carlos Cock Marín, Pepe Castro PPK e Pavel Vázquez dividem a assinatura de direção, que funciona corretamente ao trazer uma visão abrangente do México dos tempos atuais, tão bem como a inserção de eventos que sobrepõem o ficcional. A trama fica mais compreensível e palpável para o público, que passa a enxergar a série como uma obra de ficção com apelo para o senso crítico real.


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Maribel e Rubí, melhores amigas? - Créditos: Univision/Televisa/Lemon Studios e W Studios

Camila Sodi

Sabe aquela expressão: "paguei com a língua?" pois é amigos, pagamos com a língua - no débito, crédito, carnê, boleto - Camila Sodi está muito segura na condução da sua personagem Rubí. Livre de esteriótipos e comparações, a sua entonação de voz, gesticulação e andar são de uma verdadeira "biscate" (perdão pelo palavreado). Somado a tudo isso, sua Rubí é debochada, o que garante boas frases e cenas memoráveis. Um humor ácido balanceado e coeso com as atitudes de uma jovem do perfil de Rubí. O que falta em sensualidade, Camila Sodi compensa com atuação. Sem falar na sua voz, uma boa cantora. Puxou para a tia. 

A música foi uma grata surpresa, “A quién le importa” foi uma música de sucesso interpretada por Thalía, tia da protagonista que, Camila se atreveu a fazer um cover da música e se saiu muito bem dando essa nova roupagem para a mesma. Além da incrível alusão às críticas que ela recebeu por aceitar esse papel, uma vez que a letra da música fala exatamente de não se importar com a opinião alheia. Um banho nos críticos dela.

Atuação

A essência da personagem Maribel foi preservada por Kimberly Dos Ramos, uma boa amiga, de índole agradável, que compreende os outros a sua volta. Doce. Kimberly, soube carregar toda a composição da versão anterior e ir além do adequado, extrapolando para um nível avançado. Sua Maribel por mais que seja muitas vezes idiota, já denota um certo delineamento para mudanças. No plot destinado a vingança tudo indica que será uma vingança com V maiúsculo. 

Assumindo um ar de mistério maior em torno de Rubí, a série tenta mostrar uma descarada diferente. Com todas as críticas em cima, Camila Sodi fez um bom trabalho nessa estreia. Foi astuta, dissimulada, sarcástica e muito crível. Talvez não possua a sensualidade de Barbara Mori, mas certamente é uma excelente atriz e isso deixa evidente que podemos esperar muito dela. 

Maribel, Hector e Alejandro foram pouco desenvolvidos ainda, mas tem perfis parecidos aos convencionais já conhecidos com alguma pequenas alterações de atuação mais próxima da realidade e características psicológicas pouco diferentes dos personagens da versão de 2004.


José Ron e Rodrigo Guirao em cena da série - Créditos: Univision/Televisa/Lemon Studios/W Studios

José Ron, não teve espaço e muito menos desenvolvimento neste episódio de estreia, diferente de Rodrigo Guirao, o Héctor, que causou o desprezo de grande parte dos telespectadores. A premissa Héctor não presta, foi preservada e Rodrigo Guirao soube defender muito bem seu personagem. Um homem rico, influente e bruto. O típico playboy safado e dúbio.


Ela Velden, destaque da série "El Juego de las llaves" da Amazon vive uma jornalista misteriosa - Créditos: Televisa/Univision/W Studios/Lemon Studios

A jornalista Carla interpretada por Ela Velden e Mayrín Villanueva que vive Refugio, a mãe da protagonista apresentaram atuações corretas e sem grandes alardes. Destaque aqui para o personal trainer de Rubí, o personagem equivalente a Loreto/Toledo da versão de 2004. Demonstrando cumplicidade e sarcasmo desde o primeiro instante. E um diálogo fantástico onde ele compara Rubi a Teresa de Angelique Boyer. Referência a protagonista vilã e capaz de tudo em nome de conseguir seus objetivos. E a mãe da protagonista vivida aqui por Mayrin Villanueva, num papel difícil como mãe da nova descarada.
 
Logo da série - Créditos: Televisa/Univision/W Studios e Lemon Studios

Abertura

Ao som de "A Quién Le Importa" hit de Thalía, quem dá voz a remasterização da canção é Camila Sodi, isso mesmo, a atriz canta o tema da série. E acredite, ela canta bem. Se você é fã da Thalía sabe muito bem que a letra de "A Quién Le Importa" é ousada e traduz o retrato de uma mulher que não tem medo de ser feliz e assim não dá atenção para a opinião alheia. Agora, una tudo isso a personagem Rubí, é ou não é o casamento perfeito? 

A abertura da série lembra bastante as grandes novelas clássicas da Televisa nos anos 90 e 2000, mesclando cenas da novela com a protagonista Camila Sodi, desfilando com seu vestido vermelho e chamando a atenção de todos.


Kimberley Dos Ramos e Rodrigo Guirao em cena da série - Créditos: Televisa/Univision/Lemon Studios e W Studios

O espelhamento é uma das ferramentas usadas na composição da arte de abertura, bem como o uso da pedra preciosa que leva o nome da protagonista. Muito flashback com direito a Camila Sodi desfilando, houve quem achou brega, nós não achamos. Lógico que não é uma abertura de Cuna de Lobos 2019, mas também não é Libre para amarte. Convenhamos, dá pra salvar.


Autora original ganhou destaque na abertura - Créditos: Televisa/Univision/W Studios/Lemon Studios

Uma vibe meio Teresa?

Não podemos afirmar se foi ou não uma inspiração, mas Rubí tem algumas dinâmicas de Teresa. A começar pelo estilo mais desbochado, uma mulher ambiciosa, obviamente, mas que resguarda um fio condutor bem traçado. Ela sabe o que quer, onde deseja chegar e quais meios deve usar.


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Cena da série onde Rubí faz a referência a Teresa - Créditos: Univision/Televisa/W Studios e Lemon Studios

Vale ou não a pena?

Rubí ainda está muito no início, mas caso a série siga os elementos apresentados no seu episódio de debut, tem tudo para ser um dos grandes acertos da Televisa em 2020. Isso sem falar no Prime Video que provavelmente irá distribuir o seriado, o que ajudará na propagação do produto mundo afora.


Rubí sabe atirar também - Créditos: Televisa/Univision/Lemon Studios e W Studios

Crítica escrita para o selo #EmEquipe do site. Curtiu a série? Então compartilhe e faça este conteúdo chegar a mais pessoas.


Até a próxima!

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