Aparato do Entretenimento: CRÍTICA: Segundo ano de 'Disney Bia' acabou sendo uma temporada cheia de altos e baixos
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CRÍTICA: Segundo ano de 'Disney Bia' acabou sendo uma temporada cheia de altos e baixos


Elenco de Disney Bia - Divulgação: Disney Channel Latam


Recentemente acabou mais uma temporada de 'Bia' após assistirmos os 60 episódios, contaremos a todos os pontos que achamos bons e os pontos negativos. Então vamos lá para mais uma crítica de 'Disney Bia'?

A temporada começa com o relacionamento Binuel de vento em poupa, não acreditamos que o arco que prejudicou foi o fato deles ficarem juntos por muitos episódios, aliás, uma das coisas que mais é assertiva nesta temporada é justamente isso. Eles se amam e amam, sem nenhuma espécie de triângulo amoroso pra atrapalhar as lendas. O que deu uma caída no shipper foram situações criadas na segunda parte, mesmo assim a química de Isabela e Julio conseguiu se sobressair diante das derrapadas de roteiro.


Carmin também é um dos pontos altos desta temporada, Andrea de Alba construiu uma regeneração perfeita da personagem e a transição dela por Fandom foi muito interessante, não encontramos na relação dela com Paula , um dos melhores plots, o que foi em cena era uma clara forçação pra humanizar a mãe de Alex e também pra uni-los, quanto a Carmilex, de fato não gostamos do casal, deveria ter sido investido numa relação dela com Jandino, e Alex, que se dane (com o perdão da palavra).

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Os demais casais da trama foram basicamente para jogar combustível na internet e tentar atrair mais público pra série, Luan e Pixie é o único que conseguiu de fato muito pela química e entrosamento dos atores.

André e Dani fizeram de Luxie um dos maiores logro da temporada - Disney Latam


O fato de não terem forçado Celeste com alguém (Jandino por exemplo), foi também um ponto coeso, em determinado momento é difícil desconstruir o que iria rolar entre ela e Trish, mas lembramos que a Disney não seria tão ousada. Inclusive o plot da Celeste envolvendo Trish foi o maior desserviço dos últimos tempos. O arco da personagem indo ao psicólogo e se descobrindo, tão elogiado na temporada anterior, foi definitivamente manchado com a inclusão de uma podcaster de auto ajuda que influenciou a amiga de Bia a tornar-se uma versão autoritária, mal educada e chata de si mesma, argumentada por uma falsa percepção de "Girl Power". Até birra com Alex nas redes sociais a menina procurou para no final, Trish ser uma pessoa insegura e tímida, totalmente o oposto de quem se diz ser na internet. Não que isso não aconteça na realidade, porque sim, acontece, mas a maneira como foi abordada acabou sendo equivocada e ainda deu palco para a prática de coach, uma atitude inclusive condenada pelo Conselho de Psicologia.

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As atuações foram boas até, alguns fracos na primeira temporada melhoraram e alguns que eram bons decaíram, mas os grandes destaques pra foram: Isabela Souza (protagonista carismática que segurou até quando o roteiro desfavoreceu a Bia), Gabriella di Grecco (apesar de limitada a apenas um texto raso, ela brilhou muito), Andrea de Alba (lenda que soube fazer uma transição excelente para Carmin), Julio Peña (cristal espanhol que salvou o personagem no carisma), Estaban Velásquez (segurou demais as várias nuances que Guillermo teve, provando que ele deveria ter sido o Alex na escalação final), Estela Ribeiro e Mariela Pizzo (ambas brilharam e foram os destaques do elenco adulto, a primeira apareceu pouco, mas fez muito bem quando entrou em cena e a segunda com mais destaque transformou sua Paula em uma personagem melhor) e por fim Agustina Palma (apesar de ser avulsa, a atriz é muito boa). Os demais permaneceram dentro do esperado.

Isabela e Gabi se destacam no elenco de Bia


Outro aspecto narrativo que compensa os erros da temporada é o de Alex, que finalmente se viu num contraponto dele e melhor, aprofundaram sua jornada. Para analisar esse personagem friamente teremos que ter duas identidades - o Alex social mídia e influencer e o Alex família que carregava consigo um sentimento e uma funcionalidade de "cola" para manter a família unida. Por isso, Alex dava o benefício da dúvida para Antonio e apoiava cegamente a mãe, pois tudo o que ele queria era manter uma família perfeita e capaz de seguir em frente, unida, mesmo após a morte do irmão. Se você usa um artifício narrativo para justificar o outro lado do personagem, para balancear decisões e atitudes desde a ida dele pro Laix, quando passa a ter uma visão mais ampla de sua jornada, logo suas prioridades mudam. Alex começa a aceitar-se tal como é, entender que a perfeição não é sempre condizente com a realidade. 


O conteúdo que compartilhava, o que almejava, acaba não preenchendo o vazio que ele sentia. Inclusive, é muito da técnica de roteiro, da desconstrução para a construção de personagens, o que é melhor, não foi por amor, a Carmin não o curou, mas sim foi um auxílio para que ele voltasse para reflexão e sim, uma das cenas mais lindas da temporada foi esse reconhecimento dele, quando enfim pede perdão a Bia por tudo que fez.

Alex pede perdão a Bia - Disney Latam


Luan, o cristalzinho brasileiro, uma referência clara ao Rafa, um dos personagens mais carismáticos de toda a novela, com um QI elevadíssimo, o próprio FBI em pessoa. Ele sabia dos segredos de todos os personagens, mas não foi escroto em revelar, muito pelo contrário, serviu como suporte muita das vezes, teve um dinamismo e química com geral e ainda por cima salvou o plot honroso do primo do Pietro, que é tão irrelevante que não lembro o nome. Que desserviço, hein? Claramente a visão de um adulto sobre a dependência das redes sociais e do virtual. 



O texto de Bia é fraco, os arcos são descontinuados e muita das vezes se perde em coisas que acabam sendo dispensáveis, o ritmo da novela também não colabora. Nota-se o quão prejudicial os vai e volta, com a intensidade dos acontecimentos se aplicam no dinamismo, e esse problema também foi visto na temporada passada. Contudo acabou ficando ainda mais evidente nessa segunda, que atipicamente tiveram breaks e cortes de partes na hora errada devido a pandemia do Coronavírus, que acabou sendo realizadas na edição. 

A historia central foi a mais prejudicada nesse aspecto, por mais que tenha sido interessante acompanhar os caminhos que os personagens percorreram e como eles individualmente lidaram com o luto: por exemplo, Bia, a medida que a investigação ia avançando no arco dos capítulos da terceira parte, ela manifestava ansiedade, uma resposta clara do seu emocional, de que aquilo por mais importante que fosse mexia de uma maneira direta no seu emocional. A maneira como isso tudo foi tratado, acabou sendo um aspecto louvável por mais lúdico que fosse, não afetou na mensagem. 

Já a fase bad boy do Manuel não teve a mesma sorte, foi fundamentada sim, concordo, mas de uma péssima excursão, não dava pra entender o processo do garoto simplesmente por que tudo precisava correr pra ser resolvido antes do arco dos últimos capítulos se encerrar. Julio Peña, por mais bom ator que fosse, não dava pra fazer milagre com um texto superficial e situações inconclusivas que mais pareciam cópias de clichês já usados em novelas anteriores. Ele derrapou e muito nesse plot, mas nada que o comprometesse como ator.

Isabela Souza da vida Bia Urquiza, a protagonista da novela - Divulgação: Disney Latam


A destruição de bons plots criados na primeira temporada também existiu na season 2. O que foi essa regressão da Daisy? A personagem que no final da primeira temporada era tão legal, nesta segunda temporada estava tão chata, mas tão chata, o plot de autoaceitação foi pro espaço. Ela conseguiu ser a mais hipócrita do Be U sendo uma militante de telão, se aceite, todos merecem uma segunda chance ela dizia, mas foi a primeira a tacar pedras na Carmin, logo na primeira parte da temporada toda.

Uma pergunta que sempre fazemos: 'Qual foi a função da Delfi nessa participação em Bia?". Quem viu Luna e torceu tanto por ela e Pedro foi altamente tombado. O namoro deles acabou e ainda beijou o Pietro, auge do auge.

O triângulo Helena-Victor-Thiago se provou inútil e ao mesmo tempo útil, vimos que ela não teve dúvidas em quem escolher. A tal química longe do favoritismo de shipper, mas cenicamente falando, Thiana, possui de longe a maior sintonia do triângulo e isso se deve a relação dos atores, Gabi e Rhener tem uma boa troca. 

Helena se declara a Thiago - Disney Latam


O aparecimento da madrasta do Thiago se resolveu rápido demais, o plot da cobra foi broxante, sendo o desenvolvimento e o fim (Guilhermo cometeu um crime e passaram pano pra isso), estragaram o carisma do Marcos Golden, tornando o personagem um embuste obcecado e vazio.

Mara também totalmente desconfigurada, uma personagem cuja única motivação era uma rivalidade irreal com a Carmin. E aquele casal dela com Alex? Jesus toma conta, auge da falta de química e sal. 

Julia Argelles se perdeu e não sobe lidar com a personagem, sim, a culpa não é dela, mas sim das inúmeras consequências de um roteiro vazio. Argelles é o tipo de atriz que depende muito da construção narrativa do personagem para se sair bem, caso o contrario é ofuscada.

Bia teve mais erros que acertos para colocar na balança, a temporada acaba deixando uma trama preguiçosa e desinteressante, tinha dias que sentíamos desmotivação ao acompanhar os episódios. Porque não largamos? Motivos também não faltam, citamos alguns: Binuel, Thiana, Luan, Andrea de Alba e Gabi di Grecco. Vale relembrar também que a pandemia de Covid-19 também acabou atrapalhando o desenvolvimento da trama, visto o belo resultado da temporada anterior.



#ArcosASeremExplorados

- Reencontro da Helena com os pais.
- Paula descobrindo que a Helena não tem culpa de nada e pedindo perdão aos Urquiza.
- Binuel firme e forte e com estão, sem triângulo amoroso, apenas eles se amando.
- Desenvolvimento para Celeste e não com macho e sim com aquele plot promissor da primeira temporada que esqueceram.
- Hot Binuel.
- Saída do Victor, personagem perdeu a função.
- Mara exposta na internet e com um plot digno.
- Queda do Antonio, cadeia nele
- Um vilão masculino digno, passamos duas temporadas sem um.
- Um vilã digna também, afinal Carmin não é mais, e Mara, vou me abster. 

   

     
Grita - Disney Latam


Em tempo...

Bia retorna para um especial de temporada com data ainda a ser anunciada, assim que tivermos uma posição atualizaremos essa crítica.

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Crítica escrita para o selo 'Em Equipe' do site. 
Parceria escrita por Graziely Sofia e Leandro Martins.



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