Aparato do Entretenimento: Cuna de Lobos: Primeiras impressões do remake do Fábrica de Sueños
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Search

Cuna de Lobos: Primeiras impressões do remake do Fábrica de Sueños

Foto promocional da série Cuna de Lobos - Créditos: Televisa S.A

A Televisa liberou ao público os cinco primeiros episódios da série baseada na obra homônima de Carlos Olmos. Cuna de Lobos, estreia no prime time do México na próxima segunda-feira, 07 de outubro, substituindo o remake de La Usurpadora [que já falamos aqui].


Siga o nosso perfil no Instagram
@aparato_entretenimento

Paz Vega como Catalina Creel no remake da novela Cuna de Lobos - Créditos: Televisa S.A

A produção do Fábrica de Sueños leva a assinatura final da produtora executiva Giselle González e o papel de protagonista para a atriz espanhola Paz Vega. Cuna de Lobos estreia com uma grande mídia nas redes sociais, um retorno extremamente considerável e positivo, delimitando os erros e acertos da produção, a versão contemporânea do clássico mexicano tem os pontos necessários para despontar na audiência e agradar o público refém de uma boa "novela", porém na forma condensada.

Recebi o meu amigo Jorge para escrever esse artigo contendo nossas primeiras impressões do seriado do Fábrica de Sueños. 

  
Paz Vega vive a maquiavélica Catalina Creel no projeto do Fábrica de Sueños - Créditos: Televisa S.A

Primeiras impressões: Hiago Júnior

Se em "La Usurpadora", Carmen Armendáriz alçou voo com o drama das gêmeas trocadas e trouxe algo substancialmente diferente, por sua vez, Giselle foi mais fincada e optou pela apresentação do esqueleto principal da trama, porém com algumas mudanças significativas, seja no estilo dos personagens, sentimentos, atitudes ou acréscimo de novos acontecimentos que destoam da original, intervenções que potencializaram o suspense do folhetim e consequentemente modernizam o produto, garantindo espaço e voz para a apresentação de temas relevantes e que ainda contam com certo preconceito ao serem abordados nos dias de hoje, entre eles, a bissexualidade, o consumo de drogas e a prostituição.

Abertura e Música

Preservou. O tema de abertura da novela original foi preservado. Como diria Carmem Lúcia: "Eu faria melhor" - e fizeram - Cuna de Lobos conta com uma abertura em escaleta, com apresentação de pontos crucias da trama, interligados as imagens de alcateias lutando para sobreviver. O tema musical "Cuna de Lobos" foi reaproveitado e o autor, Pedro Plascencia Salinas junto a Jordi Bachbush, responsável pelo arranjo musical conseguiram imprimir verdade na canção, modernizando e impondo uma soberania que a abertura necessita.



Vestuário

Se lá nos anos 80, Catalina já era considerada uma mulher de classe, o que dizer então da sua nova versão? "Uma mulher com poder e classe", essa é a expressão que melhor define a Catalina Creel de Paz Vega. Ex-modelo e uma das donas do império de jóias, Creel é o reflexo do cinismo e egocentricidade e suas roupas são a resposta fiel ao seu perfil.

Silvia Terán Ramos, Cecilia Camano Alfaro, Alexa Sánchez Flores, Paola Ángeles Aguilar e Vivián Román Palau são as responsáveis pelo setor e conseguem transcender o poder e o valor que o dinheiro traz na forma de tecidos finos.

Arte, Ambientação e Cenografia

Extremamente luxuosos, os cenários e ambientes das gravações de Cuna de Lobos, sejam em estúdio ou externas, apresentam qualidade técnica e material. Mansões, iates, hotéis cinco estrelas, festas com requinte. É tudo muito bem condizente com o da família Larrios, empresária do ramo de jóias.

Diego Lascurain (Direção de arte), Andrea Islas (Ambientação) e Rafael Benegas (Cenografia) trazem realidade a produção de Giselle González, que ainda conta com uma dose extra de aparelhagens tecnólogicas e carros milionários, ilustrando a ostentação dos jovens da família.

Edição 

A continuidade e edição dos episódios caminha com bons resultados, não houve a incidência de furos, tampouco erros comuns, como a inserção de temas ou efeitos em cenas pertencentes ao protagonista, por exemplo, que acabam sendo inseridos na vez do vilão.  

Na condução de Juan José Segundo, Julio Abreu e Irving Rosas Jaimes, a edição é fluída e sem problemas aparentes aos olhos críticos dos telespectadores. 


Azela Robinson e Paz Vega em cena da série Cuna de Lobos - Créditos: Televisa S.A


Direção e Roteiro

Assim como La Usurpadora, a produção é milimetricamente bem dirigida. É possível constatar as intervenções dos roteiristas através da direção, tanto quanto o contrário. A fotografia dirigida por Luis Garcia e Hugo Muñoz aposta no tom mais ébrio, soturno e friamente negro, uma espécie de clima noturno perdura pelos núcleos da série, que ainda conta com os mais variáveis jogos de câmeras, Armando Zafra e Luis Arturo Rodríguez completam o trabalho com boa locação e a presença de externas. Por fim, os diretores de cenas, Juan Pablo Blanco e Eric Morales apimentam os takes durante as filmagens, entregando ao público um produto com qualidade irretocável. 

A adaptação do texto de Carlos Olmos corre a cargo da dupla, Lily Ann Martín (Kally's Mashup, Solamente Vos e Esperanza Mía) e Claudio Lacelli (Verano de Amor, Simona e Romeo y Julieta) que trazem certo frescor ao texto já robusto de Olmos.


Siga a nossa revista no Flipboard
View my Flipboard Magazine.


Desde "La Candidata" Giselle González tem trazido ao ar produções com alta qualidade e sensibilidade, folhetins com conversa aberta sobre temas controversos e meramente causadores de discussões - Cuna de Lobos - não é uma exceção. Ao lado de Julieta de La O, produtora executiva associada, Giselle González ousa ao apostar em uma trama antes nunca tocada. Imortalizada por Maria Rubio, Catalina Creel foi e sempre será a personificação do mal e que nesta nova roupagem tem uma sequela sanguinária ainda maior. 

Giselle é sagaz e inteligente ao diagnosticar os meandros da mente psicopata de Catalina, bem como administrar seus ataques de raiva e interações com aqueles que ousam cruzar seu caminho. Evidentemente existe a presença de mortes no contexto, porém é tudo apresentado de forma gradual e sem assustar o espectador final. 
  
Paulette Hernandez (Leonora Navarro) e Osvaldo de León (Luis Guzmán) em cena da série Cuna de Lobos - Créditos: Televisa S.A
 
Paz Vega como Catalina Creel "chorando" no enterro do seu marido Carlos - Créditos: Televisa S.A

Primeiras impressões: Jorge

O maior clássico mexicano de todos os tempos ganhou uma adaptação livre por meio do projeto “Fábrica de Sueños”. Disponível nas plataformas da Televisa desde sexta 04 e com estreia no dia 7 no horário principal do Canal Las Estrellas, “Cuna de Lobos” é a segunda adaptação no formato série de 25 capítulos da emissora. 

Falar em “Cuna de Lobos” é sempre difícil. A novela exibida entre 1986 e 1987 quebrou todos os paradigmas da televisão mexicana quando apostou num thriller de suspense para as noites daquela época. Ao invés da mocinha pobre, a novela tratava de uma sucessão de crimes cometidos por uma sociopata de meia-idade que aterrorizava e encantava o público. 

O enredo trata de um testamento que tem como cláusula que os filhos de um magnata tenham um herdeiro para perpetuar o nome da família, caso contrário perderão tudo. Catalina Creel, a grande vilã, ao perceber que pode ficar na miséria, ordena que o seu filho tenha um herdeiro antes do meio-irmão, que não pode de maneira alguma herdar um tostão. Com a esposa estéril, Alejandro se vê obrigado a seduzir, enganar, engravidar e roubar o filho de uma jovem, Leonora. Esta, por sua vez, volta para fazer justiça, recuperar seu filho e se vingar de Alejandro e Catalina. Para isso seduz e se casa com o outro herdeiro dos Lários, o problemático José Carlos, para entrar na mansão pela porta da frente e enfrentar os Lobos, como ela mesma os chamava.


Leonardo Daniel e Paz Vega em cena da série Cuna de Lobos - Créditos: Televisa S.A

VERSÃO 2019 

Muitas características do enredo original foram mantidas, mas cabe destacar algumas alterações: a presença de um cunhado, que apesar de casado trai a esposa com Catalina (Paz Vega). A mocinha Leonora (Paulette Hernández) conhecer quase ao mesmo tempo os irmãos Lários e agora ser fotógrafa de um jornal e ter consigo um amigo jornalista que investiga a grande vilã, Luis (Osvaldo de León). E além de tudo, a vilã aqui é altamente sexual e irresistível aos personagens da trama. 

A escolha de Paz Vega, atriz espanhola com grandes trabalhos no cinema e televisão hispânico e americano, foi um acerto sem tamanho. Uma personagem tão emblemática como Catalina Creel não podia ser interpretada pelas mesmas vilãs de novela de sempre, que carregam vícios e exageros de atuação. 

Cabe ainda ressaltar a escolha de atores pouco convencionais também no elenco principal, tirando Nailea Norvind (como Ámbar, cunhada de Catalina) e Azela Robinson (Gélica, governanta da mansão) não temos nenhuma grande estrela de novelas no elenco central. 

As duas atrizes chegam aqui renovadas, depois de tantas vilãs nas carreiras de ambas, ganharam aqui papéis complexos. Ámbar (Nailea Norvind) é estéril e depressiva e sofre calada a traição do marido com Catalina, até que decide se rebelar contra a vilã. E Gélica (Azela Robinson), por enquanto a personagem mais enigmática, não se sabe ainda se vilã ou não, apenas deixa transparecer um cuidado e talvez amor pela patroa, que se reflete em gestos e cenas de muita dramaticidade. 

Ainda com relação às novidades da trama, temos a presença do jornalista Luis (Osvaldo de León), num papel similar ao do investigador da versão de 1986. Fazendo com que a família Creel esteja nos jornais e revistas de fofoca, algo bem comum no mundo dos famosos na atualidade.


Diego Amozurrutia, interpreta Alejandro Larios, um dos filhos de Catalina - Créditos: Televisa S.A

Alejandro Lários (Diego Amuzurrutia) aqui é gay e mantem uma relação com Miguel Terranova (José Pablo Minor), mas cede ao capricho da mãe em conseguir um filho para se cumprir o desejo do pai. Para isso, seduz Leonora e rouba seu filho. 

José Carlos (Gonzalo García Vivanco) muito mais atormentado e viciado em drogas, álcool e jogos, é quem Catalina quer destruir a qualquer custo para que Alejandro possa desfrutar sozinho da herança do pai. Aqui continua sendo o responsável pelo acidente de Catalina. 

Leonora (Paulette Hernández) muito mais esperta e sagaz que em 1986, mas mantém sua essência. É enganada por Alejandro e jura vingança a família Creel Lários. 

Dentre todas as atuações, vale destacar a de Paz Vega como uma nova e excelente Catalina e de Paulette Hernández que deve defender seu filho com unhas e dentes no decorrer dos capítulos. 


Siga o nosso perfil no Google News

Sanguinária: Catalina Creel fazendo mais uma vítima - Créditos: Televisa S.A

PRODUÇÃO 

Numa fase arrojada, Televisa não poupou esforços nem dinheiro para fazer dessa versão de Cuna de Lobos uma superprodução. Com cenas quase 100% em externas e com locações em vários locais, além de um tratamento de cinema para as cenas, é fácil perceber a qualidade do produto, que compete de igual para igual com as principais produções da Netflix, ou canais fechados americanos. Se La Usurpadora já impressionava pela qualidade, aqui temos investido muito mais dinheiro e tecnologia. 

Giselle González assina a produção da série, e nos últimos anos tem sido a produtora que mais tem trazido produtos de qualidade para o canal, como: “La Candidata” (2016) e “Caer em Tentación” (2017). Aqui temos possivelmente sua maior e melhor produção.



----- || ----- || -----

Espero que você tenha curtido e se ainda está receoso(a) não tenha medo, Cuna de Lobos é uma produção transcendente e que veio para ser um divisor de águas na trajetória da Televisa.


Siga-nos no Twitter: @JorgeLuisSQ e  @Hiago__Junior 



Aparato do Entretenimento

Criado em 2014, o "Aparato do Entretenimento" traz ao seu leitor uma gama versátil de conteúdo. Conta com colunistas especializados em áreas de atuação diferentes, que visam desta forma atender a você querido(a) leitor(a). Além da sua visita, esperamos ser seus amigos e como seremos pode nós dar aquela dica para melhorar, um puxão de orelha, elogiar. Acima de tudo queremos sua participação.


0 thoughts on “Cuna de Lobos: Primeiras impressões do remake do Fábrica de Sueños