Aparato do Entretenimento: A fórmula do melodrama latino: Carlos Moreno, o produtor de novelas que enfim irá estrear no SBT
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A fórmula do melodrama latino: Carlos Moreno, o produtor de novelas que enfim irá estrear no SBT

As protagonistas de 'Y mañana será otro día mejor, Amor Bravío e En nombre del amor' todas produções assinadas por Carlos Moreno - Créditos: Televisa S.A

Nesta coluna especial já foi abordado a carreira de Nathalie Lartilleux, os acertos e equívocos da trajetória de Juan Osorio, o fato das tramas mais recentes de Salvador Mejía serem ignoradas no Brasil e agora iremos mergulhar nos melodramas de Carlos Moreno.

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Inclusive, Moreno irá estrear no SBT - com o anúncio da estreia de 'Quando me Apaixono' (Cuando me Enamoro) pelo SBT, Carlos chegará ao Brasil exatos 10 anos após sua exibição original no México. Na coluna de hoje, mostraremos as fórmulas dos melodramas de Carlos Moreno, uma mistura bem coesa do convencional com o contemporâneo.

Triângulo amoroso de 'En Nombre del Amor' - Créditos: Televisa S.A

Baseada na obra 'La madrastra' original de Inés Rodena, Carlos Moreno começava sua trajetória nas telenovelas mexicanas em 'Bendita Mentira' trama de 1996, atuando ao lado dos diretores Lorenzo de Rodas e Karina Duprez e do produtor Jorge Lozano. Na ocasião, Moreno assinava como produtor associado no folhetim protagonizado por Angélica María, conhecida no Brasil por viver a mãe de Lety em 'La fea más bella'. 'Bendita Mentira' ganhou destaque pela atuação de Ana Patricia Rojo como a vilã Mireya, numa expressiva performance. Já era possível notar o empenho de Laguillo numa produção, o delineamento e assertividade ao criar núcleos e conduzir os plots de virada da telenovela.



Três anos após, em 1999, Moreno levava ao ar Nunca te olvidaré - folhetim que firmava a parceria com Juan Osorio. A trama protagonizada por Edith González e Fernando Colunga foi um sucesso de audiência e marcou a abertura para ambos trilharem voos mais altos na empresa de entretenimento mexicana.



Com a conclusão do projeto bem sucedido, Moreno esteve presente nas telenovelas 'El secreto', 'Bajo la misma piel' e 'Sueños y caramelos' - essa última; exibida no Brasil pela CNT e mais recentemente pelo TLN Network. Porém, a carreira de Carlos Moreno Laguillo tomou uma proporção mais palpável e conhecida do público após 2008 com a exímia 'En nombre del amor'.


'En Nombre del amor' protagonizada por Allisson Lozz e Sebastián Zurita foi baseada na excelente 'Cadenas de amargura' escrita pela dupla Cuauhtémoc Blanco e María del Carmen Peña em 1991. Repleta de atores de primeira qualidade, 'En Nombre del Amor' conta com as atuações de Victoria Ruffo, Arturo Peniche, Laura Flores, César Évora, Olivia Bucio e Pablo Magallanes. A trama também foi a responsável por marcar a carreira da jovem atriz Altair Jarabo e consagrar Leticia Calderón como intérprete de vilãs. Na ocasião, Calderón deu vida a Carlota, uma mulher asquerosa e regida por uma falsa fé.



Arquivada no SBT, 'Em Nome do Amor' nunca foi exibida no Brasil, mesmo com todos os elementos a favor, a emissora priorizou outros folhetins e simplesmente esqueceu da novela. Na produção, Carlos Moreno reproduz uma parceria de sucesso ao lado das escritoras Martha Carrillo e Cristina García, que desde então tornaram-se parte fundamental de suas obras televisivas.



Silvia Navarro e Jessica Coch em foto promocional da novela ''Cuando me Enamoro" - Créditos: Televisa S.A

'Cuando me Enamoro' é o melodrama de Carlos Moreno que irá estrear no Brasil, remake de La Mentira, a obra dramática é uma releitura importante e diferente. Protagonizada por Juan Soler e Silvia Navarro, o folhetim é uma das melhores adaptações, salvo até a melhor, baseada na original da novelista Caridad Bravo Adams.

A colaboração de Martha Carrillo e Cristina García é novamente presente, sociedade que garante vida nova ao enredo já batido e surrado. É neste aspecto que Laguillo é transparente, pois ele tem todo o controle da produção em suas mãos e as rédeas são conduzidas com muita seriedade. O belo elo da equipe é perceptível em cena, tamanha a presença cenográfica dos núcleos folhetinescos. Essa lisura é tão visível que Carlos Moreno repetiu boa parte da mesma equipe em suas próximas produções.


Silvia Navarro e Cristián de la Fuente, os protagonistas de 'Amor Bravío' - Créditos: Televisa S.A

A fórmula melodramática das telenovelas de Carlos Moreno é a disfunção; um caos em meio ao romance. Os capítulos não são monótonos, os mocinhos não vivem no mundo da lua e melhor, os vilões movimentam a trama - ingredientes estes - conduzidos sob uma tutela contemporânea, onde uma janela para abordagem de temas mais complicados é aberta. 


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'Amor Bravío', ao meu ver, a melhor telenovela de Carlos Moreno é a prova viva dessa minha falácia. O folhetim é uma versão livre das clássicas 'De pura sangre' e 'La jaula de oro'. Norteada por uma vingança do protagonista, o melodrama é coerente ao trazer novamente Silvia Navarro, agora como Camila, numa atuação impactante e bem intrigante. O fio condutor da trama é sim a vingança, mas os caminhos que levam ao clímax é todo alinhavado com mudanças, seja nos núcleos, personagens ou até mesmo nas atitudes. Outro acerto das produções de Laguillo são as vilãs, Isadora de Letícia Calderón é um expoente dessa leva de acertos. Ruim ao extremo, sua personagem em 'Amor Bravío' não é somente fria, é um iceberg. O seu desfecho é um dos mais memoráveis da história das novelas mexicanas.



Amor Bravío não foi exibida no Brasil, porém foi recentemente reapresentada pelo Tlnovelas e parte dos capítulos segue disponível no YouTube.


Adriana Louvier como Constanza, personagem da novela 'Quiero Amarte' - Créditos: Televisa S.A

'Quiero Amarte' talvez seja a telenovela dessa safra pós 2008 que seja a menos conhecida, porém sua importância para a trajetória do produtor é válida, visto que, a novela é uma adaptação da clássica 'Imperio de Cristal' de Carlos Sotomayor. Com pouco mais de 160 capítulos, a telenovela deu espaço para um enredo forte, baseado no ego e na ganância. Karyme Lozano e Cristián de la Fuente, foram os protagonistas, nesta roupagem que marcou mesmo Adriana Louvier e Diana Bracho em atuações irrepreensíveis. 




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Camila Sodi e Osvaldo Benavides em foto promocional da novela 'A Que no me Dejas' - Televisa S.A

Os protagonistas são mortos no meio da novela em plena cerimônia de casamento? Isso mesmo, em 2014, Moreno adaptou 'Amor en Silencio' folhetim de Carla Estrada que marcou a história das telenovelas nos anos 80. Sob o título de 'A que no me dejas' a trama trouxe um casal improvável, Camila Sodi e Osvaldo Benavides, em um relacionamento sólido, mesmo em meio as crises. Porém a trama guardou para o espectador uma mudança, a morte de seus protagonistas e uma nova fase.



O resultado foi o aumento da audiência e o apego do telespectador pelo restante do melodrama. A versão foi harmoniosa e envolvente, e tudo graças a belíssima atuação de Laura Carmine como Nuria, uma vilã egocêntrica e desequilibrada.




Mayrín Villanueva, Alejandra Barros, Ximena Herrera em foto promocional da novela 'Mujeres de Negro' - Créditos: Televisa S.A

A gestão de Rosy Ocampo na Televisa como supervisora de conteúdo foi marcada pela exigência na busca de 'libretos' originais no México assim como no prazo de duração das produções; é nesta época que nasceu as 'novelas por temporada' que foram severamente criticadas por parte do telespectador mexicano. Em 2016, nesta atual administração, Moreno levou ao prime time da emissora a 'série' - Mujeres de Negro - adaptação da série Viudas Negras, super desconhecida do público latino. 

Protagonizada por Mayrín Villanueva, Alejandra Barros e Ximena Herrera, a história narra a vida de três mulheres presas a relacionamentos abusivos e fadados ao fracasso, que acabam numa explosão, ou melhor, em uma explosão orquestrada pelas  próprias protagonistas. Um thriller de suspense, Mujeres de Negro é um jogo entre o abuso e a busca por justiça. Um clamor por liberdade.



Bastante elogiada, o 'seriado' infelizmente não teve uma segunda temporada, mas mostrou o empenho de Moreno na busca de novas narrativas. A fluidez nos diálogos, os capítulos eletrizantes e a boa relação entre direção, roteiro e atuação fazem de 'Mujeres de Negro' uma das melhores produções da Televisa nos últimos anos.


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Protagonizada por Angélica Vale, Y mañana será otro día mejor é uma novela 'distópica', numa analogia rápida as tramas anteriores do produtor executivo, ou melhor, uma dramédia de boa qualidade, a telenovela acabou não sendo bem aceita pelo telespectador mexicano, mas tal fato não desmotivou a equipe que entregou na despedida de Moreno, uma obra interessante, ágil e coerente. Divertida.


A última produção de Carlos Moreno na Televisa como tido acima foi 'Y mañana será otro día mejor' em 2018, e desde então, afastado da emissora, o produtor não teve projetos em outros canais. Contudo, Martha Carrillo, sua amiga de longa data anunciou que já trabalha numa sinopse para o retorno da parceria com o produtor.

Antes de encerrar, como já é de costume, abro espaço para leitores darem sua opinião.

A Lizandra, por exemplo, enfatizou que Carlos Moreno é um dos melhores produtores da Televisa e que essa valia é referente a sua mudança em textos já bastante reconhecidos.


Carlos Moreno é, na minha opinião, um dos melhores produtores da Televisa. Suas parcerias com Martha Carrillo e Cristina García conseguem trazer um ar de novidade mesmo em produções de histórias super conhecidas, como é o caso de “Quando me Apaixono”. Destaco, também, que mesmo em suas histórias mais longas, o produtor não recorreu a situações completamente irreais (os famosos “circos”) para continuar atraindo o telespectador. Enfim, acredito que Carlos Moreno merece mais reconhecimento tanto da Televisa, que poderia lhe dar mais chances no horário nobre, quanto do público mexicano, já que nem todas as suas produções recentes tiveram a audiência merecida.

Nando, colunista do site concluiu.


Para mim um dos melhores, se não o melhor produtor que a Televisa tem, sou fã de suas novelas, do seu jeito de produzir e entreter o público, sua maneira de recontar histórias já conhecidas pelos telespectadores, de uma maneira livre com novos elementos é o diferencial, Moreno sabe muito bem recontar grandes clássicos com um "frescor" atual e muitas vezes suas releituras saem melhores que o original, estou muito feliz que muito em breve (algumas semanas) o Brasil irá conhecer uma dessas histórias fascinantes dele que é "Cuando Me Enamoro", espero ver muitas novelas dele por aqui ainda.

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Carlos Moreno é um produtor executivo experiente e que aparentemente consegue lidar bem com as críticas. Um profissional que soube moldar-se as mudanças impostas pela empresa e melhor, lapidou seu estilo, para um ainda melhor.


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