Fernando Colunga e Gabriela Spanic em foto promocional da novela 'A Usurpadora'. Créditos: Televisa S.A |
Na matéria da semana passada falamos sobre o início das mexicanas no Brasil e discorremos sobre toda a história delas nos anos 80. Nessa segunda parte é hora de discutir sobre o grande sucesso delas nos anos 90.
Foto promocional da novela 'Carrossel'. Créditos: Televisa S.A |
Ainda na primeira parte desta coluna, se você se lembra o SBT extinguiu o estúdio de dublagem que tinha em sua sede em São Pulo por volta de 1989, sendo assim, ‘Carrossel’ e ‘Rosa Selvagem’ foram as primeiras novelas a serem dubladas no Rio de Janeiro. Iniciava neste ponto a parceria SBT e Herbert Richers, parceria essa que durou 18 anos. A Herbert merece um destaque nessa história pois o estúdio deixou um legado enorme na dublagem de novelas mexicanas, se hoje em dia existem pessoas que só gostam de novelas dubladas no Rio, isso é por causa da Herbert. Infelizmente o estúdio faliu em 2010.
Verónica Castro como a protagonista de 'Rosa Salvaje' um grande sucesso no Brasil. Créditos: Televisa S.A |
O triunfo dessas duas novelas fez com que Verónica Castro e Gabriela Rivero viessem para o Brasil, Verónica já havia vindo para cá em 1982 durante a exibição de ‘Os Ricos Também Choram’ e retornou para prestigiar o sucesso de ‘Rosa Selvagem’ e gravar o seu disco “Tudo é Bom Pra Se Dançar” além de participar dos programas do SBT e gravar o clipe da música-título do disco no Guarujá. Gravar um disco no Brasil é uma coisa que a atriz e cantora mexicana Lucero viria a fazer 25 anos depois. Por sua vez a vinda da Gabriela Rivero foi marcada por um fato inédito: ela desceu a rampa do Palácio do Planalto ao lado do então presidente Fernando Collor de Mello. Gabriela também esbanjou simpatia nos programas do SBT na época, como o ‘Show de Calouros’.
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Catalina Creel, a maior vilã das novelas mexicanas. Créditos: Televisa S.A |
Outras tramas também experimentaram o sucesso e prestígio do público brasileiro.
👉 Em 1991 desembarcou no Brasil a novela ‘Ambição’ com a vilã Catarina Creel considerada a maior vilã das novelas mexicanas de todos os tempos.
👉 Em 1992 tivemos a primeira novela mexicana da Televisa exibida no Brasil sem ser pelo SBT. ‘Valéria e Maximiliano’ foi exibida pela extinta ‘Rede Manchete’ que na época havia sido vendida para o grupo IBF.
Uma coisa a se destacar é que nessa época o SBT exigia do estúdio de dublagem duas coisas:
1º - Que as novelas tivessem VOZES NOVAS.
2º - Que os clipes musicais fossem dublados.
E seguindo exatamente esse contexto que ‘Alcançar Uma Estrela’ estreou. A primeira novela da Televisa a ter clipes musicais, aliás, todos os seus clipes dublados no Brasil. Inclusive, isso não era só nas novelas. Os clipes musicais do ‘Chaves’ também foram dublados por esse mesmo motivo: a exigência da emissora era ter tudo em português.
A última novela estrangeira desse ciclo foi ‘Marielena’ melodrama da Telemundo com Lucia Méndez e Eduardo Yáñez, o José Ângelo de ‘Amores Verdadeiros’. Em 1994 o SBT optou por parar com novelas estrangeiras e investir em produções nacionais e desta nova era de ouro nasceram ‘Éramos Seis’ e ‘As Pupilas do Senhor Reitor’. A interrupção durou apenas dois anos, já que em 1996 as novelas mexicanas voltaram em grande estilo com a Trilogia das Marias.
Na época a novela ‘Antônio Alves Taxista’ protagonizada por Fábio Jr. fracassou e foi substituída por ‘Maria Mercedes’ que havia sido dublada em 1993 e engavetada. O sucesso de ‘Maria Mercedes’ abriu portas para que viessem outras novelas da Trilogia e todas foram um estrondo por aqui. Nessa época a atriz e cantora Thalía, protagonista das novelas pisou pela primeira vez no Brasil e subiu na marquise do Teatro Silvio Santos, após participar do ‘Domingo Legal’.
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A última novela estrangeira desse ciclo foi ‘Marielena’ melodrama da Telemundo com Lucia Méndez e Eduardo Yáñez, o José Ângelo de ‘Amores Verdadeiros’. Em 1994 o SBT optou por parar com novelas estrangeiras e investir em produções nacionais e desta nova era de ouro nasceram ‘Éramos Seis’ e ‘As Pupilas do Senhor Reitor’. A interrupção durou apenas dois anos, já que em 1996 as novelas mexicanas voltaram em grande estilo com a Trilogia das Marias.
Thalía como a protagonista 'Maria Mercedes'. Créditos: Televisa S.A |
Na época a novela ‘Antônio Alves Taxista’ protagonizada por Fábio Jr. fracassou e foi substituída por ‘Maria Mercedes’ que havia sido dublada em 1993 e engavetada. O sucesso de ‘Maria Mercedes’ abriu portas para que viessem outras novelas da Trilogia e todas foram um estrondo por aqui. Nessa época a atriz e cantora Thalía, protagonista das novelas pisou pela primeira vez no Brasil e subiu na marquise do Teatro Silvio Santos, após participar do ‘Domingo Legal’.
Outra curiosidade que vale destaque nesses 39 anos de cultura novelesca é a exibição em 1997 de uma novela aos sábados, algo fora do comum na época. A escolhida foi o êxito ‘Na Própria Carne’ novela de 1990 com Eduardo Yáñez e Edith González produzida por Carlos Téllez responsável pelo sucesso ‘Ambição’ a trama de suspense trazia Gonzalo Vega como o grande vilão Octavio Muriel considerado por muitos como o segundo melhor vilão masculino das novelas mexicanas. Exibida aos sábados em capítulos de quatro horas de duração, a trama foi retalhada e tornou-se uma série (praticamente).
Os anos 90 revelou a vontade do SBT em apostar nas novelas latinas, o custo baixo e o bom retorno fizeram com que além de exigir vozes novas e clipes dublados, o canal também exigisse que os atores fossem dublados pelos mesmos dubladores das produções nas entrevistas. Artistas como Thalía, Gabriela Spanic, Gabriela Rivero e até a turma do Chaves deram entrevistas para programas do SBT e foram dublados, aproximando desta forma o rosto as vozes brasileiras.
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Acostumada com os sucessos mexicanos, a emissora experimentou em 1999 o auge com a chegada ao Brasil do grande sucesso ‘A Usurpadora’. A trama simples das gêmeas Paola e Paulina garantiu uma audiência estrondosa no país e encheu os olhos do SBT. Como de praxe, as atrizes das novelas que faziam muito sucesso eram convidadas a visitar o Brasil, e com Gabriela Spanic não foi a exceção. A atriz veio e esbanjou beleza e talento nos programas da casa. Bom, por hoje é só. Na semana que vem a viagem é nos anos 2000. Até mais!
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