Laura Flores, Andrea Lagunes e Alex Ibarra em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
Em 1998 o produtor Nicandro Díaz González iniciava sua trajetória como produtor-executivo na Televisa após trabalhar rapidamente apenas como produtor associado. Ele então decidiu investir no mundo das novelas infantis, possivelmente devido ao êxito da novela 'Luz Clarita', exibida entre 1996 e 1997 e que nada mais era do que um remake do clássico 'Chispita'.
O produtor decidiu então produzir uma nova versão de uma trama de 1978 que retratava a história de uma orfãzinha que tinha como sonho formar uma família e que sofria muito até alcançar seu objetivo. Foi assim que surgiu um dos sucessos de 1998, a novela que alavancaria a carreira de Nicandro e um dos folhetins infantis mais belos da Televisa: 'Gotinha de Amor'.
Belinha é uma criança muito especial, cheia de vida, procura contornar as piores situações sempre com um sorriso no rosto, situações essas que não são poucas, a doce menina vive num orfanato aonde só tem como amiga a velha Trini. Para piorar sua vida, ela é maltratada pela diretora do lugar onde vive, e quando sua amiga-protetora Trini morre, ela foge do orfanato e se depara com um bondoso homem.
Jesus Garcia, um camelô, encontra Belinha e cuida dela como se fosse sua filha com muito carinho, mesmo sendo um pobre endividado. Num outro ambiente, vive a rica e amargurada Maria Fernanda, que no passado entregou sua filha por vergonha de ser mãe solteira e para preservar o nome da família. Mais madura, a moça segue uma busca desenfreada por sua filha.
A novela apesar de ser infantil encantava não só as crianças com sua história. Belinha viveu um verdadeiro calvário antes de encontrar sua felicidade e isso com certeza atraiu a atenção do público adulto para a novela. Um dos méritos da trama era justamente seu texto, que não era bobo e sim bem realista, ainda que para uma trama infantil, fator esse que fez com que todos quisessem saber o desenrolar da história.
O produtor Nicandro Díaz caprichou em sua primeira produção, escolheu uma excelente história que soube dosar muito bem o drama e a comédia e tudo graças a ótima adaptação de Kary Fajer que escreveu uma história curta e ágil, sem enrolação. O folhetim também tinha uma ótima trilha sonora, Nicandro por sinal apostou bastante em cenas musicais e por fim acertou muito na escalação do trio protagonista.
Andrea Lagunes e Alex Ibarra em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
Alex Ibarra após ganhar certo destaque vivendo personagens secundários em outras produções ganhou essa merecida oportunidade e se saiu muito bem como protagonista na pele de Jesus Garcia, um homem que trabalhava como podia para se sustentar e que acabava acolhendo Belinha após ela fugir do orfanato.
Laura Flores que vinha da problemática 'A Alma Não Tem Cor' do ano anterior também se destacou bastante na pele de Maria Fernanda, uma jovem que tinha sua filha arrancada de seus braços por seu próprio pai e que lutava como podia para encontra-lá.
A química que os três atores tinham em cena era maravilhosa, o que tornava impossível não torcer para que eles, enfim, conseguissem alcançar a felicidade. Um grande mérito de Nicandro as escalações.
Siga a nossa revista no Flipboard
As vilanias da novela ficaram a cargo de Pilar Montenegro que viveu também uma antagonista na sua novela anterior 'Marisol' e aqui pode mostrar uma evolução em cena - apesar de sua carreira como atriz não ter deslanchado como esperado. Mercedes Molto e Raquel Morell foram outras gratas surpresas na pele de Lucrécia e Bernarda, a primeira em especial, uma prima muito invejosa de Maria Fernanda e que era capaz de tudo para prejudicá-la.
María Clara Zurita deu vida a insuportável Justa, a diretora do orfanato onde Belinha vivia e que fazia de tudo para maltratar a menina, seu final foi bastante excêntrico, acabou virando uma estátua após cair cimento em cima da mesma e em seguida quebrou-se. Ainda tivemos uma outra situação excêntrica com Isaura Espinoza que vivia a também insuportável Desdemona, que acabou esmagada por um trator. Essas situações foram um verdadeiro circo.
Dentre os coadjuvantes se destacaram, Evita Muñoz competente (como sempre) na pele da divertida Lolita, Alicia Montoya como Trini, uma senhora muito simpática, inspetora do orfanato e que tratava Belinha como sua filha, inclusive é muito emocionante a cena na qual Belinha descobre a morte da amiga Trini. Raúl Araiza também mostrou serviço em cena como o compulsivo Guilherme e por fim Miguel de León, outro destaque na reta final como Ulisses, o verdadeiro pai de Belinha.
Andrea Lagunes e Alicia Montoya em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
Siga o nosso perfil no Pinterest
No Brasil, 'Gotinha de Amor' foi exibida pelo SBT entre 22 de Janeiro até 10 de Abril de 2001 substituindo a brasileira 'Chiquititas' e sendo substituída por 'Serafín'.
Foi reprisada pela emissora entre 17 de Setembro de 2012 até 19 de Fevereiro de 2013 substituindo a brasileira 'Pequena Travessa' e sendo substituída por 'Rosalinda'.
No SBT a novela ganhou até um tema de abertura especial intitulado 'O Amor é Real' e que foi interpretado por Daniela Luján.
Felizmente o folhetim até hoje não ganhou nenhum remake no SBT e Deus queira que continue passando bem longe. Pois caso contrário é capaz da novela ganhar uma versão com tantos capítulos que iríamos acompanhar não só a infância de Belinha, mas também sua adolescência, vida adulta e velhice.
Andrea Lagunes em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
Siga o nosso perfil no Google News
Siga-me no Twitter: @EduardoOAlves2
0 thoughts on “Relembrando Sucessos: Gotinha de Amor, um melodrama infantil emocionante comandado por uma garotinha encantadora”