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Leonardo Padrón: O escritor de novelas que foge do convencional

Leonardo Padrón com sua estatueta do Premios TVyNovelas pela novela 'Amar a Muerte'. Créditos: Reprodução Instagram

O universo das novelas latinas é muito amplo, no Brasil o segmento é um dos mais importantes do cenário do entretenimento, tendo, por exemplo, raízes em várias emissoras. As novelas mexicanas também fazem história no Brasil, com toda uma latinidade feroz e marcante elas mostram força até hoje e transitam por gerações. Mas uma coisa é certa: “O que seria das novelas latinas sem uma grande mente por trás?”; - a resposta é simples: nada.


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Os autores e/ou escritores de telenovelas são parte fundamental de uma obra folhetinesca, partem deles os acontecimentos das tramas, bem como, os desenlaces dos casais protagonistas e subnúcleos. Na América Latina, em alguns países é comum o jargão ‘adaptação’ - e, justamente por conta da adaptação de livretos já conhecidos do grande público, que com o passar dos anos ganham novas versões. São os casos de Martha Carrillo, María Zarattini e Carlos Romero no México, que além de escritores com histórias originais, assinam adaptações de textos populares.

Na coluna de hoje do ‘Em Equipe’ junto-me a Camila Júlia para falarmos sobre um escritor de novelas latinas muito conhecido dos fãs da cultura novelesca; trata-se de Leonardo Padrón, o homem responsável pelos êxitos: Contra viento y marea, El amor las vuelve locas, La mujer perfecta, Amar a Muerte e Rubí, la serie.

  
Pôster promocional de 'La Mujer Perfecta'. Créditos: Venevisión

Leonardo  Padrón tem o histórico de grandes produções em sua carreira, podemos mencionar 'La Mujer Perfecta' exibida entre 2010-2011, obra original de Leonardo Padrón para Venevisíon, a novela conta a história de Micaela interpretada pela atriz Mónica Spear, Gala, interpretada pela atriz Ana Karina Manco, Eva, interpretada pela atriz Marlene de Andrade, Lucía interpretada pela atriz Marisa Roman, Carolina interpretada pela atriz Flavia Gleske e Shirley interpretada pela atriz Mariaca Semprún, onde lutam pra tentar 'ser a mulher perfeita'. 'La Mujer Perfecta' trata com muita sensibilidade a síndrome de Asperger autismo) retratada pela personagem de Micaela (Mónica Spear). Ao longo de seus 138 capítulos, 'La Mujer Perfecta' soube magistralmente mostrar a garra de mulheres tentando se encontrar e achar seu lugar no mundo. A novela tratou com sensibilidade e mostrou a importância de contar a história de mulheres guerreiras e que essas mulheres podem ser quem elas quiserem, através do talento de Leonardo Padrón.




Guy Ecker, Blanca Soto e Julián Gil. Créditos: Venevisión/Univisión

‘Eva Luna’ é outra obra sua que desperta o viés novelesco nos fãs mais saudosistas, protagonizada por Blanca Soto e Guy Ecker, Eva Luna, narra a história de Eva González (Blanca Soto), uma jovem que vive no sul da Califórnia onde trabalha no cultivo e colheita de maçãs. Inteligente, agressiva e autodidata - Eva até acaba inventando um jingle que, ela não sabe, mas é tocado em Los Angeles graças a uma campanha publicitária da Arismendi, uma empresa que terá muito a ver com a sua vida no futuro. Parceria da Univision e Venevisión, Eva Luna é mais do que uma trama de romances é uma trama de vingança, onde a protagonista busca por justiça após sofrer com inúmeras perdas e desilusões amorosas. O roteiro assinado por Leonardo Padrón em conjunto com Nora Castillo, Alex Hadad e Jorge Núñez é ágil e coercitivo ao impor a visão de uma mulher, dona de si e que não se redime perante as injustiças da vida. A presença de Guy Ecker também é um grande acerto da produção, uma via de mão dupla, a escalação de Guy para viver o protagonista Daniel Villanueva vai ao encontro da visão de Leonardo em dar voz a personagens livres, críveis e que compactuam com a veracidade, mesmo presos em um ambiente ficcional. 



Michel Brown, Leonardo Padrón e Angelique Boyer. Créditos: Reprodução Instagram

Outra grande produção na carreira de sucesso de Leonardo Padrón que podemos destacar é ‘Amar a Muerte’ exibida entre 2018-2019, uma adaptação da telenovela ‘El Cuerpo Ajeno’ do escritor colombiano Julio Jiménez. ‘Amar a Muerte’ conta a história de três homens que falecem no mesmo dia e reencarnam em corpos diferentes. A alma do empresário Leon Carvajal interpretado pelo ator Alexis Ayala vai parar no corpo do assassino profissional Chino Valdés, interpretado pelo ator Michel Brown, e o corpo do assassino vai parar no corpo do professor de antropologia Beltrán Camacho interpretado pelo ator Arturo Barba. Diante dessas trocas, ambos personagens vivem novas vidas e novas perspectivas sobre o que é a vida. 

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Leonardo Padrón e Macarena Achaga. Créditos: Reprodução Instagram

Outro ponto destacado em ‘Amar a Muerte’ é o relacionamento homoafetivo entre Juliana Valdés, interpretada pela atriz Bárbara López e Valentina Carvajal, interpretada pela atriz Macarena Achaga. No decorrer dos capítulos ambas acabam se apaixonando e vendo que estavam predestinadas a se conhecerem e a ficarem juntas, passando por inúmeros desafios até entender que era o destino delas. Além disso, o relacionamento homoafetivo entre #Juliantina (junção das personagens Juliana+Valentina) teve grande repercussão mundial, levando uma legião de fãs do casal, tendo menções em vários meios e veículos. Um feito inédito nessa produção de Leonardo Padrón, é que ‘Amar a Muerte’ ganhou a premiação Premios TVyNovelas sendo conhecida como o Oscar Mexicano, nesta premiação ‘Amar a Muerte’ levou 14 prêmios dos 15 na qual estava indicada, sendo a novela mais premiada da história da teledramaturgia mexicana. Sem dúvidas ‘Amar a Muerte’ foi mais um sucesso da carreira exitosa de Leonardo Padrón. 



Leonardo Padrón e o elenco de 'Rubí, la serie'. Créditos: Televisa S.A/W Studios. Reprodução Instagram.

Com o término de ‘Amar a Muerte’ - Leonardo Padrón se uniu novamente a Carlos Bardasano para produzir o audacioso remake de ‘Rubí’ para o projeto ‘Fábrica de Sueños’, outro sucesso de público e repercussão, o seriado protagonizado por Camila Sodi como a protagonista título, apostou numa vibe mais debochada, ácida e libidinosa da versão de 2004, na qual se baseou. Um êxito nos Estados Unidos e no México, Rubí, la serie está desbravando a América Latina, e conquistando cada vez mais adeptos.


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A assinatura textual de Padrón é mais uma grande resposta ao sucesso, Rubí, tem uma vertente humana, ela erra, ama e assume erros, mesmo que para isso tenha que se desfazer de feridas antigas. Uma versão contemporânea e completamente inédita, pois apenas a espinha dorsal da obra original de Yolanda Vargas Dulché foi reaproveitada.



A trajetória do escritor venezuelano é composta por outras obras - ‘Cosita Linda’, ‘La vida entera’, ‘Ciudad bendita’, ‘El amor las vuelve locas’, ‘Cosita Rica’, ‘El país de las mujeres’, ‘Amantes de Luna Llena’, ‘El país de las mujeres’, ‘Aguamarina’, ‘Contra viento y marea’, ‘Amores de fin de siglo’ e ‘Gardenia’ - todas colocando em evidência a figura da mulher e dando voz às minorias, a sua forma e contextualização com o tempo de produção, uma assinatura comum em suas criações.


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Leonardo Padrón, Carlos Bardasano e equipe da W Studios. Créditos: Reprodução Instagram

Infelizmente nenhuma das suas compilações televisivas foram exibidas no Brasil, mais precisamente na TV aberta, criando um distanciamento, infelizmente significativo com o grande público, contudo, quem gosta de novela latina conhece seu legado e acompanha suas novas produções. E por falar em novidades, Padrón já está imerso em ‘Si nos Dejan’ sua próxima novela na Televisa, outra parceria com a W Studios e com o produtor executivo Carlos Bardasano. A trama é um remake da clássica ‘Mirada de Mujer’ exibida no Brasil pela Record TV.

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Coluna escrita por Camila Júlia e Hiago Júnior para o selo 'Em Equipe' do site. Curtiu a matéria? Então compartilhe e faça este conteúdo chegar a mais pessoas.

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