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| Yon González e Amaia Salamanca em cena da série 'Gran Hotel' - Créditos: Jaime Olmedo Feijoo-Montenegro |
Parece que mudamos de ares, hein? Essa semana por escolha de você leitor saímos das novelas mexicanas, para o cenário das séries na Espanha.
Me ajude: Qual produção você gostaria de ler no @AparatoBlog nas próximas semanas?— Hiago Júnior (@Hiago__Junior) March 27, 2020
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| Yon González e Llorenç González em cena da série 'Gran Hotel' - Créditos: Jaime Olmedo Feijoo-Montenegro |
Produzida pela Bambú Producciones e emitida pela Antena 3 na Espanha, Gran Hotel é um dos grandes sucessos da emissora. Já exibida no Brasil sobre o título de 'Grande Hotel' pelo canal a cabo Globosat+ o seriado ganhou ainda mais notoriedade quando passou a fazer parte do catálogo mundial da Netflix.
Composto por três temporadas - Gran Hotel - está disponível em áudio dublado e original para os assinantes da Netflix. Protagonizada por Amaia Salamanca e Yon González a produção ainda conta com as atuações de Adriana Ozores como a grande vilã Teresa Alarcón e Pedro Alonso, o Berlim de 'La Casa de Papel'.
Mas Hiago, me responde uma coisa: Por qual motivo devo assistir Gran Hotel? A resposta é simples, porém complexa. E dessa maneira irei explicar nas próximas linhas.
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| Amaia Salamanca e Megan Montaner em cena da série 'Gran Hotel' - Créditos: Jaime Olmedo Feijoo-Montenegro |
Ideia original de Ramón Campos (Alta Mar, Las Chicas del Cable, Velvet e Bajo Sospecha) e Gema R. Neira (Fariña, Tiempos de Guerra e Velvet Colección), Gran Hotel leva a assinatura de produção de Ramón Campos, criador/produtor e Teresa Fernández-Valdés (Traición, Seis hermanas e La embajada). E deste ponto que nasce o primeiro acerto da série: sua equipe. Ramón, Gema e Teresa são companheiros de produção em vários outros projetos, entre os citados acima e essa parceria traduz o nível de entrosamento e criação de conteúdo. Assim como toda amizade o apontamento de erros é um feedback importante, atitude que gera atrito e posteriormente resolução. Ação bastante comum nas equipes espanholas que quase sempre compartilham os mesmos profissionais por anos, garantindo apetite voraz para novos projetos.
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| Pedro Alonso em cena da série 'Gran Hotel' - Créditos: Manuel Fernandez-Valdes |
Vilões
Para que um produto televisivo tenha vida é preciso criar argumentos para que sobreviva, e neste caminho surgem os vilões. Base de toda série, filme ou novela, os vilões são parte fundamental de uma trama, e neste quesito 'Gran Hotel' tem dois grandes representantes. Pedro Alonso e Adriana Ozores respondem ao núcleo da maldade, que vai deste tentativa de assassinato até intrigas, mentiras e estupro. O ingrediente ideal para alimentar os fãs da série, que torcem para o casal de protagonistas vividos por Amaia Salamanca e Yon González.
Roteiro
O suspense é o grande elemento surpresa do roteiro de Ramón Campos e Gema R. Neira, a dupla entrosada com a equipe de roteiristas conduziram grandes reviravoltas para o protagonista Julio Olmedo, perda de pessoas, amizades desfeitas, intrigas, injustiças, amores perdidos. E tudo de uma maneira que gere empatia para o intérprete, Yon González, conhecido do telespectador espanhol teve em 'Gran Hotel' uma das suas melhores atuações, e graças a boa condução do roteiro, que através de falácias de época, amores impossíveis e mistérios imcompreensíveis trouxeram gás para três temporadas de puro ódio e amor.
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| Adriana Ozores em cena da série 'Gran Hotel' - Créditos: Enrique Baro Ubach |
Coadjuvantes bem trabalhados
Apesar de ter vilões e protagonistas bem definidos, Gran Hotel tem outro grande acerto: seus coadjuvantes são bem aceitos e conduzem importantes reviravoltas na série. Por ser uma trama de época, o seriado acaba tendo um elenco bem enxuto que vai e vem de acordo com o andamento das tramas e subtramas, desta maneira, torna-se essencial a figura dos coadjuvantes na retomada de grande parte dos empecilhos do projeto.
Eloy Azorín (Javier Alarcón), Luz Valdenebro (Sofía Alarcón), Llorenç González (Andrés), Marta Larralde (Belén), Concha Velasco (Ángela Salinas) e Megan Montaner (Maite) são exemplos claros de personagens que contribuem neste aspecto de sobrevida de 'Gran Hotel', partindo deles segredos, mortes e rupturas de caráter que alimentam a linha folhetinesca do seriado.
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| Eloy Azorín, Marta Hazas e Dion Córdoba em cena da série 'Gran Hotel' - Créditos: Manuel Fernandez-Valdes |
Direção
Sílvia Quer, Carlos Sedes, Jorge Sánchez-Cabezudo, David Pinillos, Max Lemcke, Jorge Torregrossa e Manuel Gómez Pereira são os responsáveis pela direção dos episódios de 'Gran Hotel'. O êxito coletivo é autoexplicativo, a turma trabalha muito bem com o conceito 'série de época'. Os trejeitos, vestimentas, cenários e iluminação são exemplos deste contexto, que envolvem o telespectador e os conduzem a Espanha do século passado, uma viagem que no fim acaba e muito valendo a pena.
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| Yon González e Amaia Salamanca em cena da série 'Gran Hotel' - Créditos: Manuel Fernandez-Valdes |
Romance
O principal ingrediente da série é o romance e por mais que o suspense caminhe atrelado, quem dita as regras mesmo é o amor. Parte do romance dos protagonistas e coadjuvantes do seriado geram a culminação de momentos importantes. Pedro Alonso o grande vilão, por exemplo, rege suas maldades através da paixão exacerbada que nutre por Alicia Alarcón, personagem de Amaia Salamanca, mesma sensação vivida por Andrés (Llorenç González) que perde a noção da dignidade pelos torpores de paixões não correspondidas.
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| Pedro Alonso em cena da série 'Gran Hotel' - Créditos: Manuel Fernandez-Valdes |
Outras versões
Obviamente devido ao sucesso de 'Gran Hotel' a série ganhou outras versões ao redor do mundo, a primeira delas foi na Televisa, México, com a adaptação do seriado pelo produtor Roberto Gómez Fernández em formato de novela. Protagonizada por Erick Elías e Irene Azuela e antagonizada por Diana Bracho e Jorge Poza, El Hotel de los Secretos, apesar de bem feita e ter certa representatividade com a cultura mexicana de época, padeceu em alguns aspectos. O remake que não foi tão fiel a obra original, viu sua audiência cair a medida que a trama não foi comprada pelo 'público do sofá' e por mais que a estética de direção agradasse, os cenários e edição deixaram a desejar. Outro grande equívoco foi dar prioridade ao mercado americano, estreando 'El Hotel de los Secretos' na Univision e não no Las Estrellas, como era de costume. Quando enfim chegou a TV mexicana, o espectador já havia consumido o folhetim por outras telas. Não teve volta. Apesar de tudo, foi elogiada pela crítica mexicana e ganhou duas estatuetas do Premios TVyNovelas 2017 por conta da presença do cantor Carlos Rivera no elenco.
'Grand Hotel' foi a segunda versão, desta vez com maior investimento e condução de um grande canal americano, a ABC. Novamente, outra falha. A série não passou da primeira temporada e motivos não faltam: ao tentarem dar contemporaneidade ao seriado, todo a simpatia e aura de mistério foi suprimida, dando espaço a um enredo baseado na ostentação, corpos seminus e suspense como terceiro plano. O romance perdeu o foco e a série foi perdendo audiência a cada novo episódio. Acabou cancelada pela ABC.
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| Manuel de Blas e Amaia Salamanca em cena da série 'Gran Hotel' - Créditos: Enrique Baro Ubach |
Em alta no Brasil, as séries espanholas tem ganhado cada vez mais adeptos em todo mundo, Élite, La Casa de Papel, Toy Boy, são exemplos recentes desta investida. Apesar de esquecida no catálogo da Netflix 'Gran Hotel' é outra grande série que merece destaque e consequentemente o seu streaming.
Aproveite e leia também a coluna da semana passada sobre a novela 'Caer en Tentación'. E faça o grande favor de entrar no meu Twitter e ajudar a escolher o próximo assunto.
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