Aparato do Entretenimento: CRÍTICA: Disney Bia termina sua exibição na Disney entre erros e acertos
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CRÍTICA: Disney Bia termina sua exibição na Disney entre erros e acertos


Isabela Souza protagoniza "Bia" e se destaca junto a Agustina Palma e Giulia Guerrili. - Divulgação: Disney 


A trama assinada por Mariana  Efron e Carmen Lopez narra a história de um grupo de jovens criadores de conteúdo online que tem a tecnologia como forma de expressão

Grande aposta da Disney para este ano "Bia" teve sua primeira temporada finalizada na última sexta-feira, sendo o projeto mais pretensioso do canal na América Latina trazendo o público para vivenciar de perto uma experiência inovadora, que ao longo dos seus 60 capítulos, viveu altos e baixos que serão abordados ao longo desta crítica que para facilitar a leitura dividimos entre aspectos positivos e negativos.


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Isabela Souza e Julio Peña foram um dos destaques de Disney Bia - Divulgação: Disney Latam
Positivos

#Abordagem
A maneira como abordaram temas complexos como a Gordofobia sofrida pela personagem defendida por Mica Diaz, foi um dos acertos da trama. A personagem em si cresceu durante a novela passando de uma inexpressiva participação na primeira parte, onde apenas corria atrás de Jhon, seu interesse amoroso, para uma personagem densa e cheia de nuances que foram bem argumentadas no plot da Fast Ritmo, onde a dançarina se mostrou forte e resiliente quando teve o uso sua imagem manipulada pelos jurados do concurso somente para atrair audiência. 


A atriz correspondeu cenicamente e sua personagem liderou uma das mais importantes mensagens da novela de maneira sutil e brilhante. A Celeste, personagem defendida por Agustina Palma evoluiu muito quando passou a falar abertamente sobre suas consultas com a psicóloga que foi extremante importante para quebrar o tabu com relação aos profissionais e sua necessidade principalmente com os jovens de onde vem a maior parte da rejeição com esse tipo de tratamento. Palma, foi feliz ao colocar delicadeza a sua interpretação principalmente nos dilemas da personagem. 

Mica brilha em cena como Dayse

#Binuel

O maior acerto de "Bia" é seu casal protagonista Julio Peña e Isabela Souza, os dois são visuais ou seja são esteticamente bonitos e possui um bom contraste de cena na tela e exalam química. A narrativa dos dois também foi um acerto a se destacar, mesmo cercados de clichês os dois sabiam que queriam um ao outro e cresceram juntos no decorrer da história.


As estrelas de Disney Bia justificaram muito bem o porque deram a eles os personagens principais da novelinha. Julio Peña brilha em suas cenas de drama, principalmente as cenas que comparte com Fernando Dente e Isabela Souza, sozinho ele não faz feio, mas se destaca quando divide a cena. Isabela Souza, deu a Bia Urquiza, a vida que a personagem precisaria para ganhar forma, não existe outra que pudesse interpretá-la como Souza faz dando toques de drama e humor sarcástico na medida certa para aquela que é de longe a melhor protagonista feminina na história da Disney.

#Gabriela di Grecco   

A forma como a atriz conduziu o enredo de sua personagem e sua entrega nas cenas de drama merecem ser exaltadas. Mesmo presa em apenas um cenário, muda o jeito de atuar, a maneira como fala com a Bia, suas questões internas e até mesmo a forma como lida com sua vida amorosa, são exemplos de como consegue imprimir nas cenas, maneiras distintas de expressividade e tom.

Gabriela & Isabella em cena de Disney Bia

#SoyCarmin

Desde seu inicio, Carmin foi uma incógnita e ao longo da trama ficou claro que não tinha motivações antagônicas será que a Disney não a vendeu errado? Não! Ela simplesmente foge do clássico clichê de vilania, ao invés de rivalizar com Bia ou com o próprio Fundom a personagem é uma maneira de mostrar que as vezes nós somos nossos próprios vilões e acabamos nos transformando em antagonistas de nós mesmos, quando deixamos de ser quem de fato somos e pautamos nossa vida em corresponder metas e expectativas de terceiros e acabamos vivendo sob uma mascará que acaba sendo mortal e decisiva em nossas vidas. Andrea de Alba merece todos os aplausos do mundo para a sua brilhante capacidade de transformação cênica na virada da personagem, além do seu esforço em lapidar um personagem que a princípio não entregava nada a ela. A construção da Carmin passou de uma personagem odiada para uma das mais queridas, tornando-se um dos pontos altos da série.

Andrea de Alba intepreta Carmin em "Bia" - Divulgação: Disney Channel LA.
#UniversoBia

Uma das características mais marcantes deste projeto em relação aos anteriores é a convergência de mídias onde o público em tempo real interagia com os personagens no espaço da web. Tudo funcionou perfeitamente: as contas foram abastecidas no perfil dos personagens no Instagram, as tags funcionaram e os vídeos gravados por eles iam imediatamente para a conta da Disney no YouTube. Palmas para a agência de mídia da Disney, de fato essa estratégia foi um dos grandes logros do projeto.


Negativos

#AlexApatico

Antagonista masculino, Alex é um típico personagem sem brilho cuja motivação beira ao ridículo. Ele existe por apenas existir, pois não tem funcionalidade alguma dentro da história a não ser conquistar a antipatia geral do telespectador. 


Guido Messina em cena como Alex 

#Descontinuidade

As histórias de alguns personagens foram esquecidas e abandonadas ao longo dos capítulos: Chiara e o déficit de atenção foi abordada na primeira parte da temporada, que sem explicação foi abandonada, assim como a relação do Pietro e sua insatisfação com a futura profissão. Histórias descontinuadas é o que não faltou nesta primeira temporada de "Bia". 


Outro a se citar é a questão da faixa colocada na porta da casa dos Urquiza, onde foi mostrado o verdadeiro culpado pelo ato, mas o personagem defendido por Guido Messina praticamente não fez nada com a informação e continua sofrendo acusações calado, o que é incoerente com a sua personalidade. 

A Cobra em contrapartida possuiu até mais relevância do que o item anterior, mas continua sendo um mistério e acabou sendo esquecida na reta final da história. Ué? Os personagens perderam de repente o desejo de desmascarar a pessoa por trás dos ataques? Alô Chiara? Alô Celeste? E o que falar da bicicleta sabotada por Alex? Até hoje Bia não descobriu sobre o suposto esquema de roubo envolvendo seu querido meio de transporte. 

#EstelaRibeiro

A atriz brasileira não foi bem aproveitada durante toda a trama e a personagem acabou ficando aquém do seu talento, esperamos que esse erro sejá corrigido na próxima temporada Disney. Ela merece ter seus 18 anos de casa sendo valorizados.


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#UPS.. Falha no Casting

Alguns atores de "Bia" são apáticos e outros não corresponderam aos personagens, não conseguindo entregar algo interessante, são exemplos claros: Luis Giraldo, Guido Messina e Daniela Trujulio. 

#HistoriaComplexaParaOPublicoAlvo 

As tramas de Bia fogem dos clichês básicos de tramas juvenis e ao fazê-las acabam repelindo uma parcela de pessoas que não estão acostumadas com esse tipo de abordagem narrativa. É necessário uma maturidade para entender subtramas dos personagens, algo que não se era cobrado em suas antecessoras. Paula é uma personagem que descreve bem o que estamos tratando, ela é densa e a atriz brilha ao interpretá-la no alto de sua ambiguidade. Está errada realmente em não aceitar o fruto de uma traição conjugal em sua casa? É um questionamento que muito se fez, mas nunca conseguiram responder visto que a personagem foi rejeitada pelo público sem ao menos entender a pressão e manipulação que sofreu do marido, que a envolveu em uma teia de mentiras, pois somente conseguiram enxergá-la como alguém que fazia mal ao protagonista. A Disney pesou a mão na complexidade e esqueceu de colocar suavidade na história.




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Bia volta em 2020 com novas emoções, o gancho final foi o reencontro tão esperado das irmãs Urquiza.


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Escrita por Graziely Sofia e Leandro Martins
Revisão: Hiago Júnior


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