Aparato do Entretenimento: CRÍTICA: A luz do "Segundo Sol" é ágil e envolvente
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CRÍTICA: A luz do "Segundo Sol" é ágil e envolvente

Emílio Dantas (Beto Falcão) e Giovanna Antonelli (Luzia) em imagem promocional da novela - Créditos: GShow

Após o sucesso de “Avenida Brasil” em 2012, João Emanuel Carneiro tentou repetir a dose com “A Regra do Jogo”, o folhetim, por sua vez, não agradou o seu público [convenhamos não era de todo ruim]. Pois bem, os anos se passaram, o próprio João amadureceu e uma nova chance surgiu. “Segundo Sol” chega ao público em um bom momento, após a “fábula” de Walcyr Carrasco, uma trama mais densa, porém verossímil se via necessário. 


Com raízes na Bahia a novela que leva a direção geral de Maria de Médicis e artística de Dennis Carvalho, narra a trajetória de Beto Falcão, um cantor fracassado que é dado como morto e com o seu estopim fúnebre estampado em todas as manchetes dos jornais, volta a ganhar notoriedade e consequentemente dinheiro.

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Direção 

O rompimento de João Emanuel Carneiro com a direção de Ricardo Waddington e Amora Mautner, e sua parceria com Dennis Carvalho e Maria de Médicis foi uma surpresa ao encontrar uma sequência envolvente de cenas ágeis, rotineiras e românticas, que sabiam pontos exatos para capturar o que havia de mais puro em cada um dos personagens. A direção mostrou-se eclética, sabendo variar com sucesso, as condições de gênero que cada núcleo exigia no folhetim, sendo romance, suspense ou humor. 

Beto e Luzia se beijando - Reprodução: Twitter: @RealitySocial / Créditos: Rede Globo

Fotografia 

Quem nunca se imaginou em um cenário paradisíaco? Quase impossível não encontrar alguém que nunca tenha se rendido ou se imaginado em tal. Pois bem, essa foi a roupagem apresentada em “Segundo Sol”. No quesito fotografia, a trama não fica perdendo para outros grandes sucessos como “A Força do Querer”, “O Clone” e “Além do Tempo” por exemplo que expuseram na vitrine cenários e campos antes desconhecidos ou pouco explorados. Com um estilo menos intimista, limpo e com pouca incidência de efeitos para escurecer e intensificar o plot de filmagem -“Segundo Sol” - acerta pela pontualidade ao assumir ser real ou próximo do real. Não parece um filtro de Instagram ou uma camada de efeito para causar impacto no seu público, algo muito discutido por exemplo em “Velho Chico” de Benedito Ruy Barbosa. A julgar pelo primeiro capítulo, a docilidade e sutileza para retratar paisagens como em Trancoso e Salvador, é o ponto certeiro da direção: assumir algo que será fácil de condizer e contrastar com a estonteante e brilhante segunda fase, nos tempos atuais, regrada a muita badalação, luzes noturnas e cenários mais mais sombrios. 
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Trilha Sonora 

Se algo despontou no primeiro capítulo de “Segundo Sol” este título pode ficar a cargo da sua trilha sonora. A começar pela abertura com a mixagem da canção de Cássia Eller “O Segundo Sol” com a grupo BaianaSystem, teor simplório, porém reciclado e atual. Destaca-se ainda “Me Abraça” do duo musical Anavitória que enlaça o casal protagonista, “Axê Pelô” interpretada pelo próprio Emílio Dantas (Beto Falcão). Mudando para o internacional a trilha também não brincou em serviço, “No Roots” de Alice Merton deu um ar mais lúdico e factual ao enredo, assim como Justin Timberlake com “Say Something” feat com o cantor Chris Stapleton. Para fechar a trilha sonora ainda conta com grandes intérpretes da música brasileira como Maria Gadu, Tiaguinho, Chico Buarque, Netinho, Caetano Veloso, Alcione, Daniela Mercury… Que serão apresentados no decorrer dos próximos capítulos. 


Repercussão 

Como era de se esperar a internet foi abaixo, tão logo o "Jornal Nacional" encerrou seus créditos e deu-se início a novela, o Twitter, um dos melhores termômetros para se medir repercussão em assuntos referentes à TV mostrou seu poder. Twitteiros subiram hastags como: #SegundoSol, GiovannaAntonelliÉLuzia, Beto, além dos nomes das vilãs da trama: Laureta e Karola, interpretadas respectivamente por Adriana Esteves e Deborah Secco. Entre os destaques e situações, os fãs do novo trabalho de João Emanuel Carneiro evidenciaram a presença de Adriana Esteves e possíveis comparações com a icônica Carminha de “Avenida Brasil”. O retorno de Deborah ao horário nobre da TV e o elo shippavel do casal protagonista. Trilha sonora, a brasilidade da trama e a agilidade dos acontecimentos do capítulo de estreia. Outro detalhe foi bem visto, tornou-se meme e já circula na rede social do pássaro azul, um suposto erro de continuidade onde um homem aparece deitado no barco em uma cena onde supostamente deveria enquadrar apenas Beto Falcão (Emílio Dantas) e o pequeno Ícaro (Thales Miranda). 

Cena que virou meme - Reprodução Twitter: @RealitySocial - Créditos: Rede Globo
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Vilãs da trama de João Emanuel Carneiro, Laureta e Karola - Créditos: GShow

O
que ficou e o que podemos esperar? 


Com uma narrativa ágil e um texto envolvente, a estreia cumpriu com êxito a função de apresentar os personagens principais proporcionando um gosto de quero mais. Com a simplicidade do interior bahiano, vivida pela personagem Luzia (Giovanna Antonelli), à uma vida de luxo e golpes da capital Salvador encarnados pelos vilões da trama Karola (Deborah Secco), Laureta (Adriana Esteves) e Remy (Vladmir Britcha), Beto Falcão aparece nesses dois polos como um personagem profundamente humano, que ficará dividido entre a fama que reaparece com a suposta morte, e o amor que se desenvolve logo nas primeiras cenas. 

A grande jogada do roteiro está nas mãos da dupla de vilãs, Laureta e Karola, as quais dessa união controlarão os rumos da história com armações e golpes envolvendo o casal protagonista. 

Longe de ser maniqueísta, "Segundo Sol" apresenta uma trama linear, deixando no ar uma luz que envolverá tanto o clássico folhetim, com a tradicional pegada popular da brasilidade do nordeste do país, envolvendo o já conhecido suspense do emaranhado jogo de cama de gato que só mesmo Carneiro consegue fazer. 

A narrativa sólida, falas críveis e fiéis ao popularesco, apenas evidenciam o notório apreço de João Emanuel pela emoção ao criar seus personagens: são humanos, densos e próximos da realidade. Não é regra, mas Carneiro aposta no factual. Suas obras são assim, personagens cativantes, íntegros e com sentimentos expostos à flor da pele seja para o bem ou seja para o mal. Em sua nova incursão no horário estrelar, até o momento, nada mudou. João ainda reflete a sagaz realidade das ruas, entronches de escaletas de telejornal e palavreado do cotidiano. E melhor, parece que o autor do sucesso “A Favorita” aprendeu com seus “erros”. 

O que é certo, é que podemos esperar embalados no sol da Bahia, uma trama quente, ágil e bem colorida, que não terá tempo para enrolações, e que concomitantemente apesar de nossa vida acelerada da realidade, proporcionará um espaço para refletirmos a respeito de uma nova luz que podemos abrir para nós mesmos, a luz de um segundo sol.

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Essa coluna foi escrita por @Hiago__Junior@alencraziando para o selo #EmEquipe do site. 




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