Aparato do Entretenimento: Chaves e Chapolin: A história por trás da dublagem bem-sucedida do sucesso mexicano
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Chaves e Chapolin: A história por trás da dublagem bem-sucedida do sucesso mexicano

Créditos: Televisa S.A/Grupo Chespirito

Na semana passada começamos essa série de textos sobre ‘Chaves’ e ‘Chapolin’ falando sobre o início das séries do México, sobre a chegada delas no Brasil e sobre os episódios inéditos/perdidos/semelhantes. Hoje vamos falar sobre o cenário que foi responsável por grande parte do sucesso aqui no Brasil: a DUBLAGEM.

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Pois bem, vamos voltar lá pra 1979, ano que aconteceu a primeira greve de dubladores no Brasil. Essa greve fez com que vários dubladores não quisessem mais voltar para os estúdios onde eram contratados e formassem assim cooperativas. Surgiu deste retrospecto a ‘Com Arte, a Elenco Produções Artísticas’ de Felipe DiNardo e a ‘MAGA’ de Marcelo Gastaldi.


Na década de 80 o SBT tinha um núcleo de dublagem e pra não manter vínculo empregatício com os dubladores, a emissora contratava cooperativas para trabalharem em seus estúdios. As três cooperativas trabalhavam no núcleo de dublagem do SBT, sendo a MAGA a responsável por dublar as séries ‘Chaves’ e ‘Chapolin’.

MAGA era as iniciais do dono da cooperativa. Marcelo Gastaldi nasceu em 20 de outubro de 1944 em São Paulo, e foi ator, humorista, cantor, compositor e dublador. Participou do grupo ‘Os Iguais’ junto com Antônio Marcos, Apollo Mouri e Mário Lúcio de Freitas, que também participou da dublagem de ‘Chaves’ produzindo canções e dirigindo a dublagem musical da série. Gastaldi também atuou em novelas da TV Paulista, TV Tupi e no próprio SBT.


Em 1991 Gastaldi tentou trazer o humor das séries CH pro Brasil criando a série ‘Feroz e Mau Mau’. Produziu um episódio-piloto e apresentou aos diretores do SBT. Infelizmente não houve acordo entre ele e o pessoal da emissora, fazendo com que ‘Feroz e Mau Mau’ não fosse pra frente, ficando apenas no episódio-piloto que está disponível no YouTube.

Marcelo Gastaldi é tido como o grande responsável pelo sucesso das séries de Roberto Gómez Bolaños no Brasil, pois foi ele quem escolheu as vozes e foi um dos diretores da dublagem das séries, além de dublar o ‘Chaves’ e o ‘Chapolin’. O talento e a genialidade de Gastaldi fizeram com que a dublagem de ‘Chaves’ e ‘Chapolin’ fosse uma das melhores feitas no Brasil, sendo reconhecida até pelo próprio Bolaños. Um grande marco na dublagem brasileira. Infelizmente, Marcelo Gastaldi faleceu em 03 de agosto de 1995, sendo vítima de leucemia.


Além de Gastaldi no Chespirito, a dublagem clássica das séries CH tem Marta Volpiani dublando Florinda Meza, Potiguara Lopes e Osmiro Campos dublando Ruben Aguirre, Nelson Machado dublando Carlos Villagrán, Carlos Seidl dublando Ramón Valdés, Mário Vilela dublando Edgar Vivar, Sandra Mara Azevedo e Cecília Lemes dublando Maria Antonieta de Las Nieves, Helena Samara dublando Angelines Fernández e outros mais. Todos escolhidos por Gastaldi sem teste, apenas com o grande conhecimento e talento do dublador. 

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Uma coisa que acontecia nos anos 80 e que acontece até hoje é o fato do SBT fazer adaptações nas produções mexicanas com o objetivo de as deixar mais “brasileiras” o possível. Hoje em dia acontece de forma mais leve, mas nos anos 80 acontecia de forma bem mais pesada. Como falamos na semana passada, ‘Chaves’ e ‘Chapolin’ chegaram ao Brasil sendo divididos em vários lotes. O SBT comprava uma certa quantidade de episódios e alguns anos depois comprava uma outra quantidade de episódios. 


Créditos: Televisa S.A/Grupo Chespirito

Isso fez com que acontecesse uma coisa inusitada na dublagem. É o seguinte: o primeiro episódio da saga de Acapulco foi dublada em 1988, uma época em que a emissora tinha liberado falar o nome das cidades mexicanas. Portanto, no primeiro episódio o nome Acapulco foi mantido. Já o restante da saga só veio em 1990, e na época a ordem era essa: “trocar os nomes de cidades mexicanas por nomes de cidades brasileiras”. Na década de 80 essa ordem já existia, porém ao que tudo indica, no final dos anos 80 houve uma trégua. Porém, em 1990 a emissora voltou a proibir nomes de cidades mexicanas na dublagem e o que aconteceu? Acapulco teve que virar Guarujá no restante da saga. Outra coisa que aconteceu é que vários episódios foram adquiridos duas ou mais vezes, e isso fez com que um único episódio tivesse duas ou mais dublagens. Depois que o SBT encerrou seu núcleo de dublagem, a MAGA teve seus estúdios alugados para a MarshMallow em 1990, levando ‘Chaves’ e ‘Chapolin’ para lá. A última vez que a MAGA dublou as séries foi em 1992.


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Além da dublagem clássica do ‘Chaves’, destaca-se também a do ‘Programa Chespirito’ exibido pela CNT feita pela BKS no final dos anos 90 e no SBT feita pela Gota Mágica, a dublagem para os box de DVD’s da Amazonas Filmes, por sua vez foi desenvolvida pelo Studio Gábia, enquanto a dublagem dos episódios inéditos teve a assinatura da Rio Sound/Dubrasil para o SBT e a dublagem do Multishow feita pela Som de Vera Cruz. Além de Marcelo Gastaldi, outros dubladores também emprestaram sua voz para os personagens de Chespirito, dentre eles Cassiano Ricardo na dublagem do ‘Programa Chespirito’ no SBT, Tatá Guarnieri no box da Amazonas Filmes e Daniel Müller que é o atual dublador. A dublagem clássica de ‘Chaves’ e ‘Chapolin’ vai sempre ser lembrada como uma das melhores dublagens brasileiras existentes


Bom galera, é isso. Espero que tenham gostado!

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