Aparato do Entretenimento: CRÍTICA: "Noobees 2" sai de cena de uma maneira coerente e linear
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CRÍTICA: "Noobees 2" sai de cena de uma maneira coerente e linear


Noobees 2 sai de cena de uma maneira coerente e linear - Divulgação: Viacom Internacional

Quando o primeiro episódio da segunda temporada de "Noobees" estreou na Nickelodeon, fiz algumas observações que mediante a progressividade da novela, foram se confirmando enquanto outras caíram. No geral posso reafirmar que a evolução em relação a primeira temporada se concretizou de maneira continua e elevada até a última batalha entre gamers e avatares.


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Sinopse

Silvia e David estão desfrutando das férias escolares e do recém relacionamento amoroso e longe de qualquer competitividade que envolve o mundo dos e-sports, mas o que eles não temem é que sua suposta e derrotada ameaça, pudesse retornar com um plano de destruição ao jogo. "Game over" tem um plano e para concretizá-lo domina avatares e os manipula ao seu bel prazer, levando Arthina e Rocco ao mundo real com a missão de separar o tão feliz casal e manipular os humanos até que a dominação destes esteja concluída.


No meio disso, as equipes Rockers e Noobees precisam passar por diversas equipes para se consagrarem campeões da LVP (Liga de Videojogos Profissional) - o mundial é o objetivo de qualquer gamer e até a consagração os times precisam usar de suas melhores estratégias para dominar o Labirinto. 

trailer "Noobees 2" - Viacom Internacional

Roteiro

Na primeira crítica que assinei sobre o primeiro episódio, destaquei o realismo fantástico na narrativa escrita por Marcela Cittero, que usou este recurso de maneira sutil e agradável, atitude que se manteve ao longo dos 59 capítulos e por mais que o texto ainda continuasse raso e fraco, o que é até compreensível, justamente por se tratar de um argumento infanto-juvenil que não compromete tanto; tudo é compensado por outros elementos. Embora. Vamos lá, mais uma vez: essa ação compromete a interpretação e o desempenho cênico dos atores, o que tratarei mais pra frente.

A interação dos núcleos centrais de Avatar City e do mundo real se conectaram por mais louco fosse embarcar na ideia. Citterio como autora argumentou com elementos textuais e visuais induzido a esquecer por um momento a lógica e imediatamente passar a acreditar que aquilo era possível, o que tornou a experiência mais creível.


Noobees 2 trouxe arcos mais interessantes, personagens melhores argumentados dentro da proposta inicial e sobre tudo, organização e coerência. Diferentemente do seu primeiro ano, a segunda etapa foi linear e coerente, mesmo contendo buracos, a demanda não interferiu tanto na obra total.


Elenco de Noobees 2 - Divulgação: Viacom Internacional


Atuação

Elemento chave para qualquer história a atuação é um ponto que no primeiro episódio peguei muito no pé e sim, fiz diversas observações criticando alguns atores do elenco, mas algo que continua até aqui como um fato irremissível são as minhas palmas para dois atores que brilharam mais do que qualquer outro: Julian Cerati e Karlies Romero intérpretes de Arthina e Rocco, respectivamente, ambos conseguiram um dinamismo cênico incrível e tornou a dupla a melhor coisa da temporada. 

Cerati com o Rocco conseguiu o ponto certo de comédia e brilhou tanto quanto sua parceira de cena que tinha nas mãos uma personagem de muitas camadas e muita delas fortes. Romero é um nome que se deve ficar de olho.

Michelle Olvera ao longo da temporada entregou uma Silvia careta e sem muita dificuldade, ela conhecia a personagem entendia seus sentimentos e motivações, apenas ia lá e fazia. O único momento que se exigiu dela foi no arco da Silvix, a versão maligna de Silvia já avatarizada, demostrou as subcamadas da personagem e os tons (de ambas) mostrando que é uma excelente atriz. 


Andy D teve seus altos e baixos ao longo dos episódios e desta vez foram mais altos do que baixos e diferentemente do primeiro ano ele conseguiu dominar o personagem e não sobrar. Encontrou o David, entendeu o que o personagem precisava e quem ele era, mas as cenas de drama ainda segue sendo seu calcanhar de aquiles. Escorrega, mas se recompõe rapidamente como galã de novela juvenil. Em outras palavras: não deixa a desejar, já que com Olvera consegue ter química realmente. Claramente a Silvia do David e o David da Silvia, a parceria deu certo. Química não chega ser um grande problema para Andy já que até mesmo com Romero, ele conseguiu ir bem e isso é um logro a se comemorar.

Majo Vargas, a antagonista Ruth é simplesmente solar, ela se divertia em cena, e logo se via um domínio por parte dela como atriz. Nos momentos de Ruth em Avatar City se descobriu uma Majo que brinca com camadas, que encontra a expressividade e joga com aquilo, buscando nas motivações do texto a vulnerabilidade necessária para entregar uma personagem brilhante. Vargas passeia no drama e na comédia perfeitamente bem. Inclusive, ela e seu parceiro de cena, Luiz Giraldo entregaram um casal cheio de química. Vale até uma ressalva: Luiz é um ator limitadíssimo e em todas as cenas entre Melvin e Ruth, ela sobrou mais do que nunca. 

Ginna Parra, no primeiro capítulo não mostrou para o que veio e isso foi destacado no primeiro texto, entretanto me retrato aqui. Ela brilhou no arco duplo que foi direcionada ao longo da novela. Parra foi feliz durante a excursão da Fernanda e da caster Estrela dando contrapontos importantes para ambas e trabalhando com tons diferentes. O que não aconteceu com seu parceiro de cena Alejandro Hidalgo, começou apático e seguiu apático ao longo da história, o Trovão não disse quem era e o ator por mais esforçado que fosse não conseguiu entregar nada.


Pipe Arcila teve seu personagem diminuído e isso é óbvio, porém o ator atingiu a excelência cênica independente disso. A dobradinha dele com o Andy foi um dos pontos mais altos da temporada, o bromance de Kong e David teve dinamismo, troca e química. Por falar em química um dos casais mais fofos da novela foi com certeza Kong e Nora, ambos tiveram uma cumplicidade cênica que transparecia na tela e tornava ambos um casal que dava gosto de torcer.

Por falar em Nora, a atriz Camila Pábon foi um dos destaques da série junto com Brendon Figueredo que evoluiu muito.


Fotografia e Direção


Os termos fotografia e direção andam juntas na produção e a de 'Noobbes' segue em boas mãos. O uso do efeito de câmera aberta usada nas cenas em Avatar City evidencia bem os efeitos e os cenários esplendorosos usados, apesar de alguns erros onde o chroma key é visto se reparar bem em alguns enquadramentos. O diretor é feliz ao tentar captar o melhor de cada ator em cena, apesar de alguns não corresponderem a tentativa. Ele é feliz no uso do espaço evidenciando que é o melhor do cenário.


Elenco Masculino de "Noobees 2" - Viacom Internacional

Por fim "Noobees 2" sai de cena de uma maneira linear e sem muitos erros, sendo uma série que cativou o telespectador alvo com personagens carismáticos e tramas bem armadas e argumentadas. Não é uma obra prima como de fato não é, porém não é de toda ruim. 

O maior logro de "Noobees 2" com certeza é sua autora Marcela Cittero, que mais uma vez cumpriu o que se propôs e não fugiu do tema.



Escrito por: Graziely Sofia
Revisão: Hiago Júnior

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