Aparato do Entretenimento: CRÍTICA: "Vencer el Miedo" acerta ao apostar no discurso aberto e na abordagem de temas relevantes
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CRÍTICA: "Vencer el Miedo" acerta ao apostar no discurso aberto e na abordagem de temas relevantes

Danilo Carreta e Paulina Goto em frame do trailer promocional da novela - Créditos: Televisa S.A

Acabou de ir ao ar no México o primeiro capítulo de "Vencer el Miedo, produção de Rosy Ocampo para o Las Estrellas, a telenovela marca o retorno da produtora ao casting do conglomerado mexicano.


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Assim como é de praxe aqui no Aparato, acompanhei a estreia da novela pelo Las Estrellas e trago para você leitor(a) do Aparato os pontos positivos e negativos da trama. Venha comigo.

  
Cena de Vencer el Miedo - Créditos: Televisa S.A

Altamente colorida a trama tem elementos de outras produções de Ocampo, a estética lembra "Antes muerta que Lichita" no estilo característico de câmeras, transposições de cenas e fotografia. É alegre e abusa da câmera de longa distância, tendo como contraponto o cenário milimetricamente pensado para estampar uma família de classe média do México.

A direção é coerente. Longe de grandes estardalhaços, é vísivel o balanço entre o simples e o factual, fugindo do pastelão e trazendo para si a responsabilidade de entregar um produto que forneça entretenimento e responsabilidade social. Fato comprovado com a inserção, pós créditos de depoimentos de mulheres solicitando a denúncia como forma de contribuir para romper o silêncio e contribuir com a liberdade de um relaciomento mal estruturado. A campanha é uma parceria entre Populacion Media Center e Fundación Televisa.


Protagonistas de Vencer el Miedo - Créditos: Televisa S.A

Produção

Por tratar-se de uma produção com enfática no cenário jovem, Vencer el Miedo, aposta na tranposição entre o clássico e o contemporâneo. É nítido a mão de Rosy Ocampo na busca de levar ao público algo que fuga do atual espelho da Televisa no prime time, algo que converse com o espectador de forma correta, transmitindo uma boa mensagem e que ao mesmo tempo corresponda como folhetim, trazendo romance e emblemáticas para o casal protagonista.


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Vencer el Miedo mescla tramas "rosas" - situações rotineiras e toda a espinha dorsal igualitária de uma boa telenovela - a uma temática que merece voz em pleno 2020, principalmente na América Latina, local onde os índices de feminicídio, violência doméstica e abusos psicológicos são ferramentas comuns e frequentes nas escadas de anúncios dos telejornais, onde a mulher é vista como objeto, sendo frágil e muitas vezes descartáveis.
 
Logomarca de Vencer el Miedo - Créditos: Televisa S.A

Uma trama repleta de jovens não poderia ser diferente, as cenas de pegação, romance, beijos, carícias, idas e vindas do amor, são recorrentes. O uso do artifício, pouca roupa, corpos sarados e transpostos ao calor do momento funcionam também na carpintaria e desenvolvimento dos takes.


Paulina Goto vive uma jovem com sérios problemas a sua volta, não é complacente com o machismo de seu pai, tampouco compreende a submissão de sua mãe, mesmo assim se vê presa em uma armadilha que pode custar seus sonhos e futuro. Uma personagem de camadas, que mistura evolução e retrocesso, a medida que aceita situações abusivas em seu relacionamento.

Diferente de seu último trabalho na TV, Paulina Goto, mostra amadurecimento e capacidade ao entregar uma personagem emblemática e que exije mais, dentre todas as que já viveu em sua carreira da TV aberta. A canção tema "Rompe" interpretada por Goto é altamente viciante.




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Alberto Estrella e Paulina Goto em cena da novela - Créditos: Televisa S.A

Alberto Estrella, conhecido no Brasil pelos papéis de homens violentos, como Juventino de "O Que a Vida Me Roubou", retorna a grade do Las Estrellas, agora na pele de Vicente Durán, um pai carrasco, machista e chucro. No primeiro episódio, Vicente foi o grande destaque. A naturalidade com que humilha sua esposa e filhas é angustiante, tanto que o público das redes sociais logo o rejeitou, fator positivo visto que Alberto da vida a uma espécie de vilão.


Emmanuel Palomares e Paulina Goto em cena da novela - Créditos: Televisa S.A

Emmanuel Palomares (Corazón que miente, Y mañana será otro día), assim como Alberto Estrella foi um destaque positivo do primeiro capítulo da novela. O ator que até então não tinha tido grandes oportunidades, conseguiu transpor para a tela todo o egoísmo de seu personagem, Rommel é asqueroso, mesquinho e intransigente, o par perfeito para causar os mais esperados embates com a feminista vivida por Paulina Goto. 



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A novela ainda tem muito para apresentar, assédio sexual, virgindade, uso de drogas, brigas de gangues, bem como atores que não estrearam no primeiro capítulo, César Évora e Danilo Carrera, são apenas breves exemplos.

A julgar pelo capítulo de estreia, Vencer el Miedo, mostrou folêgo para mais 40 e tantos capítulos. A estética da trama é boa, a direção correta e a atuação condizente com o esperado. É um folhetim para assitir e compartilhar. 


P.S: Quem morar no Brasil e tiver interesse de acompanhar a novela pode ficar feliz, Vencer el Miedo, será transmitida pelo Las Estrellas Latinoamerica, disponível em terras tupininiquins através da GuigoTV.

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