Foto promocional de "Fuego en la sangre" - Créditos: Televisa S.A |
No último dia 24, Adela Noriega, completou 50 anos - atriz que consagrou seu nome nas novelas mexicanas - hoje, prefere viver afastada de toda badalação que o show business propaga, assim como das manchetes de revistas, sites e dos programas de TV que sobrevivem da vida dos famosos. Adela Noriega se afastou de tudo. Sumiu. Desapareceu. E não há nem sinal de um possível retorno.
A coluna dessa semana relembra algumas das melhores produções de Adela Noriega e conclui se a intérprete de novelas de sucesso, faz falta ou não na televisão. Siga comigo.
Adela Noriega e Fernando Carrillo em foto promocional da novela "Maria Isabel" - Créditos: Televisa S.A |
María Isabel
Exibida no Brasil nos anos 2000, a adaptação de Carla Estrada exibida originalmente em 1997 foi sucesso de audiência e repercussão. Na obra, Adela interpreta uma índia pobre e ingênua que é enganada e acaba se apaixonando por Ricardo, um homem rico e de família.
O remake é a típica novela rosa, repleta de argumentos e vilões para fazer a protagonista sofrer. Uma história envolvente e que mostra a cultura mexicana de uma forma pouco antes vista. Com roteiro de René Muñoz, María Isabel tem fluidez de acontecimentos e narra de forma envolvente o drama da índia sofrida.
Thalia e Adela Noriega em cena do clássico Quinceañera - Créditos: Televisa S.A |
Quinceañera
Considerada a novela que abriu de vez as portas para Adela na Televisa, Quinceañera foi um divisor de águas na teledramaturgia mexicana. Outra produção de Carla Estrada em parceria com o roterista cubano René Muñoz, o folhetim tem no elenco Thalía, uma das figuras mais marcantes das novelas latinas.
Uma trama a frente do seu tempo, Quinze Anos, tradução literal para o Brasil apostou em temas importantes, porém pouco discutidos, devido ao receio e julgamento mundano que estes assuntos emitiam. Quinceañera falou sobre virgindade, estupro, consumo de drogas, gravidez, más companhias, entre outros e tudo isso nos anos 80.
Um dos folhetins a serem reescritos pelo projeto "Fábrica de Sueños" - Quinceañera - é um dos clássicos da carreira de Adela Noriega, que defendeu sua Maricruz Fernández com unhas e dentes.
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Adela Noriega em cena da novela "Amor Real" - Créditos: Televisa S.A |
Amor Real
Exibida no Brasil pelo SBT e TLN Network, a trama de época produzida por Carla Estrada em 2003 é considerado até hoje um dos grandes acertos da Televisa. Remake da novela "Bodas de Odio" de Caridad Bravo Adams, a obra tinha todos os elementos para envolver o telespectador, que acabou torcendo para o enlace amoroso dos protagonistas. Maria Zarattini não poupou esforços para reescrever a mesma história do passado e aproveitou para corrigir erros temporais que na versão de Ernesto Alonso havia deixado passar.
Fez tanto sucesso Amor Real que Carla Estrada abriu espaço para novas produções de época após o êxito do folhetim, assim nasceram Alborada e Pasión.
Adela Noriega e René Strickler em cena do clássico de Carla Estrada "El privilegio de amar" - Créditos: Televisa S.A |
El Privilegio de Amar
Indiscutivelmente o maior sucesso da carreira de Adela Noriega. Protagonizada ao lado de René Strickler, a telenovela foi um retumbante sucesso por onde passou. No Brasil até ganhou uma versão, intitulada Cristal e com Bianca Castanho no papel principal.
Outra produção que ganhará uma adaptação em formato de série pelo Fábrica de Sueños, El Privilegio de Amar é até hoje uma das novelas mais vendidas e com maior audiência da Televisa. Outra produção, adivinhem de quem: _______, ela mesma, Carla Estrada, que dessa vez atuou ao lado de Liliana Abud, criando um dos clássicos mais memoráveis dos anos 90.
Na trama que dispensa comentários, Adela interpreta Cristina, uma jovem garota que vive com o sonho de tornar-se uma modelo de sucesso, mas que acaba envolvendo-se em uma briga sem fim ao aceitar trabalhar para Luciana, uma empresária do ramo da moda, fria e sem amor. Grandes embates e um segredo; elas são mãe e filha.
Adela Noriega e Eduardo Yáñez em foto promocional da novela "Fuego en la sangre" - Créditos: Televisa S.A |
Fuego en la sangre
Quase sempre trabalhando nas obras adaptadas por Liliana Abud, Adela consagrou o seu estilo dramático e convencional. Na produção de Salvador Mejía, Adela dá vida a Sofía Elizondo, uma jovem sofrida e com coração gelado. O folhetim que conta com as atuações de Eduardo Yáñez, Jorge Salinas, Elizabeth Álvarez, Nora Salinas, Pablo Montero, Guillermo García Cantú, Ninel Conde, Susana Zabaleta, Diana Bracho e outros, foi premiada no Premios TVyNovelas como melhor telenovela.
Apesar de ter tido uma considerável repercussão no mercado internacional, boa audiência no México e ganhado várias reprises nos canais da Televisa, a novela nunca ficou no radar do SBT para uma exibição. Estranho, não?
Ernesto Laguardia e Adela Noriega em cena da novela Quinceañera (1987) - Créditos: Televisa S.A |
Afinal de contas, Adela faz falta ou não na TV?
Dona de uma interpretação única, Adela é uma atriz da "velha guarda" da Televisa e que foi conduzida a criar certos vícios durante as mais diversas cenas onde defendeu suas personagens. Com um olhar doce e vezes tempestuoso, sua atuação revela o esboço do que hoje a emissora de San Ángel busca mudar, uma mudança que tende as emoções mais próximas da realidade e com uma limpeza nas marcações dos amados "carões" para a câmera.
Adela Noriega por mais que tenha sido uma vertente desta época, respondia de uma forma mais natural aos enlaços das suas protagonistas. Compartilhava emoção quando era preciso e alegria quando se fazia necessário. Uma típica mocinha de novela mexicana, mas com ares de uma mulher que encontramos no dia a dia, uma mulher forte e destemida, sem medo de enfrentar a dura realidade que o mundo presenteia.
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Conversei com alguns fãs de novelas mexicanas sobre o assunto onde questionei exatamente isso: "Adela Noriega faz falta na TV?" - Aline Oliveira enfatizou: "Eu a amo, é uma das minhas atrizes mexicanas favoritas e sinto muita falta". Seguindo o bate-papo, Jose Fernando transcreveu: "Sim, Adela faz muita falta. Sua doçura e ao mesmo tempo amargura para interpretar fazem muita falta na TV nos dias de hoje". Conhecedor das tramas protagonizadas por Adela, José concluiu: "Adela é uma atriz que te leva da alegria, entusiasmo e euforia ao desespero, tristeza e melancolia em questão de instantes, apesar de sempre interpretar heroínas, cada uma diferente da outra, de adolescente sonhadora a mulher submissa, Noriega sempre se entregou 100% em todos seus trabalhos televisivos, ela é um mito da teledramaturgia mexicana. Assim como Ana Paula Arósio no Brasil, Adela resolveu afastar-se da televisão e quanto a isso respeito sua decisão, mas confesso que ficaria muito feliz que voltasse a tela do Las Estrellas". Para finalizar, Samuel Christopher disse em tom debochado: "Volta a trabalhar. Eu te imploro".
É amigos, a voz do povo é a voz de Deus. Adela Noriega, respeitamos sua decisão, mas se quiser voltar, a receberemos de braços abertos.
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Até semana que vem!
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