Tenho minha consciência limpa, sim, tenho mesmo. O estojo pode até ter parado na minha carteira, depois que acertou na cabeça da professora, mas nunca, em mundo algum, uma atitude destas passou pela minha alçada.
Traquinagens aconteciam, porem em doses homeopáticas e indolores. Uma conversa paralela aqui, uma bolinha de papel que voava sem querer ali, porém, todavia, entretanto, quando o professor ameaçava abrir a boca, o fecho do zíper (mental) calava a minha.
Mas aquele dia fugiu a regra, a Direção exigia minha presença. Queriam esclarecer o fato, colocar em pratos limpos. Escapatória? Jamais! Precisei colocar a cara a tapa.
Parou todos os afazeres, deixou a máquina batendo a roupa, a geladeira descongelando, o banheiro recém lavado, ainda cheirando a desinfetante. Quando pisou na escola, minha cabeça caiu, não de medo, mas principalmente de vergonha.
- A culpa não foi minha, mãe! - Estas foram minhas palavras, assim que consegui erguer o semblante em um arco de 45 graus.
Conversas, puxões de orelha, orientações... Ouvi de tudo um pouco e permaneci ali, imóvel. Quando cheguei em casa, o chinelo não me esperava, nem tampouco a cinta, ela sentou e quis saber a minha versão. O que falei em "confissão" sobre o assunto ficou ali, e tudo resolvido. Sem posteriores danos colaterais. E melhor, minha mãe, nunca mais teve que retornar a escola para resolver "meus problemas comportamentais".
Como disse no começo, minha consciência sempre esteve limpa.
Siga-me no Twitter: @Hiago__Junior
0 thoughts on “#BelaRecatadaEDoLar: "Mãe, deixa eu te falar, a culpa não é minha"”