Foto promocional de "Buenos Chicos". Créditos: El Trece/Pol-Ka Producciones |
Apostando no público jovem, a El Trece da Argentina estreou em sua programação a telenovela "Buenos Chicos" que narra as problemáticas de um grupo de jovens que acabam envolvendo-se em uma série de situações que os unem de uma maneira não esperada. Não vá embora, continue a leitura e confira as primeiras impressões da telenovela baseado no que foi apresentado nos cinco primeiros capítulos.
A trama destaca-se a princípio pela premissa, justamente por balancear em seu storyline uma proposta mais factual, e que apesar de embebida em questões típicas folhetinescas, fogem do já "batido" da América Latina. Não é uma trama única e originalmente distante de tudo já produzido, porém é um respiro em meio a tantas tramas corriqueiras.
Na sinopse, seis jovens totalmente apaixonados pela vida de baladas e festas, unem forças para invadir as casas de famílias em seu círculo social exclusivo. Porém em uma dessas rebeldias, uma brincadeira maliciosa acaba transformando-se em uma trama caótica de fraudes, roubos e até morte.
Pôster promocional de "Buenos Chicos". Créditos: El Trece e Pol-Ka Producciones |
Criada por Claudio Lacelli e Willy Van Broock, "Buenos Chicos" é sobretudo um thriller policial que abraça o drama familiar. O enraizamento é clássico, e neste sentido o gênero novela é abastecido nas veias do melodrama. É perceptível a ousadia dos autores em apostar na contemporaneidade, e prova disso são as inúmeras temáticas que a telenovela apresenta. Sendo desta forma, singular e até esperado que alguns temas estejam presentes, justamente por conta da cobrança do público, que em suma, jovem, é consideravelmente grande. E neste cenário o roteiro é preciso quando afugenta de certo modo o telespectador mais conservador, aquele que consumiria o projeto com um olhar mais torto, em contrapartida acalenta os corações daqueles que pensam contrário e buscam acolhimento. Isso não significa que a trama seja um projeto exclusivo para uma determinada faixa etária, pelo contrário, é uma obra importante pela discussão que proporciona - principalmente no seio familiar. Contudo é notório que uma parcela mais despojada sinta-se atraída pelos riscos dos personagens. E para alinhavar todo esse caos, o romance não falta e faz um papel de "cola" fundamental na trama, assim como o elo de amizade entre os protagonistas, situação que causa apego no telespectador.
Em relação aos cenários e a estética visual dos personagens, "Buenos Chicos" é feliz. E novamente uma coprodução da Polka Producciones e El Trece entregam uma trama vivida e próxima da realidade. Os cenários, muitos deles ambientando famílias de classe média alta possuem requinte e delineamento técnico. E tudo vale também para o figurino. As roupas, calçados, acessórios, penteados e até cortes de cabelo são coerentes e bem pensados, e sobretudo condizem de fato com os personagens. O uso de cores frias e não o de cores quentes outra vez diz muito também sobre o sentimental e na mescla de conflitos que vivem.
A direção é coesa e não entrega nada fora do comum ou que desabone o resultado final em tela. Seguindo para um "desague" onde os designs, enquadramentos e direcionamentos dos atores, muitos deles com pouca experiência - sejam válidos.
E por falar em atuação, o plot principal é assumido por jovens atores, muitos deles bons e com promessas de um futuro brilhante na teledramaturgia. É difícil encarnar adolescentes problemáticos, em muitas produções é trabalhar com o óbvio e gerir a antipatia do espectador. Porém aqui é um tanto quanto diferente, pois a união até invasiva das interpretações criam uma espécie de alusão ao fraterno - pois todos possuem seus problemas, suas perdas e danos e que abrem espaço para uma discussão sobre escolhas. É importante destacar o belo trabalho de Jerónimo Bosia, Ornella D' Elía, Gina Mastronicola, Tomás Kirzner, Agustina Tremari e Santiago Achaga - esse último em especial pelo nítido avanço na entrega atuacional. Contudo de modo geral, todos os atores são responsáveis pelo resultado satisfatório que a obra proporciona.
"Buenos Chicos" é urbana, noturna e caótica. Uma trama rápida, intensa e aberta para dialogar sobre escolhas. Sobre distinguir entre o certo e o errado. Uma obra que aparentemente tem os predicados para atingir e fomentar discussões válidas e pertinentes sobre atitudes e tomadas de decisões, que com o cuidado necessário pode entreter e ensinar. No Brasil, poder ser acompanhada gratuitamente pela conta oficial da El Trece no YouTube.
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