Aparato do Entretenimento: CRÍTICA | Vencer La Culpa: "Tendo como destaque o roteiro, telenovela produzida por Rosy Ocampo apresenta temas importantes com o afeto do gênero novela"
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CRÍTICA | Vencer La Culpa: "Tendo como destaque o roteiro, telenovela produzida por Rosy Ocampo apresenta temas importantes com o afeto do gênero novela"

As protagonistas de "Vencer la Culpa". Créditos: TelevisaUnivision 

Rosy Ocampo é uma das produtoras executivas mais conhecidas do México, com sucessos em seu currículo quase sempre associados a barra infantil e de comédia do Las Estrellas, Ocampo reinventou-se quando resolveu criar a franquia de telenovelas "Vencer".

Atualmente levando ao ar a quinta sequela da franquia, intitulada "Vencer la Culpa" a trama que apresenta em seu plot principal a luta de quatro mulheres para restabelecer seu lugar na sociedade, tem apostado nesta temporada em uma sequência de temas de interesse coletivo e social.

Direção

Assinada por Fernando Nesme e Benjamín Cann, a direção de cena e câmera não apresenta nenhuma novidade, muito pelo contrário, a proposta aparenta ser justamente a mesma e tudo é visualmente idêntico as temporadas anteriores; filtros ultra coloridos em contraste com a cultura mexicana, uma mescla de jovens promessas com atores consagrados. E neste sentido, apesar de super didática em alguns momentos, a direção é coesa.

Produção

Assim como a direção, Rosy Ocampo não se distancia das outras telenovelas do mesmo núcleo. A diferença aqui é justamente no texto, através de um roteiro que vai mais a fundo em temáticas pouco abordadas na TV aberta mexicana.

Roteiro

Criada por Pedro Armando Rodríguez e Gerardo Pérez Zermeño, a obra original que conta ainda com a adaptação de Alejandra Romero, Humberto Robles, Luis Gamboa e Daniela Ochoa - é um deleite quando o assunto é o direcionamento de roteiro. Um dos maiores acertos da franquia, "Vencer la Culpa" consegue amarrar muito bem temas importantes através de um dialética popularesca. Existe a tentativa e (acerto) para alinhavar os dramas das protagonistas em proporções quase que igualitárias, sobrando espaço até para tramas paralelas terem dignidade na abordagem. O desenvolvimento é bom, e restabelece a força perdida em comparação com a anterior "Vencer la Ausencia" que pecou neste sentido. E sim, a equipe de Rosy Ocampo é extremamente competente (nas devidas proporções que a TV aberta limita) para alongar e destrinchar alguns assuntos, entre eles o HIV, a transexualidade, a homofobia, o abandono afetivo, a violência patrimonial, o assédio moral e até o vício em jogos de azar. Outros temas já abordados nas obras da franquia retornam, entre eles a alienação parental e o assédio sexual. Embora a audiência não responda tão bem é preciso ser justo, a temporada é uma das melhores já feitas.

Destaques

Gabriel Soto é um nome que não tem descanso de tela na Televisa, o ator que emenda um trabalho ao outro - em "Vencer la Culpa" consegue um resultado satisfatório com o vilão Leandro. Um machista de marca maior, o ator está imerso no personagem e entrega cenas de asco total, sinônimo de um trabalho digno do intérprete que apesar do destaque positivo, merece umas férias.

Carlos Ferro retorna às novelas como protagonista e com um núcleo "polêmico". O que poderia ser um fator super interessante, mas sua atuação é bem comum. Longe de ser ruim, mas não é a sua melhor performance.

Claudia Martin vai na contramão, ela consegue um resultado coeso e dentro do esperado para Paloma, sua protagonista. A atriz que tem uma das temáticas mais válidas e atuais da telenovela, segue livre e simpática na tela. E somada a Carlos Ferro, sua pareja entregam um romance proibido aos olhos da sociedade com um tempero especial: dada a química de ambos.

María Sorté é a protagonista sênior que levanta o status da telenovela, Amanda é uma mulher destemida e que já inicia o folhetim com uma força de vontade para enfrentar o patriarcado; embora sua visão tenha certas fissuras ao longo dos capítulos, ainda sim é uma personagem de caráter fundamental.

Cabe ainda destacar as atuações de Paulina Treviño, Ingrid Martz, Helena Rojo e as estreantes Romina Poza e Jesusa Ochoa.

"Vencer la Culpa" é uma telenovela socialmente delineada e que abrange não somente o pragmatismo como também abraça fortemente o gênero novela. É coerente, leve quando precisa, mas que toca na ferida quando o telespectador necessita abrir os olhos. Uma exibição no Brasil seria muito bem-vinda.

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