Aparato do Entretenimento: Primeiras Impressões | Los Ricos También Lloran: "Moderna, romântica e dramática, versão 2022 da Televisa se apresenta como uma bela revisitação das obras anteriores"
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Primeiras Impressões | Los Ricos También Lloran: "Moderna, romântica e dramática, versão 2022 da Televisa se apresenta como uma bela revisitação das obras anteriores"

Claudia Martín e Sebastián Rulli em cena da novela 'Los Ricos También Lloran'. Créditos: Televisa S.A/W Studios

Após produzir o remake em formato de série da novela 'Rubí' para o selo 'Fábrica de Sueños' - Carlos Bardasano, através da W Studios e em parceria com a Televisa Studios agora está a frente de outra grande revisitação dos melodramas latinos. A peça folhetinesca escolhida foi 'Los Ricos También Lloran' que no Brasil já teve três versões exibidas: "Os ricos também choram' com Verónica Castro e Rogelio Guerra nos papéis principais, 'Maria do Bairro' a mais conhecida até então e a brasileira de mesmo nome estrelada por Márcio Kieling e Thaís Fersoza no SBT.

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No ar pelo Las Estrellas, principal canal do grupo Televisa-Univision no México desde o dia 21 de fevereiro, a trama que ocupa o prime time da emissora tem conquistado cada vez mais o telespectador; alcançando inclusive, médias até melhores que sua antecessora 'Si nos Dejan' que segue em exibição no Brasil. Logicamente o folhetim aguça a curiosidade, principalmente por ser um texto que por muitos anos foi intocável. Acompanhei os 10 primeiros capítulos da telenovela e trago para você leitor(a) minhas primeiras impressões, em forma de crítica do melodrama.

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Fabiola Guajardo e Claudia Martín em cena da novela 'Los Ricos También Lloran'. Créditos: Germán Hernández

Sinopse

A remasterização 2022 de 'Los Ricos También Lloran' conta a história de Mariana Villarreal, uma menina pobre, jovem e corajosa que, sendo deixada sozinha no mundo, busca fazer seu caminho na vida. Contudo, o destino a leva a salvar a vida de Alberto Salvatierra, um magnata da indústria alimentícia, que em gratidão a leva para sua casa, onde conhece o jovem Luis Alberto Salvatierra e eles se apaixonam profundamente, abrindo espaço para os olhares maldosos de Soraya Montenegro, que juntamente a uma rede de vilões irão fazer de tudo para destruir o amor do casal.

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Sebastián Rulli como Luis Alberto, o protagonista de 'Los Ricos También Lloran'. Créditos: Germán Hernández

Protagonizada por Claudia Martín e Sebastián Rulli, completam o elenco do remake de 'Los ricos también lloran' - Fabiola Guajardo, Guillermo García Cantú, Azela Robinson, Víctor González, Alejandra Barros, Lore Graniewicz, Diego Klein, Sergio Reynoso, Rubén Sanz, Dalilah Polanco, Dobrina Cristeva, Thali García, Henry Zakka, Mario Morán, Michelle Jurado, Antonio Fortier, Paola Toyos, José Luis Franco, Arturo Barba, Erik Díaz, Horacio Colomé, Axel Alcántara, Priscila Solorio, Luis Gatica, Mimi Morales, Alexa Díaz Ordaz Castro, Pamela Barri, Hugo Catalán, Carlos Gatica, Fernando Banda, Andres Baida, Sahit Sosa, Arturo García Tenorio, Irineo Alvarez, Francisco Balzeta, Luis Palmer, Ricky Gutmad, Carla Suescun, Andy Lo, Alejandro Faugier, Alex Guevara, Hector Salas e Fernanda Bernal.

Baseada na original da novelista cubana, Inés Rodena, escritora responsável por vários textos que ganharam vida na TV mexicana, como por exemplo, 'Marimar', 'Soy tu Dueña', 'Maria Mercedes', 'La Usurpadora' e 'Marisol' - a nova versão de 'Los Ricos También Lloran' é recontada através da adaptação de Marisel Lloberas, Fermín Zúñiga e Daniela Richer - que no formato para televisão ganharam as mãos das roteiristas Esther Feldman (Lalola e El Dragón) e Rosa Salazar (Abismo de Pasión e Lo que la vida me robó).

Roteiro

Sempre quando a revisitação de uma obra que vive encapsulada no imaginário do telespectador é colocada à prova em novo formato e com novos protagonistas, as comparações são instantâneas. É uma reação imediata, que sobretudo desperta o interesse do público, seja ele mais saudosista ou aberto. 'Los Ricos También Lloran' não foge a regra, aliás aqui as comparações são duplas, justamente por conta do sucesso das versões anteriores. A missão desta vez, segundo a proposta do 'Fábrica de Sueños' é a de justamente recontar o clássico de Inés Rodena de uma maneira totalmente diferente, usando sim o esqueleto principal, porém com meios que levam a fins distintos. Além é claro de modernizar e romper com alguns prejulgamentos que em pleno século XXI já não cabem mais. De fato, recontar 'Los Ricos' já é uma tarefa difícil, agora imagine alocar toda essa ambientação no ano de 2022? A resposta a essa jogada foi criar universos paralelos e perspectivas difusas, que unidas a uma protagonista carismática, eloquente e com grande empoderamento feminino, conseguem entreter o público, não apenas pela trama em si, mas também pelos novos caminhos. E um dos fatores mais promissores desta reedição é o fato de duas mulheres estarem a frente do projeto, trazendo vida e voz a outras grandes protagonistas, com delicadeza, respeito e sobretudo com amor. As mentes de Rosa Salazar e Esther Feldman levam o remake de 'Los Ricos También Lloran' a outro patamar, onde o óbvio não cumpre o seu papel e tampouco cede (tanto) espaço para as ditas comparações. É dosado. Humor, drama, romance, ação e suspense. O texto é moderno e respeita o avanço tecnológico, embora ainda precise reviver em vários momentos o pretérito, seja através de esquetes, simbologias ou simplesmente lembranças. E é assim, mergulhando no passado e bebendo dos jargões clássicos que a trama sobrevive. A adaptação é uma mistura do clássico com o contemporâneo, sequela que a Televisa tem aprendido a construir melhor de alguns meses pra cá.

Claudía Martin e Fabiola Guajardo em cena da novela 'Los ricos también lloran'. Créditos: Televisa S.A / W Studios

Versão livre

A veracidade desta versão é notar a sua originalidade, pois, apesar de ser uma condensação dos pontos altos de sua versão original de mesmo nome e ‘Maria do Bairro’, a trama de Rosa Salazar e Esther Feldman possui sua própria história e sua trama difere em muito de tudo que já vimos nas demais versões. Temos aqui Mariana, uma protagonista inteligente, instruída e sem medo - ainda que preserve sua ingenuidade, ternura e forma alegre de ver a vida. Luis Alberto, o mocinho, possui motivos contundentes e precisos para justificar seus vícios e sua mente em constante tortura. Do outro lado temos Soraya Montenegro, uma vilã bem construída, com toques de astúcia, maldade e muita audácia, com muito ainda para mostrar. Quem não está ansioso para vê-la desequilibrada?

Sebastián Rulli e Guillermo García Cantú em cena da novela 'Los ricos también lloran'. Créditos: Televisa S.A / W Studios

Duração

Existe um fator extremamente positivo em 'Los Ricos También Lloran' que acalenta roteiro, direção e produção: a sua duração. São apenas 60 capítulos. Portanto é tudo condensado e rápido. Desta forma, não existe, até o momento - espaço para repetições e rodeios. Nos dez primeiros capítulos, a semente foi plantada e agora o que virá são os enraizamentos, as ações e suas reações. 

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Sebastián Rulli e Claudia Martín em cena da novela 'Los ricos también lloran'. Créditos: Televisa S.A / W Studios

Produção

Com vários anos de carreira na produção de novelas e séries para emissoras de TV, Carlos Bardasano começou a ganhar de fato destaque na Televisa após assinar a produção executiva de 'La Piloto' em meados de 2017/2018 - claramente uma aposta certeira de Patrício Wills, Presidente da Televisa Studios, Bardasano conseguiu abrir portas e janelas e assim seguir a frente de grandes projetos. 'Amar a Muerte', 'Rubí', 'El Dragón', 'Si nos Dejan', 'Los Ricos También Lloran' e em breve 'La Mujer del Diablo' fazem parte do seu currículo. Atualmente no comando da W Studios, Carlos Bardasano aplica na nova versão de 'Os Ricos Também Choram' a mesma visão vanguardista de suas obras antecessoras. São folhetins leves, porém intensos, que dialogam com o telespectador de forma fácil. Não é um romance água com açúcar, tampouco uma telenovela onde os caminhos são facilmente questionáveis e facilmente descobertos. A trama estrelada por Claudia Martín questiona a todo momento esse viés, sendo inofensiva e feroz. Uma faca de dois gumes.

Alejandra Barros e Claudia Martín em cena da novela 'Los ricos también lloran'. Créditos: Televisa S.A / W Studios

Direção

A direção de cena e de câmeras é conduzida pelos experientes Luis Manzo (Si nos dejan), Pável Vázquez (Rubí, la série) e Carlos Santos (La Doña) - junto a uma equipe de colaboradores bastante habitual da W Studios, coparceira da Televisa. E é através deste cenário que desponta o belo entrosamento e administração da telenovela, que entrega ao telespectador uma obra coesa, palpável e cativante. A direção é aberta para novas experiências, usando takes de ação, cenas de espionagem, como também se alimenta do cotidiano, seja mostrando o colorido e popularesco bairro da protagonista até adentrar na luxuosa mansão dos Salvatierra. Uma conversa bem franca sobre as diferenças de classe, os estereótipos da sociedade e os julgamentos que sofrem, os menos desprovidos. A direção de cena é solidária e coerente, aproveitando ao máximo o talento de jovens promessas da atuação; como também cede espaço para veteranos continuarem mostrando seu potencial. Destaque para a direção executiva de conteúdo de Laura Wills Dávilla, que abraça com força o combo direcional.

Para encerrar a crítica de 'Los Ricos También Lloran' com as primeiras impressões, cedo espaço para uma opinião totalmente particular de um leitor do site. 

Para começar tenho que parabenizar Carlos Bardasano e principalmente Rosa Salazar pela forma que ‘Los Ricos’ vem sendo construída. Quando o projeto foi anunciado fiquei com o pé atrás pois era impossível ver essa história atualmente sem tirar toda sua essência, porém a adaptação conseguiu com maestria fazer isso. No primeiro capítulo consegui sentir a mesma sensação de leveza e ‘quentinho’ no coração, igualmente acontecia a cada primeiro capítulo de uma reprise de ‘Maria do Bairro’ ou da minha exibição particular de ‘Los Ricos Também Choram’. Cláudia Martin conseguiu transmitir toda a inocência da Mariana e da Maria, apesar que na sua versão, ela possui mais conhecimento do que as suas antecessoras. Sebastián Rulli, mesmo estando velho para o papel segue conseguindo fazer um ótimo mocinho que não é tóxico, uma surpresa na carreira dele. Todas as adaptações da novela vieram a calhar, adorei como os personagens foram atualizados a começar com Elena e Daniela que seriam equivalentes a Dona Vitória, ter transformado essa persona em duas e colocá-las em atrito é algo que traz um frescor ao núcleo maduro que não fica só preso em acompanhar a vida dos protagonistas e dar conselhos. Personagens que foram uma ótima adição é o núcleo do escritório e suas histórias, além da Britney, que já existia na versão original, mas que aqui chega muito antes e completamente atrativa, animada. Entre os personagens de maior destaque cabe exaltar Soraya Montenegro que já mostrou ser uma peça fundamental para movimentar a história e a Fabíola segue entregando tudo ao dar vida a maquiavélica vilã. Na parte técnica só tenho que elogiar a composição de cenário, que considero realmente de ricos comparada as das versões anteriores. E para finalizar deixo uma reclamação, por mais que goste do tema ‘Me reviviste’ ainda prefiro uma regravação do tema ‘Aprendí a llorar’. Seria tudo ouvir esse tema dançante como trilha de um grande drama, é um conceito que adoro.

Fernando, @IamNando_

O que foi apresentado nas duas primeiras semanas de 'Los Ricos También Lloran' demonstra que a novela tem sede e ganância por agregar público, ela é sim, "inocente", embora não seja desenvolvida para agradar um espectador inocente. É um conto de fadas moderno, sobre uma gata borralheira que persegue um sonho: ser feliz, independente das circunstâncias.

Colaboração: @TalldeThi01
Siga-me no Twitter: @Hiago__Junior 



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