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Dia do dublador: Herbert Richers - A história e o legado do estúdio no cenário das novelas mexicanas

Guillermo Capetillo e Verónica Castro em foto promocional da novela 'Rosa Salvaje'. Créditos: Televisa S.A

Nesta terça-feira, dia 29 de junho é comemorado o dia do dublador. Portanto, esse texto será para homenagear esses grandes profissionais que emprestam suas vozes aos atores mexicanos que tanto amamos.

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Hoje, falaremos sobre o estúdio que marcou a história das novelas mexicanas no Brasil: a Herbert Richers. Antes de mais nada, prestamos homenagem aos dubladores que se foram recentemente, como Ana Lúcia Menezes (dubladora da Maite Perroni no Brasil), Iara Riça, Dário de Castro e Mariana Mirabetti - profissionais maravilhosos que infelizmente se foram recentemente e que são dignos das nossas sinceras homenagens. Expressamos aqui os nossos sentimentos as famílias enlutadas.


E bora falar de história. A Herbert Richers, empresa que leva o nome do seu dono e fundador, teve início lá na década de 50, sendo um dos pioneiros na dublagem no Brasil. Tudo começa quando o seu Herbert Richers, cineasta de Araraquara/SP, mudou-se para o Rio de Janeiro e fundou a empresa para produzir filmes. Originalmente a ideia era que a Herbert fosse uma produtora de filmes, tendo produzido dezenas de longas-metragens em seu começo.

A história na dublagem começou quando Walt Disney, amigo pessoal de Herbert, veio ao Brasil e pediu para que o empresário o deixasse usar seu estúdio para a dublagem de seus filmes. Foi exatamente neste momento que começou a história do maior estúdio de dublagem que o Brasil já teve. 


Nos primeiros anos a Herbert funcionava no Edifício Astória em Ceilândia, e depois mudou-se para o Barracão, como era conhecido os estúdios da antiga produtora Brasil Vita Films. Somente nos anos 60 que a empresa chegou em seu endereço mais conhecido, a Rua Conde de Bonfim, número 1331, na Usina, bairro do Rio de Janeiro. 

Nos seus tempos áureos, a Herbert Richers chegava a dublar 70% dos filmes que iam para o cinema, se consagrando como o maior estúdio de dublagem da América Latina. Você se lembra que a ideia original era produzir filmes? Pois então, a Herbert não possuía somente estúdios de dublagem, possuía estações para produções audiovisuais e abrigou a produção de novelas da Rede Globo até a inauguração do Projac em 1995.


Além disso, também existia uma parceria com a Globo que fazia com que as emissoras enviassem filmes e séries para serem dubladas no estúdio. O primeiro contato com o SBT veio em 1985 quando a Herbert dublou a minissérie 'Pássaros Feridos' pro canal, e tudo quando a emissora ainda possuía um núcleo de dublagem em sua sede.

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Além de 'Pássaros Feridos' o estúdio também dublou alguns desenhos para a SBT na época. Como já dissemos em outros textos, por volta de 1989 o canal de Sílvio Santos resolveu acabar com seu núcleo de dublagem e mandar as produções para serem dubladas em outros estúdios. Foi exatamente neste contexto que começou a história da Herbert Richers na dublagem das novelas da Televisa.


A primeira novela mexicana dublada na Herbert foi 'Rosa Selvagem' telenovela protagonizada por Verónica Castro e exibida pelo SBT em 1991. 'Rosa Selvagem' e 'Carrossel' foram as primeiras novelas mexicanas da história a terem dublagem carioca. Nos anos 80 era incomum crianças dublarem. Nessa época, as crianças eram dubladas por adultos que sabiam fazer voz de criança. Na novela Carrossel, por exemplo, Silvio Santos pediu para que as crianças fossem dubladas por crianças e essa atitude favoreceu a entrada de crianças que nunca tinham dublado e que acabaram se tornando ótimos dubladores, inclusive estando na ativa até hoje. 

Quem nunca ouviu aquela frase “versão brasileira: Herbert Richers” no início dos filmes? Pois é, isso também existia na abertura das primeiras novelas mexicanas. Só foram deixar de colocar a assinatura do estúdio na abertura das novelas porque tempos depois o SBT proibiu. 

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Uma das características da Herbert eram as escalações feitas pelo estúdio que se tornaram marcantes, como por exemplo: Marlene Costa na Gabriela Rivero, Adriana Torres na Ludwika Paleta, Guilene Conte na Thalía, Sheila Dorfman na Gabriela Spanic, Fernanda Baronne na Adela Noriega, Márcia Morelli na Cynthia Klitbo e Victória Ruffo, Mabel Cézar na Barbara Mori, Andrea Murucci na Jacqueline Bracamontes, Izabel Lira na Lucero, Fernanda Crispim na Angelique Boyer, Ricardo Schneetzer no Fernando Colunga, Marco Antônio Costa no René Strickler, Peterson Adriano no Guy Ecker e Sebástian Rulli, Carlos Seidl no Sergio Goyri, Roberto Macedo no César Évora, e muitas outras escalações que estão presentes na memória do público.


Essas escalações se tornaram tão marcantes que se hoje em dia vier novela com esses atores e eles forem dublados por outros dubladores, o público reclama. Diferente dos outros estúdios que pegavam dubladores para trabalhar na modalidade freelancer, na Herbert Richers os dubladores eram contratados. Isso ajudava o estúdio em uma outra característica que ele possuía: a de respeitar os bonecos (termo utilizado na dublagem quando um dublador dubla um determinado ator, tornando esse ator um “boneco” do dublador). 

A Herbert Richers é lembrada com carinho pelos fãs das novelas mexicanas pelo fato das novelas dubladas no estúdio terem uma dublagem primorosa. Existiam aquelas alterações que o SBT pedia para fazer como por exemplo: mudança de alguns nomes, mudança de nomes de cidades e etc, mas eram dublagem feitas com bastante qualidade. Infelizmente, depois da morte do dono em 2009, a Herbert faliu por causa de dívidas trabalhistas. Em 2012 o prédio onde funcionava o estúdio pegou fogo e acabou sendo demolido em 2017. Mesmo assim sempre viverá nos corações dos amantes de dublagem e dos fãs das novelas mexicanas. 

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Nesta terça-feira, dia 29 de junho é comemorado o dia do dublador e esse texto é para homenagear esses profissionais incríveis. Os seus rostos não são conhecidos pelo grande público, mas sem o vosso trabalho seria impossível os brasileiros conhecerem as novelas mexicanas. A dublagem brasileira é considerada a melhor do mundo e isso nos enche de orgulho. Feliz dia do dublador a todos os profissionais. Bom galera, é isso! Espero que você tenha gostado e até a próxima. 

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