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| Valentina Buzzurro, Claudia Álvarez, Daniela Romo e Julia Urbini em foto promocional da novela 'Vencer el Desamor'. Créditos: Televisa S.A |
Rosy Ocampo retornou ao Las Estrellas com a segunda parte da sua trilogia. 'Vencer el Desamor' estreou no último dia 12 de outubro às 08h30pm e até o presente momento têm garantido boa audiência para a emissora. Seguindo o mesmo modelo da sua antecessora 'Vencer el Miedo' a trama apresenta causas sociais de extrema importância em sua base textual, o que acaba cativando ainda mais seu público.
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| Créditos: Televisa S.A |
Roteiro
História original de Pedro Armando Rodríguez (La doble vida de Estela Carrillo) e Claudia Velazco (El color de la pasión), Vencer el Desamor é coadaptada por Humberto Robles (Antes muerta que Lichita), Alejandra Romero (Papá a Toda Madre), Gerardo Pérez Zermeño (El hotel de los secretos) e Gustavo Bracco (Bajo el mismo cielo) - em suma - o novo arco de capítulos da trilogia preserva a mesma equipe de criação textual o que se mostra muito efetivo, pois erros do passado podem e devem ser corrigidos nesta nova oportunidade.
A abertura para o tratamento de temas tão críticos continua sendo o ponto chave do melodrama, que nesta temporada retorna com assuntos delicados e imprescindíveis, tais como; estupro, assédio, síndrome de asperger e machismo. Retornam também com brilhante receptividade, a exemplo da primeira temporada, os temas: feminismo e empoderamento, frestas que atuam com frequência através das falas das personagens.
O roteiro é fluído, folhetinesco e compacto, e comporta muito bem os temas citados acima com as camadas comuns das telenovelas mexicanas, criando vínculo entre o telespectador. Em síntese, quem acompanha a novela se informa e entretêm ao mesmo tempo.
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| Créditos: Televisa S.A |
Música
Assim como na temporada passada que lançou uma das protagonistas como a intérprete da canção de abertura, Vencer el Desamor, seguiu o padrão. A escolhida foi Daniela Romo, que emprestou sua voz para a música homônima ao título da novela, autoria da própria atriz com os compositores Mario Santos Pérez de Tejada e Guillermo Antonio Gil Baptista, Teresita Presmanes Corona. O cantor Nico Maleón também faz parte da canção produzida para a telenovela.
Em setembro deste ano em entrevista ao jornalista Erick Solís do site Las Estrellas, Daniela Romo contou sobre o processo de criação da música.
'Primeiro eu escrevi a letra, ela fala um pouco sobre a história de nós quatro em 'Vencer el Desamor' e os sentimentos pelos quais estamos passando na história. Meu amigo Memo Gil, Mario Santos e Pancho Ruiz me ajudaram a fazer a música e os arranjos de corda. Eles trouxeram muitas pessoas para participar da música com detalhes muito importantes, então isso me emocionou muito. Por fim, fiz a proposta para ela (Rosy Ocampo) e mandei o tema musical. Ela gostou muito e ficou animada'.
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| Créditos: Televisa S.A |
Direção
Inteligente e racional; é desta maneira que o quarteto de diretores conduzem a obra melodramática, atuam em 'Vencer el Desamor' Manuel Barajas (Lo que la vida me robó) e Vivián Sánchez Ross (Sin Tu Mirada) como diretores de câmeras e Fernando Nesme (Mujeres de negro) e Benjamín Cann (La fuerza del destino) como diretores de cena. A fotografia é colorida, destacando mais uma vez o contraste latino que a peça televisa apresenta, bem como o uso de takes que misturam os fóruns da Televisa San Ángel com o de gravações externas, mostrando, por exemplo, pontos da Cidade do México como praças, cafés e restaurantes. É inegável a utilização do argumento principal na novela como base, ou seja, as mulheres, principalmente o quarteto têm a sua disposição uma direção com uma alta carga dramática, o que acaba auxiliando no contexto geral do folhetim.
Mais uma vez, Rosy Ocampo (La fea más bella) regressa sua parceria com a produtora executiva associada Silvia Cano (Sin rastro de ti). O atual cartaz do Las Estrellas leva a assinatura de ambas e mostra a paridade e chancela de cada uma. Um dos recursos de 'Vencer el Desamor', por exemplo, é a diluição das tramas e subtramas em duas épocas: passado e futuro, mostrando as sequelas que os erros do passado causaram no futuro dos personagens. Técnica utilizada pouco tempo atrás na novela 'Caer en Tentación' da produtora Giselle González, e que denota um certo equilíbrio e até delineamento na produção, vez que, produzir uma telenovela que divide-se em duas linhas temporais é um trabalho mais complexo e árduo. Ocampo e Cano tiveram uma boa sacada. Outra ideia interessante foi a participação de Paulina Goto com sua personagem Marcela Durán de 'Vencer el Miedo' que logo nos primeiros capítulos da estreia, explicou rapidamente a base da novela e entregou a trama para as outras quatro protagonistas.
Rosy Ocampo, camaleoa como é - não apenas apresenta uma história original, como também presenteia o seu telespectador com uma obra informativa e de enfoque social. Ocampo viu muito mais que uma novela, viu a oportunidade de criar algo que 'fere' o público, que acalanta quem precisa e que escâncara o conservadorismo preconceituoso ainda tão presente no século XXI.
Renata, uma leitora do site e noveleira assídua, destacou a performance da novela.
'Vencer el Desamor' vem se mostrando ágil, interessante e com temas importantes a serem discutidos, a novela fechou com uma primeira semana muito boa, cheia de conflitos'.
Atuações
A novela é um deleite de boas atuações, e graças a coerente direção de cena de Nesme e Cann - que impõem, com exatidão o 'desamor' em suas personagens através de takes coerentes com a premissa da história desenvolvida por Pedro e Claudia. Logicamente, alguns intérpretes se comportam melhor em frente as câmeras e o resultado é nítido no vídeo. Contudo uma vertente é comum, o quarteto de protagonistas foi bem escalado.
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| Créditos: Televisa S.A |
Claudia Álvarez
Criticada por parte da imprensa pelas suas últimas personagens nas novelas 'Simplesmente Maria' e 'En Tierras Salvajes' - Claudia tem mostrado até o presente momento que este passado agora é somente passado e que Ariadna pode se tornar a personagem de sua carreira. E méritos não faltam, envolta em uma das tramas mais densas e difíceis do melodrama de Ocampo, Álvarez têm conduzido com coesão as cenas onde é escalada, traduzindo sem maquiagens a visão de uma mãe super protetora e que se vê numa situação conflitante ao descobrir que seu filho Tadeo foi diagnosticado com Síndrome de Asperger, enfrentando uma horda de preconceitos no ambiente escolar, na família e entre os amigos, e que mesmo presa num relacionamento abusivo e tempestuoso com Eduardo, luta com todas as garras para trazer a felicidade ao seu filho, mesmo que isso signifique colocar o amor em segundo plano.
Renata, apresentou sua opinião acerca da personagem Ariadna.
No primeiro momento temos Ariadna, muito bem interpretada por Claudia Álvarez, uma mãe que faz de tudo para saber como lidar com a doença de seu filho Tadeo, enquanto o pai do mesmo não dá a mínima para o assunto. Aqui há uma excelente abordagem do transtorno, e de como devemos lidar com ele. Neste núcleo, além de Claudia vale ressaltar a interpretação fantástica do ator que faz Tedeo, este brilha em cenas como a que o personagem destrói o aquário de sua sala.
Outra abordagem de Álvarez através de Ariadna é a reinserção da figura da mulher no mercado de trabalho, após anos dedicando-se a família. O preconceito e o machismo, bem como o assédio, fazem parte da composição da personagem - que através das lentes do Las Estrellas leva ao telespectador uma mensagem forte, porém necessária.
Com ares de vilã, mesmo não sendo, Daniela Romo é a competência em pessoa. E mais uma vez é um destaque positivo numa obra novelesca. Bárbara Fálcon é o reflexo da mulher que dedicou-se a vida inteira a família, e em especial ao marido, deixando coisas simples e prazerosas da vida passar. Com a morte de seu companheiro Joaquín, interpretado por José Elias Moreno, sua vida e consequentemente suas escolhas mudam drasticamente. Bárbara torna-se fria e calculista, numa clara alusão aos problemas que a rondam, cria um escudo de defesa para mascarar suas fragilidades. Romo entrega uma personagem vivente e coesiva - que mesmo perante as adversidades tenta defender sua família, mesmo que para isso tenha que moldar uma outra mulher em si mesma.
Sobre a atuação, Renata destacou:
Daniela Romo rouba a cena completamente quando aparece, deixando todos nós sentirmos tudo que Bárbara sente mediante as descobertas que tem, e os conflitos que enfrenta.
As desinteligências de Bárbara também são uma janela para o telespectador da novela, um enfrentamento cabível e crucial, justamente pela abordagem de uma mulher madura que busca mudar, encontrar-se consigo mesma e sobretudo, unir sua família após o caos.
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| Créditos: Televisa S.A |
Julia Urbini
Dafne é até então o maior acerto dentre o quarteto de protagonistas, e a desenvoltura de Julia Urbini justifica essa virtude. O carisma da atriz e a competência em mesclar drama e densidade autoral, fazem de Dafne uma personagem tangível. Urbini que já havia entregado boas personagens nas novelas 'Caer en Tentación' e 'La Piloto' - superou a si mesma com a composição dogmática de Dafne, uma jovem viúva destemida - disposta a enfrentar até mesmo a sua família para defender seus filhos e encontrar o responsável pela morte de seu marido.
A trama de Dafne, uma mulher que perdeu seu esposo recentemente, e nem imagina que está no testamento de Joaquim Falcão, seu pai biológico. A trama que comecei a ver achando que seria uma das mais fraquinhas, vem sendo muito interessante.
Destacou Renata.
Destaque inclusive para os embates entre Dafne e Bárbara, bem como os de Ariadna e Dafne, ambos conexos e necessários para o desenvolvimento dos núcleos.
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| Créditos: Televisa S.A |
Valentina Buzzurro
Vinda da série 'Los Pecados de Bárbara', Valentina retorna com Gemma, uma personagem carismática, jovem e com propriedade social. O dinamismo da intérprete aqui se faz extremamente necessário, vez que, diferente das anteriores, Gemma combina drama e comédia numa camada folhetinesca repleta de angústia. Vítima do assédio moral, físico, sexual e psicológico, Buzzurro entrega uma estruturação sólida e sequelada de uma jovem padecente que sofreu e sofre abusos desde muito cedo e que encontra na figura da assistente social, a de uma amiga na qual pode confiar. Outra trama muito complicada de ser trabalhada.
O conflito de Gemma, uma menina do interior que sonha em estudar, mas que pela família com falta de recursos, acaba tendo que se casar com um homem rico também é muito interessante, Gemma nos cativa com sua simpatia e com o carisma de sua intérprete, e sempre nos faz torcer para que a mesma se de bem e consiga realizar seus sonhos.
Enfatizou Renata.
Embora muito visceral e factual, Gemma é necessária, justamente por dar voz a mulheres jovens - que assim como sua personagem - sofrem com relacionamentos abusivos, estupros frequentes e violência doméstica. Ela além da mudança, busca quebrar o ciclo de violência.
Positivos ou negativos
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| Créditos: Televisa S.A |
David Zepeda
Após uma curta temporada na Telemundo, David Zepeda retornou com Álvaro Falcón, seu personagem em 'Vencer el Desamor' e novamente numa colaboração com a atriz Altair Jarabo, com quem já atuou em algumas ocasiões. Com o casamento em crise, assim como sua carreira, Álvaro vê sua vida dar um giro de 360º e no meio de toda essa instabilidade ainda perde seu pai, encontra uma meia irmã e descobre a traição de sua esposa. David Zepeda entregou nas duas primeiras semanas uma atuação coerente e promissora, embora não seja até o presente momento o grande destaque da novela, sua participação deve começar a ganhar mais forma assim que seu personagem Álvaro cruzar amorosamente com Ariadna, interpretada por Claudia Álvarez.
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| Créditos: Televisa S.A |
Altair Jarabo
Primeiramente, é preciso relembrar mais uma vez que Altair precisa ganhar uma protagonista na Televisa, dito isso, sua personagem Olga Collado de Falcón, pouco desenvolvimento teve nas duas primeiras semanas da trama, Olga mostrou-se sim, uma víbora, fria, meticulosa e traiçoeira, mas o foco ainda não é dela. Vai chegar o momento.
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| Créditos: Televisa S.A |
Juan Diego Covarrubias
Esquecendo o problemático Paolo de 'Me Declaro Culpable' e a participação quase esquecível em 'Cita a Ciegas', Covarrubias retorna com um personagem forte nas telenovelas. Eduardo Falcón em exatos 10 capítulos causou os piores dos sentimentos nos telespectadores. Traiu a esposa, criou desavenças no seio familiar, não aceitou a condição do filho e pouco importou-se com sua esposa, razões de sobra para odiar Eduardo, mas não o ator - aliás, é mérito dele todo esse rancor. São poucos atores que conseguem transmitir esse pavor com personagens dúbios.
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| Créditos: Televisa S.A |
Emmanuel Palomares
Uma grata surpresa, Gael Falcón é um personagem interessante e com uma boa presença artística. Emmanuel que nesta temporada irá interpretar dois personagens, entregou uma atuação promissora, e que deve se intensificar no decorrer dos capítulos. Neste sentido, diferenciar o tom de cada personagem se fez necessário. Um acerto do ator.
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| Créditos: Televisa S.A |
Iker García Soto
Assim como Leonardo Herrera fez com Nicolás em 'Te Doy la Vida', Iker García tem feito com Tadeo Falcón de 'Vencer el Desamor'. O pequeno que já havia atuado na série espanhola 'Estoy Vivo' da Globomedia, deleita o público ao interpretar um menino diagnosticado com a Síndrome de Asperger, transtorno do espectro autista, que geralmente causa uma maior dificuldade de adaptação funcional e social. As cenas na qual é escalado sempre são bem interpretadas. Uma criança de talento nato.
Para finalizar, Renata destacou outros personagens que tiveram destaques positivos na sua percepção.
Gael, Alvaro e Rodrigo também são muito bem feitos por Emmanuel Palommares, David Zepeda e Juan Diego Covarrubias, e ambos tem cenas muito interessantes e histórias próprias muito legais na trama. Também merecem parabéns, Altair Jarabo que segue brilhante com sua personagem Olga, Ale Garcia muito carismática na sua participação, e Lourdes Reyes como a mãe de Dafne.
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| Créditos: Televisa S.A |
'Vencer el Desamor' está longe de ser perfeita, visto que nenhuma obra televisiva beira a perfeição. Ela repete muito bem a premissa de sua antecessora, corrigindo erros, emoldurando críticas sociais e levando ao espectador uma obra condensada, rápida e interessante. Mesmo com tantos predicados, algumas coisas não renderam como deveria nestas primeiras semanas, como a personagem Linda Brown, interpretada por Isabella Camil que não teve seu arco tão desenvolvido como a exemplo de outros.
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Participação: Renata
Escrita por Hiago Júnior
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