Aparato do Entretenimento: CRÍTICA: Julie and the Phantoms, uma nostalgia contemporânea bem produzida por Kenny Ortega para a Netflix
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CRÍTICA: Julie and the Phantoms, uma nostalgia contemporânea bem produzida por Kenny Ortega para a Netflix

Madison Reyes, Charlie Gillespie, Owen Joyner e Jeremy Shada em foto promocional da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix

Ele voltou! Kenny Ortega retorna ao cenário que o consagrou como um produtor de sucesso e para uma nova aquisição no cenário teen, trata-se da versão americana da série brasileira ‘Julie e os Fantasmas’ exibida pela Band e Nickelodeon em 2011. A série da Netflix já desponta como uma das mais assistidas no Brasil, sinal de que agradou o público.


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Nós do Aparato maratonamos o seriado em menos de dois dias para produzir este conteúdo em equipe - a estreia do UniTeen neste segmento jovem. A trama em si, o seu esqueleto é basicamente o mesmo da brasileira, com algumas leves e necessárias mudanças, enquanto outras coisas (que eram bem chatas na original) e poderiam ter sido mudadas, não foram. Quer saber mais detalhes? Siga com a gente. Afinal de contas; Vamos de crítica de ‘Julie and the Phantoms’.

  
Madison Reyes, Charlie Gillespie, Owen Joyner e Jeremy Shada em foto promocional da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix

1ª Temporada

A primeira temporada de ‘Julie and the Phantoms’ estreou dia 10 de setembro no catálogo mundial da Netflix e possui ao todo nove episódios que variam entre 24 e 38 minutos cada, fazendo da série um produto rapidamente consumível. Com as gravações iniciadas em setembro de 2019 em Vancouver no Canadá, a atmosfera do seriado é toda colorida e vibrante, além de apostar todas as fichas em musicais ao estilo da Broadway e tudo sob a assinatura do produtor responsável pelas franquias de filmes ‘High School Musical’ e ‘Descendants’. Amplamente divulgada nas redes sociais e na televisão, ‘Julie and the Phantoms’ está disponível na Netflix nos seguintes idiomas: inglês, francês, alemão, italiano e português bem como no quesito legendas.


Madison Reyes e Charlie Gillespie em foto promocional da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix

Roteiro 

Roteirizado por Dan Cross e David Hoge baseando-se na obra original brasileira criada por Paula Knudsen, Tiago Mello e Fabio Danesi - Julie and the Phantoms - é uma composição artística com boa parte do seu roteiro modificado. A introdução de novos núcleos, enredos e arcos vai ao encontro de uma proposta diferente da sua matriz. O principal acerto da série em seu roteiro é justamente o afastamento dos clichês adolescentes comuns em obras semelhantes, tendo como principal argumento o drama como pano de fundo e não romances contextualizados em padrões básicos vividos pelos jovens. Equiparar o ‘melodrama’ como base fez de ‘Julie and the Phantoms’ uma série diferente e factual, e por mais que o roteiro possua elementos joviais, sua essência é bem adulta. Nora Sullivan, Sean William Cunningham, Marc Dworkin, Leilani Downer e Leah Keith completam a equipe de roteiristas da série.

‘Julie and The Phantoms’ consegue ser uma série leve e gostosa de se assistir, ao longo do seus 9 episódios, a obra consegue entreter os telespectadores que assistem a série, mostrando todas as problemáticas dos personagens de forma leve. Contudo, é possível ver drama em torno da série, mostrando os dilemas dos personagens, e fazendo com que os telespectadores se envolvam  na trama, em alguns  episódios podemos ver uma carga dramática bem sensível e construída, levando facilmente o telespectador as lágrimas, mesmo sendo uma série adolescente e leve, o projeto consegue trazer esse contraponto sentimental.

Madison Reyes, Jadah Marie e Owen Joyner em cena da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix

Direção e Fotografia

Aprazível e harmoniosa a direção de ‘Julie and the Phantoms’ é a cereja do bolo da série. Graças a Kenny Ortega que se uniu a três grandes gigantes do streaming e do paladar teen - Kabir Akhtar (Crazy Ex-Girlfriend/Never Have I Ever), Paul Becker (A Series of Unfortunate Events) e Kristin Hanggi (Naomi and Ely's No Kiss List) dividem os créditos na assinatura de direção do seriado. A mistura de tons é constante e mostra respeito ao estilo dos personagens que apresentam sentimentos muitos desconexos, enquanto Julie possui uma direção de cena e arte mais incisiva, Luke, por exemplo, tem uma modulação mais enfática e sentimental, garantindo desta forma, uma variedade interessante. A direção também acerta ao utilizar enquadramentos de câmera que valorizam seus intérpretes, alimentando assim a empatia do telespectador para com personagens. Mais uma vez é preciso destacar: ‘Julie and the Phantoms’ possui direção bem assertiva, e justamente pela presença de Kenny Ortega que tem em seu currículo inúmeras produções musicais mundialmente conhecidas, trazendo essa bagagem pra ‘Julie And The Phantoms’ a premissa dos musicais, com cenas bem construídas e elaboradas em torno dos musicais, e também nas cenas mais dramáticas trazendo esse sentimento mais forte nas cenas, sem sombra de dúvidas nos remete a essa sensação de nostalgia do comecinho dos anos 2010. Outro ponto que podemos constatar é a fotografia belíssima da série, sempre em tons coloridos, contrabalanceados por tons mais escuros e quentes, dando essa dualidade à produção.


Gif da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix

Vestuário

O storyline da série permeia dois lapsos temporais, uma mudança pontual de 25 anos entre um e outro. E o que poderia ser um grande problema, acabou se comportando como um acerto. O vestuário dos personagens foram respeitados de acordo com a faixa temporal. Alex (Owen Joyner) é um exemplo claro dessa mudança, seu personagem preservou elementos característicos do fim dos anos 90, mesmo após sua chegada como fantasma ao ano de 2020. O departamento de vestuário e figurinos comando por Eilidh McAllister, Cora Burnette e Karilynn ming ho e equipe foi respeitoso e a frente ao inserir componentes que marcam cada personagem, Julie é representada pelas pulseiras, anéis e mechas no cabelo, assim como Flynn, sua melhor amiga interpretada por Jadah Marie, que além dos dreads marca pelo uso de chapéus, colares e jaquetas estilizadas. Reggie (Jeremy Shada) é outro personagem que é demarcado pelo uso de acessórios que fazem alusão ao rock, como uso de calças jeans rasgadas, botas e jaquetas de couro.


Madison Reyes, Jadah Marie e Kenny Ortega em arte promocional da série 'Julie and The Phantoms'. Créditos: Netflix/Reprodução: Instagram @julieandthephantoms

Uma série musical 

Com o departamento musical comandado por Amber Funk, Oleksa Lozowchuk e Alana Da Fonseca, musicalmente falando ‘Julie and the Phantoms’ é perfeita, as músicas são atraentes, arrematadas por letras boas e cheias de significado, em suma, cada canção representa alguma passagem na trama, se encaixando muito bem na história. As vozes são corretas e logicamente o som emitido por Madison Reyes se destaca entre os outros, uma cantora maravilhosa e expressiva. A verdadeira patroa. Os meninos também cumprem bem seu papel, cantam e tocam bem.


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Gif da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix

Músicas de ‘Julie and the Phantoms’
Análise de faixa a faixa 

Vocalmente o elenco foi bem escalado, Madison é uma exímia mezzo soprana que possui controle e total conhecimento do seu potencial vocal, com uma textura volúvel principalmente na região aguda, a intérprete de Julie abrilhanta as quinzes faixas originais que compõem a trilha. A contraponto de seu companheiro de elenco Charlie, que aposta mais na região grave, e por mais que também saiba controlar o agudo, como mostrada na sua faixa solo “Unsaid Emily” onde além de usar recursos técnicos vocais ainda se apropria da vulnerabilidade na interpretação da faixa impondo uma carga dramática na melodia e nas notas. E que notas, hein? Acessa muito bem na variante do agudo e do grave como um bom barítono que é. Harmonia vocal, esse é um dos pontos mais destacados na trilha sonora, as vozes de Madison e Charlie, quando se encontram causam uma explosão, no bom sentido é claro, timbres limpos, vozes bem impostas, a fusão do grave dele com a suavidade do agudo dela agridoce e ambos brincando com as notas é um deleite para os nossos ouvidos. “Perfect Harmony”, uma balada pop doce, cujo a letra foi feita por ambos, representa esse encontro de duas potências vocais e brilhantes artistas, a melhor faixa do álbum com certeza.

1 - Now or Never
Beber da fonte do pop rock dos anos 90, referências contextuais para a faixa de abertura do álbum interpretada por Charlie, nos solos e por Jeremy e Owen nos versos, palmas para o produtor Doug Rockwell, que exprimiu o melhor dos três numa canção cheia de energia e carga representativa, cada elemento se encaixa de uma maneira única e unilateral. A bateria e a guitarra, ambas manuseadas pelos meninos, estão bem marcadas e colocadas. Charlie e seu grave abrilhanta a música. 




2 - Wake Up
Balada, fonte de grandes interpretações, sempre foi assim ao longo do tempo e nesse caso não foi diferente, aqui vemos uma Madison, confortável, cheia de nuances e entregada vocalmente. High Notes, impressionantes, genuínos e agridoces. Isso sem falar no vibrato, e que vibrato! Um charme. Essa menina é luz e o piano só evidenciou mais isso. 



3 - Bright 
Madison explorando o grave numa melodia gradual e explosiva abusando das notas altas, com Charlie colocando força na interpretação entrando exatamente no ponto onde a música cresce casando com os solinhos de guitarra camufladas no meio de genuínas interpretações e uma letra poderosa e cheia de significado. A bateria agregando força e marcando uma faixa pop rock que tornou-se uma das favoritas dos fãs.



4 - This Band is Back
Solo de Jeremy, temos uma faixa acústica no meio de tanta produção pop rock, uma joia escondida, Shada, possui um timbre de tenor onde confortavelmente canta numa região mais aguda, o que combina com esse estilo de faixa voz e violão, as harmonizações das vozes também foram bem trabalhadas, mais uma vez Charlie, mandou ver nos graves e por mais que às vezes descesse o tom para se encaixar a voz de Jeremy, o Owen, deu tudo de si no pré-refrão, o que ficou incrível. 




5- Wow
Faixa totalmente pop radiofônica interpretada pela soprana Savannah Lee May, é uma canção cuja letra é egocêntrica e trabalhada nas notas mais diva off, uma música sem muito o que dizer, mas correta na proposta que foi colocada, não se destaca, mas também não destoa. May, possui uma boa técnica vocal o que torna a música audível.



Charlie Gillespie em arte promocional da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix/Reprodução Instagram: @julieandthephantoms

6 - Flyning Solo
Uma balada pop cuja letra fala da amizade e cumplicidade entre as personagens Julie e Flynn, uma faixa envolvente, Madison, brilha nela, mas se perde um pouco no pré-refrão, o que não compromete a estrutura, mas se talvez fosse dividida melhor na estrutura poderia ser superior. No geral é uma faixa solta no meio de outras bem mais preferíveis.



7-  I Got a Music
Comercial, I Got a Music, funciona como um smash hit, essa é claramente a proposta apostando em um pop eletrônico radiofônico, com elementos de banda marcial no plano de fundo, Madison, se apodera de uma interpretação diva pop, cheia de modulação, com um rap de Jadah, que entrega uma boa performance, queremos mais dela nos vocais, Mrs. Ortega, colabora vai. 



8 - Out side of Hollywood
Aí, a Broadway, berço dos grandes musicais, vozes potentes, espetáculos poderosos, tá tudo aqui nessa esplêndida faixa, Cheyenne Jackson, cria dos palcos, coloca na canção seus vocais limpos e brilhantes de um barítono lírico, jogando com a modulação, indo entre agudos e graves com maestria, digno de um gênio da voz. Na interpretação agrega toda a intensidade do tablado.



9 - All Eyes on Me
Outra das faixas puramente pop do álbum interpretada corretamente por Savannah May, representativa como a anterior, mas não possui a mesma força da mesma, ela é a mais apagada de toda a trilha, não que seja culpa da intérprete ou da produção só não é tão memorável como as demais.



10 - Finally Free
Brincar com a harmonização, é exatamente isso que se propõe a faixa, ela introduz o piano, marca com a bateria bem suave de fundo e vai jogando tudo com uma guitarra bem imposta, tudo isso acompanhada por vocais também bem harmonizados, Madison e seus agudos, notas altas, rotulação junto ao grave modulativo de Charlie, torna dessa canção uma verdadeira obra prima. 



11 - Perfect Harmony
Uma balada pop doce, cujo a letra foi feita por Charlie e Madison, representa esse encontro de duas potências vocais e brilhantes artistas, a melhor faixa do álbum com certeza. Harmonia vocal, esse é um dos pontos mais destacados na trilha sonora, as vozes de ambos, quando se encontram causa uma explosão, no bom sentido é claro, timbres limpos, vozes bem impostas, a fusão do grave dele com a suavidade do agudo dela agridoce e ambos brincando com as notas é um deleite para os nossos ouvidos. A química cênica aqui também é notada na interpretação da canção.



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12 - Edge of Great
À beira de algo grandioso, isso é o que temos aqui, um encontro de timbres vocais super graciosos, bem dirigidos, com uma produção maravilhosa, que trabalhou bem nos pontos fortes de cada um, os instrumentos, bem impostos, sem ofuscar os vocais, a faixa single do projeto é uma poderosa balada pop que foi muito bem dividida e cuja estrutura não poderia ser melhor feita. 



13 - Unsaid Emily
Charlie, solista dessa faixa contrapondo Madison, aposta no grave, uma região confortável onde ele brilha e por mais que também saiba controlar o agudo, como mostrada na sua faixa solo, onde além de usar recursos técnicos vocais ainda se apropria da vulnerabilidade na interpretação da faixa impondo uma carga dramática na melodia e nas notas. E que nota, hein? Acessa muito bem na variante do agudo e do grave como um bom barítono que é. 



14 - You Got Nothing to Lose
Mais uma faixa estilo Broadway, mais intimista e acústica, só se apropriando e destacando os vocais de Cheyenne Jackson, com um solo de guitarra, onde se torna um espaço confortável para seu intérprete brincar com as modulações, em um jogo super agradável de se ouvir. 



15 - Stand Tall
Uma faixa para os vocais brilharem e é exatamente o que acontece. Sem muitos elementos, só as poderosas vozes de Charlie e Madison, soando como anjos, marcados com uma bateria leve, acompanhados com os coros de Jeremy e Owen, que trazem mais brilho a canção. Destaque também mais uma vez para a harmonia e o solozinho da guitarra, um charme.

Gif da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix

Atuação 

Um outro ponto chamativo e positivo na trama é a atuação do elenco, tanto os atores veteranos, como por exemplo Carlos Ponce conhecido pelas telenovelas mexicanas, interpretando Ray, o pai da protagonista Julie e Cheyenne Jackson interpretando o vilão Caleb, e com um ator que não é veterano, mas é muito conhecido do grande público Booboo Stewart que interpreta Willie que já tinha feitos outras produções de Kenny Ortega, como por exemplo ‘Descendentes’. O elenco juvenil nada deve, todos são talentosos, começando pela atriz e cantora Madison Reyes que interpreta a protagonista da trama, ela soube dar vida a protagonista com maestria, tanto no canto, como também na atuação. Reyes, por mais que seja uma estreante e necessite de mais delineamento cênico, desponta como uma artista que no futuro irá se destacar como tantas outras reveladas por Ortega.


Gif da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix

Os ‘Phantoms’ foram bem? 

Vale destacar que Charlie se sobressaiu muito nas cenas de drama, quando foi solicitado no aprofundamento dos arcos de Luke, correspondeu muito bem, a cena dele observando a família na janela, a intenção corporal foi muito bem trabalhada, ele brilhou até onde o texto não ajudou, e por mais que o personagem tenha descido um pouco o tom em relação ao original, Charlie prova que é o protagonista perfeito. Lapidado numa nova temporada com toda certeza vai brilhar muito mais e ter uma carreira promissora. Jeremy, brilha na comédia, o interessante do jovem é que ele consegue contrapor e balancear bem o drama com a comédia, algo que não é fácil, só nesse aspecto já comprova o quão ótimo ele é. Owen, sabe trabalhar com a expressividade, jogo corporal até mais do que no texto, ele é extremamente competente ao transcrever emoções, no olhar, na entonação, na postura, o corpo dele fala, o que é incrível. O trio dos Phantoms foi bem encabeçado; Charlie Gilliespie (Luke), Jeremy Shada (Reggie) e Owen Patrick Joyner (Alex) entregaram um bom trabalho aos espectadores da Netflix. ‘Julie and The Phantoms’ sem dúvidas  apresentou novos talentos para o grande público.


Gif da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix

Representatividade

A representatividade presente é uma coisa boa, duas das principais atrizes são pretas e fogem do estereótipo estúpido que a sociedade hipócrita ainda insiste em impor. A expressão da representatividade continua com a inserção de um casal gay na obra, uma belíssima aquisição a trama, que responde positivamente ao encontro da modernidade e realidade - fora que Alex e Willie - possuem uma liga simpática. O casal LGBT não chegou a ter um envolvimento amoroso na série, mas é sabido que a intenção foi introduzir um plot inicial do par romântico para um melhor desenvolvimento numa possível nova temporada. De toda forma, o que foi levado ao ar na primeira temporada, acabou sendo coerente, sutil e apresentado de um modo normal, sem tratar o romance entre pessoas do mesmo sexo de modo pejorativo ou preconceituoso. Vale destaque também a escalação de Madison Reyes e Carlos Ponce, dois atores latinos que juntos representam muito bem a camada latina da série, visto que a obra original é brasileira. 


Charlie Gillespie, Owen Joyner e Jeremy Shada em arte promocional da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix

Referências

As referências a Julie original também são nítidas, como no episódio na qual aparece um homem vestido de bichinho de pelúcia, remetendo as fantasias que os fantasmas originais usavam, também é notório as posições e gestos da Julie no palco que lembram muito a de 2011, algumas cenas e sequências fiéis também são bem explícitas, fazendo com que a trama se torne especial ao mesclar o contemporâneo com aquela nostalgia gostosa, principalmente para o público brasileiro.


Cheyenne Jackson em cena da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix

Destaques positivos

Caleb Covington foi um vilão bem carismático, apesar de ter aparecido pouco, roubou a cena em cada minuto que apareceu. Os demais atores são carismáticos também, com destaque para Madison Reyes, Charlie Gillespie, Jadah Marie, Jeremy Shada e Owen Patrick Joyner. Reggie era pra ser um personagem cômico e foi, porém com uma dose bem amena. E para surpresa de muitos, não é que tivemos também um ator de novelas mexicanas - Carlos Ponce, atuou como pai de Julie na série, no passado Ponce interpretou Santiago na novela ‘Dos Hogares’ ao lado de Anahí na Televisa.


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Pontos negativos?

As atuações de modo geral, não foram nem ruins, tampouco excepcionais, e muito disso se deve a primeira aparição de muitos dos atores em um projeto de grande porte. Situação muito bem controlada por Kenny Ortega e sua equipe, que ao transpor toda a simpatia do elenco jovem para uma trama repleta de situações críveis e musicais, balanceou a série no quesito atuação. Sinteticamente, apesar de estreantes, os atores se entregaram aos personagens e o resultado é um produto coerente no tópico atuação. Algumas mudanças fizeram a diferença; Nick e Julie por exemplo, continuam sem química e o personagem continua num tom acima, mas o lado bom é que a protagonista, desta vez, não tem crush nele. Carrie interpretada por Savannah Lee May, assim como na versão brasileira não tem muitos acontecimentos em seu núcleo. Passando quase em branco pela série, transbordando egocentrismo, a jovem foi pouco explorada. Assim como Nicolas vivido por Sacha Carlson, outro personagem que não rendeu quase nada. Uma pena. O alento é que numa segunda temporada, seu arco muito provavelmente terá mais destaque devido ao seu corpo ter sido consumido pelo fantasma de Caleb Covington nos últimos segundos da conclusão da série. 


Gif da série 'Julie and the Phantoms'. Créditos: Netflix

Produção

A obra leva a chancela final de Kenny Ortega como showrunner, mas não é somente a presença dele que merece destaque - fazem parte da equipe de produtores e co-produtores Dan Cross, David Hoge, Michel Tikhomiroff, Fabio Danesi, George Salinas, Jaime Aymerich, Shawn Williamson, Jameson Parker e Thierry Tanguy. Alguns nomes envolvidos nas produções ‘The Thundermans’, ‘The Fresh Prince of Bel-Air’, ‘Sítio do Picapau Amarelo’ e ‘Betty en NY’ conhecidas a nível mundial. Ortega equilibrou as doses de drama, romance e musicais na medida certa, e o produto final é brilhante. Destaque para a sequência musical do episódio 05 compassado por Cheyenne Jackson como o fantasma mágico Caleb Covington - o que é visto nas cenas mesclam música, coreografia e dança numa clara referência aos musicais já produzidos por Kenny Ortega. No mais, Ortega fez uma boa adaptação, manteve a essência da original acrescentando elementos novos, e óbvio musicalmente ele brilhou. Quem gosta de tramas teens musicais com dramédia ‘Julie and the Phantoms’ é uma boa aquisição para a sua lista na Netflix. E melhor: o desfecho da série indica que ficou aberto uma possível segunda temporada, mas isso só o tempo dirá.



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Crítica escrita para o selo 'Em Equipe' do site; produzida por Camila Júlia, Graziely Sofia, Hiago Júnior e Leandro Martins.



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