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Batman Eternamente: fãs fazem campanha por versão do diretor Joel Schumacher

PARA SEMPRE: "Versão do Diretor" de "Liga da Justiça" incentivou campanha por "Batman Eternamente" na visão de Joel Schumacher. Créditos - Warner Bros./Divulgação/Reprodução

Saudações! Inspirados na futura edição de Zack Snyder de "Liga da Justiça" (2017), seguidores de "Batman Eternamente" subiram a tag #ReleaseTheSchumacherCut ("Liberem a versão de Schumacher") no Twitter. A campanha é pelo lançamento de uma "Versão do Diretor" do filme. 

Joel Schumacher faleceu após uma longa batalha contra o câncer em junho passado, mês do aniversário de 25 anos da estreia. 

Joel Schumacher em evento de "Batman Eternamente": por seus filmes, o diretor foi crucificado por fãs desgostosos do Cavaleiro das Trevas. Créditos - Reprodução

No Twitter, as justificativas para o lançamento de uma versão alternativa de "Eternamente" variam de uma homenagem a Schumacher à defesa da liberdade artística dos diretores, até hoje prejudicada por "divergências criativas" que tiraram, por exemplo, Edgar Wright do comando de "Homem-Formiga" (2015).

Similar a "Liga da Justiça", "Batman Eternamente" sofreu forte interferência do estúdio. Cenas consideradas sombrias demais (como se o filme não fosse sobre o Batman) foram deletadas do longa de Joel Schumacher. O tom deveria ser mais leve que o dos longas anteriores de Tim Burton.

Nicole Kidman como a personagem original Chase Meridian. Kidman retornaria ao Universo DC como a rainha Atlanna em "Aquaman" (2019). Créditos - Warner Bros.

A versão nunca vista de "Eternamente" teria até um título: "Red Book Cut", ou "Versão do Livro Vermelho". O nome faz referência ao diário de Thomas Wayne, um elemento importante da trama.

As cenas deletadas insinuam uma edição original bem mais séria e tenebrosa que o filme lançado, como essa sequência da fuga do Duas-Caras do Asilo Arkham:


Bem mais suportável que "Batman & Robin" (1997), "Eternamente" teve muito de seu potencial arruinado por produtores executivos mais preocupados com o público infantil. Filmes de super-herói ainda eram restritamente associados a essa faixa, na época.

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Enquanto "Batman" (1989) e "Batman: O Retorno" (1992) foram sucessos inesperados de público e crítica, a atmosfera gótica e circo dos horrores de Tim Burton assustou crianças e desagradou pais

Créditos - Warner Bros. Pictures/Reprodução

Esta crítica reprova os métodos violentos do Batman e a sensualidade da Mulher-Gato em "O Retorno". Mesmo promovendo os filmes do Homem-Morcego com seus brinquedos, o McDonalds chegou a afirmar, na época, que os eles não eram adequados para os pequenos. 

O merchandising ainda rege em produções focadas em super-heróis, mas não como nos anos 1990.

Resultado: sai Tim Burton e entra Joel Schumacher para redefinir a saga do Cruzado Encapuzado no cinema. 

Para compor o tom mais leve de "Eternamente", o novo diretor se inspirou na série de 1966 e no Batman dos quadrinhos de Dick Sprang - co-criador de vilões como o Vagalume e o Charada, presente no filme.

Joel Schumacher buscou inspiração no Batman de Dick Sprang para compor "Eternamente". Créditos - DC Comics/Reprodução

Schumacher chegou a propor uma história baseada em "Batman: Ano Um". Mais interessado em uma sequência que em uma história de origem, o estúdio a descartou. Ainda assim, "Eternamente" revisita a infância de Bruce e explora, em particular, sua memória de Thomas Wayne.  

Tim Burton permaneceu como produtor e odiou o título escolhido, comentando:
Sempre odiei títulos como 'Batman Forever'. Pensei, 'parece a tatuagem que uma pessoa faz quando está sob efeito de drogas ou algo que uma criança escreveria em um anuário, algo do tipo. Tenho muitos problemas com esses nomes. 
Entretanto, "Batman Forever" ainda soa melhor do que "Batman Continues", título do longa caso Burton tivesse ficado no comando.




Em "Eternamente", Schumacher transformou a série de 1966 em um clipe de glam rock muito longo (afinal, o filme foi pensado para a excêntrica geração MTV). Sua Gotham City seria enfeitada de luzes neon coloridas, enquanto o traje dos seus Batman & Robin ganharia traços mais "atatômicos" e com referência em esculturas gregas.

Entram os polêmicos mamilos.

POLÊMICA: Inspiração em esculturas gregas resultou nos famosos mamilos dos trajes de "Eternamente " e "Batman & Robin" (1997). Créditos - Créditos - Warner Bros./Divulgação/Reprodução

Em detalhes como os Bat-mamilos e a braguilha no traje do Robin, críticos enxergaram teor homoerótico no Batman de Joel Schumacher. Para muitos, o visual se deu pelo fato de o diretor ser abertamente gay - à frente de seu tempo.

Schumacher acabou demitindo Billy Dee Williams, Harvey Dent nos filmes de Tim Burton. Por contrato, Williams também o interpretaria como o Duas-Caras em filmes futuros. 

Em seu lugar, o diretor escalou Tommy Lee Jones como o vilão. E como o parceiro Charada, o astro Jim Carrey, que também ajudou na criação de alguns de seus trajes. 

RANZINZA: Grosseria de Tommy Lee Jones com Jim Carrey se tornou pública nas filmagens de "Eternamente". Créditos - Warner Bros./Divulgação/Reprodução

O sucesso do Ace Ventura - aclamado por "O Máskara" (1994) - teria incomodado Jones nos sets de filmagem e seria motivo de grosseria e clima ruim nas gravações. Como Joel Schumacher comentou em entrevista, em 2019:

O Tommy Lee Jones rouba todas as cenas. Bom, não dá pra roubar uma do Jim Carrey. É impossível. Creio que isso aborreceu o Tommy.




Falando em atritos, Joel Schumacher também teve problemas com o temperamento do astro Val Kilmer - escalado após Michael Keaton reprovar o roteiro e desistir de ser o Batman. 

Kilmer chegou a visitar os estúdios da série clássica de Adam West nos anos 1960 e teria aceitado o convite para substiuir Keaton enquanto visitava uma caverna de morcegos na África, onde fazia laboratório para "A Sombra e a Escuridão" (1996). 




Por sua postura no set, Schumacher chegou a se referir a Val Kilmer como "psicótico" em entrevistas - nesta matéria de 1993, o diretor menciona arrogância com a equipe, uma troca de empurrões e um gelo dado pelo ator após levar puxão de orelha. 

A experiência estaria ligada à razão de astro ter abandonado o Batman após um só filme. Apesar de ele ter apontado outros motivos. 

Val Kilmer e o diretor Joel Schumacher em evento de "Batman Eternamente". Créditos - Reprodução da Internet

Em entrevista ao The New York Times, Kilmer contou ter recebido os filhos do investidor Warren Buffet no set. As crianças deram mais importância para *seu traje* e o Batmóvel e pouco ligaram para o ator. Val Kilmer conclui:
Por isso é tão fácil ter seis Batmans. Não é sobre o Batman, não existe Batman.

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Chris O'Donnel ("NCIS: Los Angeles", "Chicago Med") viveu o Robin na estreia atrasada do Menino Prodígio nos cinemas, também sua única aparição cinemática até o momento. Nicole Kidman deu vida à personagem original Chase Meridian, uma datada donzela em perigo sensual. 
 


Joel Schumacher precisou se desculpar mais de uma vez com os fãs por sua visão sabotada do Cruzado Encapuzado. Após "Batman & Robin" (1997), ele propôs - de novo - um filme baseado em "Ano Um", através do qual pudesse se retrair pelo que houve com a saga cinemática do Cavaleiro das Trevas. Já era tarde: a Warner Bros. preparava um novo longa, que resultaria em "Batman Begins" (2005). 

Por sua vez, o estúdio jamais pediria desculpas por ferir a integridade artística de Schumacher. Atender aos pedidos dos fãs e liberar a "Versão do Livro Vermelho" seria um excelente primeiro passo.

Bruce Wayne com morcego gigante - possível referência ao Morcego Humano - em cena deletada de "Batman Eternamente". Créditos - Warner Bros./Reprodução


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