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Relembrando Sucessos: Manancial, um drama rural rodeado de vingança, amores impossíveis e muita tristeza

Mauricio Islas e Adela Noriega em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A

A produtora Carla Estrada emendou vários sucessos seguidos na década de 90. Ao entrar nos anos 2000 Estrada lançou um de seus projetos mais ambiciosos, "Mi Destino Eres Tú" que trazia Lucero no papel principal, estreou rodeada de expectativas, no entanto a novela foi um dos grandes flops daquele ano. Já em 2001 a produtora resolveu apostar em um melodrama bem clássico para voltar aos seus grandes sucessos e para isso apostou em uma novela que trazia elementos como amores impossíveis, vingança e muita tristeza, foi assim que surgiu o grande sucesso de 2001 e uma das melhores novelas não só da carreira da produtora, mas da história da Televisa: "Manancial". 


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Adela Noriega e Mauricio Islas em foto promocional da trama - Créditos: Televisa S.A

'Manancial' segue a história de amor e vingança entre duas famílias de um povoado: os Valdez e os Ramirez. A disputa começa por causa da disputa por uma nascente de água, o manancial, que brota na pequena propriedade dos Valdez. A família Ramirez, dona do maior rebanho bovino e da maior propriedade da região, sempre quis comprar as terras onde está o manancial, mas Adalberto Valdez se recusa a vender.

Além da rivalidade por essas terras, as famílias também vivem um grande conflito. Justo Ramirez, casado com Margarida, mantém um romance com Francisca, mulher de Adalberto Valdez. A família Ramirez tem um filho, o jovem Alexandre. Já os Valdez também têm uma filha chamada Adriana. Apesar de terem nascido na mesma época, os dois passaram a infância separados e sempre cultivando o ódio existente entre as duas famílias. Porém, quando se conhecem, acabam se apaixonando.

O ódio entre as duas famílias aumenta quando Justo Ramirez, pai de Alexandre, consegue comprar o manancial das terras da família Valdez. Depois de perder a propriedade para os Ramirez, Adriana e sua família são obrigados a deixar o povoado. Antes de partir, Adriana jura voltar para recuperar as terras que foram de seus avós e que seu pai tanto lutou para preservar. Com a partida, ela também deixa para trás o grande amor de sua vida, Alexandre.

Certos de que conseguiram se livrar de seus maiores inimigos, os Ramirez decidem arranjar uma esposa para o filho. Escolhem Bárbara, uma linda jovem, mas que é fria e calculista. A família da garota, interessada nas vantagens que esse casamento trará, decide formalizar rapidamente o compromisso.

O noivado de Alexandre e Bárbara coincide com a volta de Adriana ao povoado. Bárbara tenta afastar Adriana de seu futuro marido para impedir que este reencontro possa afetar seus planos. Mas o amor é mais forte. Para buscar a felicidade e viverem juntos para sempre, os dois jovens terão de enfrentar muitos obstáculos.

Alejandro Tommasi e Daniela Romo em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A

A novela começou repleta de violência devido a rivalidade dos Valdéz e dos Ramírez, algumas cenas impactaram o público que reclamou que "Manancial" usava muitas cenas desse porte, as que com certeza mais chocaram o público foram justamente as que Adriana era violentada pelo vilão Justo Ramízez e quando Adalberto com um facão cortava o braço de Justo. Após ser abusada por Justo, Adriana ia embora do povoado com sua família em um trem, na qual rendeu uma das cenas mais tristes e marcantes, quando Alexandre corre atrás dela no trem, tentando impedir sua partida, tudo isso ligado a uma trilha sonora perfeita.

Manancial foi uma novela repleta de acertos, a produção, o elenco, o roteiro, a trilha sonora, a ambientação e a direção de cena estiveram acima da média.


Apesar de ser vendida como original, Manancial trazia muitos elementos de obras anteriores dos autores Cuauhtémoc Blanco e Víctor Manuel Medina. Apesar disso o roteiro da trama tinha identidade própria. A história era muito bem escrita e não tinha capítulos para apenas encher linguiça, o texto era bem afiado e os personagens eram bem definidos, todos ali possuíam uma função, nenhum ator estava na novela para apenas bater o ponto.

Carla Estrada caprichou mais uma vez na produção, as locações da novela eram belíssimas principalmente as cenas que eram rodadas no manancial, o figurino estava ótimo, a trilha sonora era bem lacrimejante e muito bem escolhida para cada situação da trama. A maravilhosa Mónica Miguel conduziu a direção de cena com maestria e deu verdadeiras aulas de como dirigir uma novela, uma diretora simplesmente fenomenal. 

A única coisa que ao meu ver a novela pecou nessa questão de produção, foi a iluminação. Que fique claro que a mesma não era ruim, mas algumas cenas eram escuras demais e isso causava certo desconforto.

Ainda sobre a trilha sonora, por mais que fosse excelente durante as cenas da novela, sempre achei que o tema de abertura "Amor, Amor, Amor" interpretado por Luis Miguel, por mais que fosse muito bom de ouvir, era feliz demais pra uma trama tão densa como "Manancial", um desavisado que começasse a assistir a trama depois dos capítulos inicias, iria levar um susto ao se deparar com uma abertura tão alegre e uma trama bem triste logo depois, não é mesmo?

Karyme Lozano caracterizada como Bárbara em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A

O elenco da novela foi um dos mais bem escalados daquela época, Manancial foi uma daquelas novelas onde todos os atores foram bem direcionados e ninguém sobrava na trama, com isso os destaques certamente foram muitos.

A começar pela incrível Adela Noriega que teve aqui o seu papel mais desafiador numa novela. Após viver grandes personagens em novelas anteriores como em "Maria Isabel" e "O Privilégio de Amar", a atriz encarnou uma Adriana muito sofredora, mas que não temia a ninguém e que não baixava sua cabeça para nada, a atriz brilhou nesse que foi o melhor papel de sua carreira na minha opinião. Saudades Adela!

Mauricio Islas que havia recebido algumas críticas tanto do público quanto da crítica especializada quando protagonizou a novela "Preciosa" em 1998, deu a volta por cima e mostrou a todos que tinha amadurecido em cena e que possuía capacidade de sobra para protagonizar uma novela no horário nobre.

Daniela Romo no papel de Margarida esbanjou talento em cena na pele de uma mulher que amava um padre e que era uma mistura de vilã e vítima ao mesmo tempo, a atriz ainda teve cenas que ficaram marcadas para sempre como na que ela mata Justo por exemplo, simplesmente inesquecível.

Alejandro Tomassi recebeu aqui o melhor papel de sua carreira e também arrasou na pele do vilão Justo Ramírez um homem bastante cruel e que cometia muitas atrocidades no decorrer da novela.


Daniela Romo e Mauricio Islas em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A

Os destaques entre os coadjuvantes foram muitos também, a começar por Olívia Bucio na pele da sofrida e querida Tia Gertrudes, a atriz estava simplesmente ótima no papel, uma das cenas mais memoráveis da novela por sinal, foi a da sua morte, uma cena que colocou qualquer um pra chorar. Essa morte por sinal, foi muito criticada pelo público, já que a personagem sofreu bastante e merecia um final feliz.

Karime Lozano encarnou uma Bárbara que irritou e muito os telespectadores ao lado de sua mãe Pilar, uma perua super fútil e que rendeu as poucas situações cômicas da trama, esse papel foi defendido pela grande atriz Sylvia Pasquel que mais uma vez soube construir um papel pequeno com bastante êxito. Patricia Navidad na pele de Milena a melhor amiga de Adriana foi outro destaque do folhetim.

Jorge Poza também esteve super competente na pele de Heitor, um jovem que tinha sua verdadeira origem desconhecida. Manuel Ojeda mais uma vez mostrou sua grande competência em cena ao viver o padre Salvador. Azela Robinson fez uma participação especial na novela nos primeiros capítulos na pele de Francisca a mãe de Adriana, apesar de ter estado na trama por pouco tempo a atriz simplesmente teve uma atuação irrepreensível, foi um daqueles papéis curtos mas que ficaram fixados na nossa mente, tanto que é impossível falar de "Manancial" e não citar essa impecável performance.

Vale dizer que nos prêmios TVyNovelas, o folhetim recebeu treze indicações saindo com nove estatuetas na cerimônia, incluindo a de melhor novela, atriz e ator.


Azela Robinson em cena da novela - Créditos: Televisa S.A

No Brasil, foi transmitida pelo SBT, entre 7 de outubro de 2002 a 14 de fevereiro de 2003 em 94 capítulos, substituindo "Salomé".

No SBT, a exibição da novela incrivelmente não fez sucesso, fechando com uma média de 5 pontos. Sempre tentei encontrar o motivo para "Manancial" não ter feito sucesso, mas sinceramente nunca achei. Se vocês quiserem arriscar o motivo dessa baixa audiência deixem nos comentários.

Devido ao fracasso que foi na sua exibição original no SBT, infelizmente também nunca ganhou uma reprise no canal. Entretanto ganhou uma nova exibição na CNT, entre 11 de agosto a 7 de novembro de 2008. Uma curiosidade dessa exibição foi que a novela seria exibida com o título de "Fonte do Amor", mas de última hora voltaram atrás e mantiveram "Manancial".


Pôster promocional de El Manantial em destaque os atores Adela Noriega e Mauricio Islas - Créditos: Televisa S.A

No geral "Manancial" foi uma novela espetacular, teve uma produção perfeita, um elenco incrível e foi uma trama feita para ficar marcada na mente do público. Apesar de ter elementos de outras novelas, "Manancial" foi uma novela com identidade própria e jamais ficou a sombra de outras novelas. Pode não ter feito sucesso aqui no SBT, mas foi uma trama que com certeza marcou toda aquela geração noveleira de carteirinha da 'Tarde de Amor' lá em 2002.



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