Aparato do Entretenimento: Relembrando Sucessos: Amigas y Rivales, uma vilã ensandecida rodeada por jovens inconsequentes
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Search

Relembrando Sucessos: Amigas y Rivales, uma vilã ensandecida rodeada por jovens inconsequentes


Adamari López, Ludwika Paleta, Angélica Vale e Michelle Vieth em foto promocional de 'Amigas y Rivales' - Créditos: Televisa S.A

Em 1998 o produtor Emilio Larrosa produziu uma novela juvenil intitulada "Soñadoras" que narrava as aventuras de quatro jovens amigas. Em 1999, o mesmo realizou uma trama adulta chamada "Mujeres Engañadas", os dois folhetins foram dois grandes sucessos de audiência para a Televisa. Já em 2001 o produtor tentava agora emplacar mais um sucesso, desta vez usando uma fórmula juvenil, a mesma utilizada à pouco tempo, foi assim que surgiu aquela que para muitos foi considerada a parte 2 de "Soñadoras", "Amigas y Rivales" foi um dos grandes sucessos da Televisa em 2001 e marcou a carreira do produtor de gosto as vezes, duvidoso.


Siga o nosso perfil no Instagram
@aparato_entretenimento



Elenco em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A

A história concentra-se em Laura uma jovem que estuda graças a uma bolsa em uma faculdade de informática. Na instituição ela conhece Helena, uma moça rica e muito esnobe. De início as duas vivem em pé de guerra, mas aos poucos vai nascendo um forte laço de amizade que as une. A melhor amiga de Helena, Ofélia, é um retrato vivo seu: uma riquinha extremamente fútil. Por outro lado, Nayeli é uma jovem que trabalha na casa de Helena como empregada, que se torna uma das melhores amigas de Laura. O maior sonho de Nayeli é se tornar uma estrela em Hollywood. Isso a levará para os Estados Unidos ilegalmente causando várias experiências horríveis em sua vida. Com o tempo Nayeli irá disputar o amor de Beto, irmão de Helena com Laura e o pai de Beto ficará apaixonado por Laura. Entretanto no meio disso tudo existe Rosana, madrasta de Beto e que se casou com seu pai por puro interesse. Rosana se casou estando apaixona pelo filho de seu marido, mesmo ele já sendo comprometido. No decorrer da história todos os personagens são ligados de algum modo, fazendo com que muitas reviravoltas aconteçam ao longo dos capítulos.



O elenco da novela foi repleto de altos e baixos - Créditos: Televisa S.A


O elenco da novela foi bom no geral, teve atuações acima da média enquanto houve outras de gosto bem duvidoso. De bom tivemos Ludwika Paleta que arrasou na pele de Helena, uma jovem cheia de problemas e que possuía uma alta carga dramática, Adamari López que estava marcada na mente do público como a terrível Mônica da novela "Camila", agora emocionava os telespectadores na pele de Ofélia, uma jovem que descobre ser portadora dos vírus HIV, Angélica Vale esteve super simpática no papel de Nayeli e conquistou a todos, assim como Gabriel Soto que encantou na pele do feioso e desajeitado Ulisses.


Mas ninguém se destacou tanto como eu e ai de quem discordar - Créditos: Televisa S.A

Agora o grande destaque positivo no elenco ficou por conta de Joana Benedek que deu um show no papel da vilã Rosana (Roxana, no original). A vilã começou apenas como uma mulher sedutora e interesseira que estava disposta a tudo para ficar com o enteado Beto. Porém com o passar dos capítulos, Rosana virou a grande protagonista da novela. Era ela quem decidia o rumo que a novela tomava a cada semana, todas as situações importantes do enredo a envolviam e a mesma decidia como aquilo iria terminar. A megera cometeu muitos assassinatos e crimes perversos e teve um desfecho bem excêntrico, foi uma vilã pra ninguém botar defeito e que com certeza marcou a todos nós. Confiram a seguir o mais clássico assassinato cometido por ela.





Agora os destaques negativos do elenco começa sem sombra de dúvida com Michelle Vieth (Risos!), que confirmou ainda mais sua veia canastrona nesse folhetim, sua atuação era péssima, era grito para todos os lados, sua expressão facial era sempre muito forçada e isso rendeu ótimos carões, no entanto era daquelas atuações ruins que pelo menos proporcionavam nossa diversão, o menos não se pode falar das atuações de Arath de la Torre e Johnny Lozada que eram super inexpressivos e gelados. Não servia nem pra divertir o público com suas péssimas atuações.

Angélica Vale como Nayeli em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A

Os bastidores da trama tiveram algumas polêmicas, eram fortes os rumores da época que Michelle Vieth não se dava bem com Angélica Vale e Arath de la Torre, a atriz deixou a produção nos capítulos finais alegando que estava doente, mas até hoje não se sabe de fato o que aconteceu, embora muitos afirmem que ela brigou mesmo foi com Emilio Larrosa, o que levou a causar seu afastamento. Seja qual for o motivo, o produtor deve ter ficado muito chateado, já que a atriz que estava presente tanto em "Soñadoras" e "Mujeres Engañadas" emendava sua terceira participação seguida em uma novela produzida por Larrosa. O fato é que nunca mais Angélica Vale colocou os pés em uma trama feita por Emilio.

O mesmo aconteceu com Susana González que se queixou publicamente que só estava na novela para aparecer de biquíni, com isso o produtor aumentou a história de sua personagem Ângela na novela, entretanto da mesma forma que aconteceu com Vieth, Susana nunca mais apareceu em uma trama produzida por Larrossa.

"Amigas y Rivales" fez tanto sucesso, que Emilio Larrosa resolveu esticar até onde pode a novela. Ele então escalou um grande elenco para compor a reta final da trama composto por René Strickler, Nailea Norvind, Eduardo Santamarina e Ernesto Laguardia. Todos estiveram por pouco tempo na novela, mas se saíram super bem na pele de seus personagens.

Elenco em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A


No Brasil, o melodrama foi exibido pelo SBT entre 22 de abril de 2002 e 24 de fevereiro de 2003, em 219 capítulos, substituindo "Abraça-me muito forte" e sendo substituída por "Primeiro amor... a mil por hora".

Devido ao sucesso que fez no SBT, a novela que já possuía 185 capítulos e era bem longa, ainda ganhou um esticamento de mais 34 capítulos.



Siga o nosso perfil no Google News

Em 2007, o SBT produziu um remake da novela que teve a adaptação a cargo de Letícia Dornelles, a nova versão estreou na grade em 06 de agosto daquele ano. Nessa roupagem Lisandra Parede, Thaís Pacholeck, Cacau Melo e Karla Tenório interpretaram respectivamente os papéis que foram de Michelle Vieth, Ludwika Paleta, Angélica Vale e Adamari López na versão original. Já Talita Castro interpretou a vilã Rosana, papel defendido por Joana Benedek na trama original.

Durante sua exibição original o remake foi um retubante fracasso de audiência, chegando a marcar um ponto de audiência, porém quando foi reprisado em 2011 teve uma boa audiência, onde superou inclusive a média geral da sua exibição original.

No entanto quem sempre quis assistir uma reprise da versão mexicana no SBT, ficou a ver navios. Outro grande sucesso de audiência que infelizmente nunca voltou a grade do canal.



Para transpor uma segunda visão acerca da novela, o Aparato do Entretenimento conversou com Mario Henrique, um dos fãs de 'Amigas y Rivales'.


Um dos percursores do estilo juvenil nas novelas mexicanas, Emilio Larrosa acumula êxitos, fracassos e algumas que nem merecem ser lembradas. "Amigas y Rivales" é uma de suas obras mais memoráveis. Apostando no mote das quatro garotas de personalidades e posições sociais diferentes, como em outras produções suas, aqui ele consegue conversar com o jovem, ao usar principalmente, uma linguagem mais aberta para falar sobre sexo, drogas e AIDS, este último na vida de uma das protagonista, assuntos que na época eram um tabu gigantesco e que hoje ainda causam espanto. Em varios ângulos, a novela retratava a hipocrisia da sociedade através das personagens. O moralismo e as relações familiares são postas em xeque no núcleo dos De La O quando o patriarca Roberto inicia-se apaixonado por Roxana, que está apenas interessado em dar um golpe nele. No meio disso, Beto, depois de perder a noiva numa fatalidade, começa a se sentir atraído sexualmente pela madrasta Roxana, esta que se aproveita disso. Roberto, por sua vez, se apaixona e inicia um romance, a contra gosto de muitos, com sua funcionária, Laura, uma das protagonistas que é muito mais jovem que ele. O que acaba sendo uma polêmica dentro da história. A vilã sociopata de Joana Benedek, a aloucada Roxana, roubou a cena para si a partir do momento em que sua trama começou a ganhar mais importância, e assim, aparecer mais vezes em cena. Um retrato de uma mulher hipócrita e falsa moralista, Roxana não media esforços para passar por cima de quem fosse e chegar onde queria. É aí que entra o que considero mais negativo na novela: o excesso e o exagero de violência. Mesmo que a audiência do público adulto fosse bem participativa e que o núcleo de Roxana fosse fundamental dentro disso, era incômodo tamanha cenas de violência (às vezes até aleatória) para chamar atenção da audiência e, talvez, justificar a loucura da vilã. Até mesmo a cena em que Nayeli sofre uma tentativa de estupro, logo no início da novela, é pesada. Uma das coisas que mais me agradaram no remake brasileiro, produzido e exibido pelo SBT em 2007, por exemplo, foi justamente a suavidade da violência, sem perder a essência da novela. Um plot twist bem circense, uma vilã insandecida tocando o terror e adolescentes problemáticas retratando assuntos sérios, "Amigas y Rivales" foi importante para uma geração e fez história pela sua força e por uma profunda realidade da juventude inconsequente e cheia de dúvidas em relação ao futuro.


O saldo final da novela foi bem positivo, embora o público critique o fato de que a novela começou com uma trama juvenil e terminou como um folhetim policial repleto de violência, com muito tiros e crimes, alguns afirmaram que a novela ficou desfigurada. 


No entanto nada tira o brilho de "Amigas y Rivales", uma trama envolvente, em que a cada capítulo que era exibido conseguia conquistar ainda mais os telespectadores com os muitos acontecimentos do enredo, um folhetim que jamais foi uma trama parada e sua memorável vilã claramente deu uma ajuda nesse quesito, enfim uma novela que com certeza ficou nos nossos corações.

Siga a nossa revista no Flipboard
View my Flipboard Magazine.


Siga-me no Twitter: @EduardoOAlves2 



Aparato do Entretenimento

Criado em 2014, o "Aparato do Entretenimento" traz ao seu leitor uma gama versátil de conteúdo. Conta com colunistas especializados em áreas de atuação diferentes, que visam desta forma atender a você querido(a) leitor(a). Além da sua visita, esperamos ser seus amigos e como seremos pode nós dar aquela dica para melhorar, um puxão de orelha, elogiar. Acima de tudo queremos sua participação.


0 thoughts on “Relembrando Sucessos: Amigas y Rivales, uma vilã ensandecida rodeada por jovens inconsequentes