Yadhira Carrillo e Juan Soler em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
Na semana passada, conversamos sobre ‘Amor en Silencio’ a telenovela que matou seus protagonistas em plena cerimônia de casamento, original de Liliana Abud e Eric Vonn a trama datada do final dos anos 80, levava a assinatura de Carla Estrada, uma das produtoras de novelas mexicanas mais respeitadas do México. Nesta semana, continuaremos com Liliana Abud, mas desta vez quem dá as cartas é Ernesto Alonso, o ‘pai’ e espelho de Carla Estrada. Hoje falaremos sobre ‘La Otra’ o folhetim que lançou Yadhira Carrillo como protagonista de novelas na Televisa.
Yadhira Carrillo e Juan Soler em cena da novela - Créditos: Televisa S.A |
Lançada em 2002 pela Televisa - La Otra - é mais uma obra original de Liliana Abud, conhecida no Brasil pelas adaptações de ‘La madrastra’, ‘Abrázame muy fuerte’ e ‘El privilegio de amar’ que desta vez assumiu a função de criadora e lançou no mercado noveleiro uma composição única que tinha como elemento principal o enlaçamento de suas protagonistas, ambas interpretadas por Yadhira Carrillo. Adaptada pela dupla Orlando Merino (Huracán, Amarte es mi pecado e Quiero amarte) e Jaime Garcia (Locas de amor e Entre el amor y el odio), a equipe de roteiristas contou ainda com a edição literária de Tere Medina (La Gata, Corazón Indomable, Laberintos de pasión e Pobre niña rica).
Yadhira Carrillo e Jacqueline Andere em cena da novela - Créditos: Televisa S.A |
Um fator meramente curioso, Orlando e Jaime, já haviam compartilhado os créditos de adaptadores em produções rosas com estilo pragmático, onde o uso excessivo de elementos ‘a la mexicana’ não se faziam presentes. O notório em questão em ‘La Otra’ é a presença de Tere Medina, uma especialista em novelas rosas e primordialmente no roteiro de melodramas que usam o artifício ‘pastelão’ como propulsor de audiência. O trio parece que desligou o automático ao criar os diálogos e situações do roteiro original de Liliana Abud, vez que, o argumento da trama é um dos acertos da produção.
Juan Soler interpreta o mocinho da novela - Créditos: Televisa S.A |
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Yadhira Carrillo teve na produção de Ernesto Alonso a sua grande oportunidade como atriz - Créditos: Televisa S.A |
A direção também é outro ponto assertivo da produção, sob a tutela de Benjamin Cann (Vencer el miedo, Antes muerta que Lichita, La fuerza del destino e La doble vida de Estela Carrillo) como diretor de cenas, a novela fluiu, vez que Benjamin é um profissional viajante e que conduz com propriedade vários estilos de novela, que vão do cômico ao drama. Munido a liderança do diretor de câmeras, Manuel Barajas (Tres veces Ana, Que te perdone Dios, Abismo de pasión e Lo que la vida me robó) a telenovela ganhou ares de estirpe.
Sergio Sendel e Yadhira Carrillo em cena da novela - Créditos: Televisa S.A |
A sensualidade é o grande chamariz da novela, que soube transpor o lascivo sem extrapolar e pecar. Yadhira Carrillo, Sergio Sendel e Juan Soler tiveram várias cenas onde a sedução era o ingrediente principal. Ernesto Alonso mais uma vez não pesou a mão e conduziu com cautela, assim como ‘Tú o nadie’ em 1985, novela que em 2009 ganhou um remake sob o título de ‘Sortilegio’ e que também abusa de takes calientes. É neste contexto que entra o belo trabalho de cenografia e ambientação de Miguel Angel Medina, Marisol Garcia A, Rafael Brizuela e Antonio Martinez.
O tema de abertura chamado ‘La Otra’ escrito por Dennisse de Kalaffe e interpretado pela dupla Benny Ibarra e Edith Marquez fez considerável sucesso na época de exibição da novela, e muito por conta do conjunto: melodia, arranjo e canção. A sobreposição de cenas da novela, imagens relacionadas a convivência dos protagonistas, com efeitos visuais, fizeram da abertura uma das mais visitadas no YouTube, por exemplo.
Quase 20 anos desde o término da novela, sem a grande repercussão e acesso à internet na época, a entrada coleciona bons números nas plataformas de streaming, sendo a maior deles, o YouTube. No Brasil, a abertura ganhou uma nova versão.
Yadhira Carrillo em pôster promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
Yadhira Carrillo sempre foi uma boa atriz, uma atriz que infelizmente demorou a ganhar papéis que brindassem o seu talento na Televisa, fez participações especiais, ganhou personagens de certo destaque em ‘Más allá de La usurpadora’ e ‘El Privilegio de Amar’, por exemplo, mas foi com ‘La Otra’ que sua carreira tomou forma. Viver duas protagonistas de personalidades diferentes a consagrou e deu gás para novas inserções em projetos de larga escala. Com o término de ‘La Otra’ Yadhira protagonizou ‘Amarte es mi pecado’, ganhou papel de destaque em ‘Rubí’, voltou a trabalhar com Ernesto Alonso em ‘Barrera de amor” e destacou-se na produção de José Alberto Castro em 2007, ‘Palabra de mujer”. Desde então, Carrillo optou por afastar-se da TV para se dedicar a outras funções.
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Juan Soler em pôster promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
Juan Soler já era conhecido do público noveleiro quando ‘La Otra’ foi ao ar em 2002, e tudo isso devido ao sucesso de ‘Cañaveral de Pasiones’ em 1996 que deu ao ator o status de galã de novela, abrindo portas para um projeto atrás do outro. Quando encabeçou ‘La Otra’ ao lado de Yadhira Carrillo, Soler era sem dúvidas um dos nomes mais chamativos do folhetim. Apesar da presença marcante de Yadhira em outras novelas, foi com ‘La Otra’ de fato a sua estreia como protagonista de um elenco e o êxito foi certeiro, Juan Soler acabou tornando-se o parceiro ideal e a ‘química’ entre os dois foi tão grande que a audiência foi crescendo junto com a expectativa do telespectador com o desfecho feliz da pareja.
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De 2002 até hoje, poucas novelas tiveram tanta repercussão positiva como ‘La Otra’ e os elementos apresentados neste texto mostram alguns motivos deste sucesso. Folhetim bom é folhetim assistível, novela boa é novela que marca e gera lembrança.
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