Aparato do Entretenimento: CRÍTICA: Agradável e musical, "Juntos el corazón nunca se equivoca" é um grande acerto da Televisa
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CRÍTICA: Agradável e musical, "Juntos el corazón nunca se equivoca" é um grande acerto da Televisa

Pôster promocional da série "Juntos el corazón nunca se equivoca" - Créditos: Televisa S.A 

Produção de Juan Osorio, derivada da segunda temporada da telenovela "Mi Marido Tiene Família", o seriado "aristemo" estreou ontem (23/06) no Las Estrellas. 


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Obviamente, não poderíamos deixar de trazer uma crítica acerca da série. Dessa forma, eu (Hiago) e Graziely acompanhamos a estreia de "Juntos el corazón nunca se equivoca" e elencamos os principais aspectos da série teen dramédia da Televisa.

Continua com a gente que iremos conversar sobre Aristemo.

  
Cena da abertura de "Juntos el corazón nunca se equivoca" - Créditos: Televisa S.A

Direção 

Ágil, precisa e consoante com o tema proposto no script. Os personagens são apresentados de forma gradativa e com espaços para o entendimento do público. A linguagem usada pela direção é jovem e composta por elementos da mídia digital. O uso de artifícios especiais também é correta, até linear, vez que as entradas são vistas como algo primordial para a década onde a série se enquadra. Cômica, dramática e atual. Tem como um de seus pontos cruciais a aposta em enquadramentos do casal protagonista, tão bem como, o uso de elementos didáticos do universo jovem.

Roteiro

Com um clímax alegre e consistente, tem logo no primeiro episódio a apresentação da perda de um ente querido através da personagem de Leticia Calderón, enlace este, bem amarrado a escrita e cenas posteriores. O que se vê é uma mulher amargurada e com vezes antagônicas, infeliz com o luto e disposta a crescer profissionalmente. A morte, unificada ao texto leve de "El corazón nunca se equivoca" mostra uma precisão no desenvolvimento do projeto. As falas são robustas e apresentam o modo melodramático e "mexicanista" de delinear seus personagens, porém com um estilo mais requintado. Tudo é fluído e sem os temidos exageros que desaguam nas já conhecidas "caras e bocas" das telenovelas mexicanas. O elenco jovem tem falas livres de estereótipos e preconceitos, visão totalmente aposta ao visto em personagens do elenco adulto, que disseminam ódio e julgamento ao que é considerado diferente. Ponto este, fundamental para o andamento da trama. Detalhe: até me arrisco em dizer que lembra "Física o química" da Antena3.  


Imagem promocional da série "Juntos el corazón nunca se equivoca" - Créditos: Televisa S.A

Produção

Juan Osorio assina a produção sem medo, afinal de contas "Aristemo" já nasceu como um sucesso midiático. Uma faca de dois gumes, o que poderia tornar a produção executiva relaxada, funcionou como ingrediente para o sucesso do seriado. Juan é eficiente. As apostas no casal gay protagonista é um avanço na teledramaturgia de um país tão conservador como o México, e Osorio é sagaz ao lutar contra essa sociedade conservadora. O casal aristemo tem grandes momentos neste episódio de estreia, porém é dada oportunidade para outros núcleos brilharem, estes, com personagens bons ou até superiores ao protagônico.

Fotografia

O cenário é colorido e crível, assim como sua fotografia. Aos olhos do público, narra uma trama agradável e longe de vícios. Os elementos dos cenários, em diferentes núcleos e famílias, igualam-se ao de produções globais, como visto em "Malhação: Toda Forma de Amar", por exemplo. A utilização de externas na Cidade do México e regiões próximas é outro ponto assertivo, vez que prioriza e dá valor a cultura local.  

Abertura

Seria injusto não dizer que é um dos melhores trabalhos da Televisa nos últimos anos. A ideia de apostar na animação e colagem, uma espécie de revista em quadrinhos ou álbum de família não é novo na TV, porém o requinte e sutileza ao apontar os personagens e mudanças na série trazem um frescor de renovação. Tudo muito bem amarrado.


 
Foto promocional de "Juntos el corazón nunca se equivoca" - Créditos: Televisa S.A

Atuação

Os atores que migraram da novela original para a série estão cômodos com seus respectivos personagens. Ale Müller se vê mais solta e confortável atuando, a personagem até o momento tem menos densidade do que a Emília de "Like, la leyenda", porém tudo pode mudar. Foi deveras interessante apostar em um plot sobre o suicídio, assunto tão difundido atualmente e um caso de saúde global, e no quesito abordagem foi correto e tênue. Delicado como pede, Osório foi feliz nisso. É perceptível ainda um pouco de nervosismo em Joaquin Bondoni, mas aos poucos o jovem ator irá se encontrar. Helena Rojo, está ótima como a amargurada Dora Ortega. Na cena onde os meninos chegam na casa, Rojo é um show de interpretação. No texto é bem sutil a abordagem da homofobia e a reação da mãe de Aris foi tipicamente o que se espera de uma mãe super protetora mexicana. São destaques positivos neste capítulo de estreia, Leticia Calderón como Elsa Reynoso e Sergio Sendel como Ubaldo Ortega. Laura Flores não brilhou e tampouco apareceu, mas sua Soledad tem índicios de ser uma personagem marcante. 


Foto promocional da série "Juntos el corazón nunca se equivoca" - Créditos: Televisa S.A

Música

Comercial, urbana e latina. É o que está sendo consumido no mercado latino entre a faixa etária do público que acompanha a série. Vibrante, colorida e divertida. Vocalmente Emílio Osório teve uma notável melhora, já encontra-se na zona de conforto, do reggaeton e urbano que sempre foi a sua praia. Joaquin Bondoni tem uma boa voz, contudo não tem sido explorada ao máximo, aparentemente só tem servido pra ser back vocal, o que é lamentável. Seu timbre é suave e lindo.


Foto promocional da série "Juntos el corazón nunca se equivoca" - Créditos: Televisa S.A

Considerações Finais

"Juntos El Corazón Nunca Se Equivoca" tem a missão de continuar os méritos de um grande êxito da Televisa, que a julgar pelo primeiro episódio, tende a trilhar o mesmo caminho que seu esboço original. 

A conversa natural e aberta sobre homofobia, bem como a apresentação do suicídio como tema revelante, consagram a série com um produto televiso que deve ser consumido por diversos públicos para a elucidação e disseminação de informação. 

Ainda que seja uma trama jovem, atual e promissora é capaz que encontre alguns empecilhos para vendas no exterior, principalmente para países ultramente conservadores. Contudo não perde o brilho e o dialógo tão importante para a quebra de tabus. Em outras palavras, se faz necessária. 


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Crítica escrita por Hiago Júnior e Graziely Sofia para a coluna #EmEquipe.

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