Aparato do Entretenimento: CRÍTICA: "A Barraca do Beijo" reacende a chama dos romances adolescentes
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CRÍTICA: "A Barraca do Beijo" reacende a chama dos romances adolescentes

"The Kissing Booth" Cast - Divulgação: Netflix

O filme Original Netflix “A Barraca do Beijo” se tornou um fenômeno de público e os motivos são variados há quem se atraia pela idealização do amor inesperado, pelo ator protagonista que é #OMG super hot ou a amizade construída por Elle e Lee. Se você ainda faz parte do grupo de pessoas que ainda não se rendeu ao filme e não tem ideia do que se trata a narrativa então siga comigo.

"A Barraca do Beijo" conta a história de dois melhores amigos Ella e Lee, ambos cresceram juntos e herdaram a amizade que a mãe de ambos construiu ao longo dos anos. Aos seis anos de idade os dois estabelecem regras de convivência e uma delas a numero 09 menciona uma proibição de relacionamento da parte de algum deles em relação a parentes, mas o que Lee não contava era que a sua melhor amiga tivesse uma queda pelo seu irmão mais velho Noah. 

Durante uma festa de arrecadação de fundos os dois amigos administram uma barraca do beijo e é ali que a história começa a fluir arrancando diversos conflitos.


Trailer Oficial "A Barraca do Beijo" -  Netflix

A ideia do livro cujo filme se baseia foi escrita por uma menina de 15 anos, o texto agrega todos os clichês de filmes juvenis já lançados desde a aparição e ascensão de Amanda Bynes com seu clássico “Tudo que uma garota quer” ou “Ela é o Cara” até mesmo Hilary Duff e seu “A Nova Cinderela” a idealização de um romance colegial que beira a perfeição, mas a proposta do filme em questão parece fugir desse ideal, apresentando um protagonista problemático: Noah foge do príncipe perfeito, a personalidade do garoto é ambígua onde a linha para a incontrolável raiva demonstrada em diversos pontos do filme seja facilmente rompida mesmo que Elle a desaprove. 
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A protagonista interpretada por Joey King é uma típica adolescente como muitas que desenvolve uma paixão impossível durante o ensino médio, o que aproxima os telespectadores ao seu público alvo, motivo este que justifica o sucesso do longa desde o seu lançamento.


Protagonistas em evento de lançamento do filme - Créditos: Netflix

Joey King representa tudo aquilo que Amanda, Hilary e Cameron Diaz representaram em suas épocas em filmes do gênero. A talentosa atriz desenvolve com naturalidade sua personagem cujas emoções são extremas, King consegue mesclar o drama e a comédia com perfeição e sua química com seu parceiro de cena igualmente talentoso Jacob Elordi é o ponto alto do filme. 

A sintonia é tão notória que o romance fictício transcendeu as telas e concretizou-se na vida real. Elordi chama atenção pela intensidade cênica e sua capacidade em mostrar-se vulnerável exatamente quando se faz necessário. Noah é um personagem forte e talvez o mais complexo do filme, quando me refiro a complexidade estou falando das nuances de personalidade que mescla entre romantismo fofo a ataques de raiva, algo que o ator mostra-se capaz e rompe o estigma de atores que só estão nos filmes para serem galãs, mesmo que isso seja um dos motivos que atraia público a primeira vista. 
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O terceiro elemento desta história é o jovem Joel Courtney que interpreta o melhor amigo, mesmo que visivelmente seja o mais limitado ator do elenco, Joel consegue se sobressair em meio a um personagem mal construído e desenvolvido.


Protagonistas em cena

A estória apresenta conflitos modernos que analisando com mais profundidade chega a ser problemática como por exemplo, a relação possessiva que Lee nutre pela melhor amiga o que torna a amizade tóxica, como dito na frase:

“... se você der em cima do meu irmão eu nunca mais falo com você”. 

Reafirma um comportamento infantil que só se agrava no decorrer das cenas. Onde fica a regra 18? 

"Fique feliz pelo seu melhor amigo" 

As regras só são validas com a Elle? Outro ponto problemático do filme aparece logo no inicio da estória em uma situação onde a protagonista se vê obrigada a usar uma saia curta para ir a escola devido a um problema com seu uniforme, a saia em questão fazia parte do uniforme escolar - no auge dos seus 14 anos - durante a cena um garoto aleatório bate na bunda dela e Noah explode com ele levando os três a detenção, mas a cena deixa a desejar quando o garoto solta a seguinte frase

“A sua saia é uma provocação.” 

Tipo, oi? Em pleno século XXI as mulheres ainda serão reprimidas pelas roupas que usam? Não, a nossa roupa não da liberdade em relação ao nosso corpo e nem define nosso caráter.


Cena do primeiro dia de aula - Netflix

A direção de cena e de atores não é uma maravilha, durante o progresso do filme é notável cortes indevidos de cena, erros grotescos de continuidade que são compensados pela forma dinâmica que a storyline anda. A trilha sonora é um acerto em tanto, todas as músicas que embalam a trama conseguem resgatar a sonoridade e o frescor do ápice dos filmes juvenis.
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Entre erros e acertos o filme cumpre ao que se pretende entreter e dá uma válvula de escape da realidade cruel e chata das nossas vidas é algo que você liga e assiste em situações como uma tarde de chuva ou um sábado de indisposição devido a TPM [como foi o meu caso]. 

Mesmo com a debilidade do roteiro é algo que vale a pena assistir, se você é louco por filmes água com açúcar e se esse não é o seu caso fuja, a pelicula não atende os critérios de grandes produções cinematográficas, o que por fim não anula seu potencial.

P.S: Se não curte spoilers não dê o play nos videos, corra na Netflix e assista ao filme antes.


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