“Natural de São Paulo, mas Bragantino por opção o interiorano Pedro Fabrini nunca bateu bem da cuca (brincadeira). Desinquieto, antes de sair de sua cidade natal ajudou a implantar três grandes veículos de comunicação. Sempre muito atento, passeia e comenta muito bem sobre diversos assuntos, especialmente sobre um tema que ele domina muito bem que é a TV. Achou que era só isso? Engana-se Pedro não se resume a somente isso tem muito mais... Publicitário, jornalista, produtor de TV, redator e ator... UFA acabou, pelo menos eu acho. Alegra a todos no seu perfil no twitter com respostas rápidas e engraçadas dignas de um mestre do humor”.
Como
sempre de praxe, agradeço sua disponibilidade em conceder esta entrevista para
o blog Aparato do Entretenimento. Bom sem mais delongas vamos às perguntas, são
somente cinco. Pronto? Não? Vai assim mesmo.
Com todas as suas profissões que não
são poucas, escrever foi um pulo muito curto. Com dois livros publicados “O
Diário de Jacob” e “Suícidio Patrocinado” me diga. Como é escrever e dar vida a
um personagem em um livro? A diferença é muito latente para uma esquete de
humor?
“Primeiramente, obrigado pela oportunidade e
sem mais delongas mesmo não preparado vou às respostas. Eu na verdade sou um escritor de humor, é o gênero que tenho mais
facilidade de escrever, então escrever o Diário de Jacob foi um
trabalho árduo já que ele é um livro sério, com assuntos mais sérios,
o livro conta a história de um homem que no fim da vida resolve confessar que
sempre conversou com espíritos. Demorei muito para escrever esse livro,
ele tem todo um embasamento e ambientação histórica que demandaram muita
pesquisa, foi um parto difícil, mas prazeroso rsrs.
Já o Suicídio Patrocinado é na verdade uma peça de teatro, que
ficou em cartaz por 3 anos e que devido ao sucesso da peça virou livro e
DVD, é um humor mais leve. Na verdade acho que escrever é contar histórias
que queremos contar e outras que pedem para serem contadas, não acredito que
inventamos as histórias, acredito que apenas as captamos e somos o meio usado
para que elas ganhem vida. Profundo né (risos)? Meio Louco? Mas penso assim, é
bom porque ai tiro a responsabilidade de mim, e jogo no universo haha”.
Quase todos os profissionais do meio
televisivo tiveram passagens ou iniciaram sua carreira nas rádios como locutor,
com você não foi diferente. Conte-nos como foi sua experiência. No inicio de
carreira no rádio, aconteceu algum imprevisto engraçado que você nunca mais
esqueceu e que até hoje é motivo de risadas nas rodinhas de amigos? Compartilhe
conosco.
“Rádio até hoje é uma grande paixão, entrei na
rádio pelas mãos do Ricardo Oliveira da 102 FM de Bragança Paulista, e esse
cara é o responsável por hoje eu estar no meio de comunicação. Quando
entrei para rádio um novo mundo se abriu, lembro do meu nervosismo no dia da
estreia e para falar a verdade, metade dos cabelos brancos do Ricardo são culpa
minha, a outra metade dos cabelos ele perdeu mesmo...eu tinha 17 anos, e fazia
um programa chamado Bobagem e Companhia, inspirado no Café com Bobagem do Oscar
Pardini que era um ídolo e hoje virou um amigo. A gente colocava
muitos ouvintes no ar e uma vez um falou um palavrão gigante, eu fiquei
"puto da vida", pode falar puto aqui? Enfim, fiquei puto da vida,
tirei o cara do ar e eu estava tão nervoso porque sabia que teria problemas que
bati no botão do microfone para desliga-lo, mas bati com tanta força que ele
fechou e abriu o microfone de novo. Ai eu pensando estar fora do ar soltei o
maior, mais sonoro e mais completo PQP da minha vida... Quando descobri que
tudo tinha saído no ar deixei tocar umas 10 músicas seguidas e quando entrei de
volta falei algo assim "Olha, a gente aqui solicita ao pessoal da Anatel
que tome alguma providencia porque estamos sofrendo
com interferência aqui na rádio e assim
fica difícil trabalhar!" Foi a única coisa que me ocorreu na
hora, depois acho que peguei o famoso "gancho" etc.... Mas a gente
aprontava muito, eu e o ED, o outro locutor a gente invertia um fio da
"hibrida" que era o equipamento que colocava os ouvintes no ar e
deixava invertido pro locutor seguinte... Ai o cara ia colocar ouvintes e só
saia um apito, a gente rolava de rir, hoje vejo a irresponsabilidade, mas que
era divertido era...”.
“No twitter
posto coisas que acho engraçado, às vezes recebo frases engraçadas e posto, às
vezes crio alguma coisas e posto, na verdade serve até como teste de piada. Posto
também coisas que vejo e que estou pensando, adoro o twitter. Mas não acho
que meu twitter influencie alguém são 4 mil seguidores, poucos, mas ótimos
rsrs. Tento interagir com todos, sempre respondo as mensagens enfim sou
meio viciado nesse lance de twitter. Tão viciado que às vezes chego a desligar
o computador ai me vem uma frase que eu acho legal ligo tudo de novo só para
postar”.
“São duas coisas bem distintas, o I LOVE NEIDE-
A VIAGEM foi um presentão que eu ganhei do Eduardo Martini, a personagem Neide
é muito querida do público, a primeira peça teve mais de 100 mil espectadores e
coube a mim a responsabilidade de escrever a continuação dessa história e de
verdade ficou engraçadíssimo. Nessa peça a Neide participa de um Reality Show desses que confinam famosos em uma casa, ela não ganha o prêmio
principal, mas ganha uma viagem de volta ao mundo e é ai que a confusão toda
começa. Sem contar que o talento do Eduardo Martini é único e ele sabe
fazer rir como ninguém. Quando a gente escreve uma peça no momento
que a peça estreia o trabalho do autor acaba, na verdade ele acaba quando o
texto chega à mão dos atores, mas eu só sinto o "dever cumprido"
depois da estreia. Então a Neide é um filho que já está seguindo seu caminho. Esse ano o Eduardo deve estrear outra peça minha chamada "Cada um tem o
Anjo que merece", é um dos meus textos que eu mais gosto. Quanto ao Área
58, é um projeto de esquetes de humor na internet, lá tenho liberdade total de
criar e o pessoal da Cubo Filmes que é a produtora que desenvolveu o projeto
junto comigo também faz o melhor para entregar algo com muita
qualidade. Hoje o produto final tem que ficar bom, senão não adianta a ideia
ser boa e a execução ser podre que estraga tudo. O Área é o lugar onde eu mato
a saudade de atuar, é uma reunião de amigos que se juntam para gravar e dar
risada. Mas o resultado está bem legal, em 6 meses já somamos mais de 1.5
milhão de acessos, para pobre mortais um número bem expressivo. O público nessa história toda é o objetivo final, pela
internet conseguimos atingir um maior número de pessoas, por exemplo,
um vídeo nosso tem 300 mil acessos, é muito mais do
que conseguiríamos com 2 anos em cartaz no teatro de casa
lotada. Mas a emoção do teatro é única e insubstituível. Tô doido de
vontade de voltar para o teatro, no melhor estilo mulher de malandro, sofro
mais gosto kkkkkk”.
“Rapaz que honra ouvir isso, conheço grandes
redatores que são espelhos para mim, o Paulão do Velhas Virgens, o Jorge Tadeu,
o Jorge Barbosa, o Oscar Pardini, não vou ficar aqui citando que serei injusto,
esses são meus amigos e ídolos sabe... Mais gostoso que isso é saber
que você e mais um monte de gente curte o Área58, agora se o Área se encaixaria
bem na tv aberta? Não sei, talvez algumas coisas do Área sim, talvez como um
quadro de humor dentro de algum programa, mas de verdade não sei dizer... Sem
dúvidas se surgisse uma oportunidade dessas a gente no mínimo iria ficar muito
feliz, porque nossa ideia é levar esse humor para o maior número de pessoas e
se esse número for aumentar na tv aberta porque não? Eu não tenho esse lance de
ah, só gosto de internet, só gosto de tv, de teatro... Eu gosto de me
comunicar, quero chegar às pessoas e se esse for um
caminho ficaríamos imensamente felizes. O Área é um projeto determinado, ele foi
planejado com começo meio e fim, na verdade ele tem garantia
de existência até o final desse ano, depois nos vamos reavaliar
os resultados e acima de tudo se a gente ainda continua na "vibe" de
fazer ele com o mesmo "tesão" do inicio. São 80 esquetes no total,
nessa primeira etapa. Isso pode ser prorrogado... Ainda mais se o canal
começar a tomar maiores proporções”.
“Grato
pela sua colaboração. Desejo somente sucesso na sua carreira e que seu dom para
com o humor aumente ainda mais”
Atenciosamente...
Equipe do Aparato do
Entretenimento.
“Eu que agradeço a oportunidade e
principalmente a lembrança, só quem se lembra de mim no inicio do ano é minha
gerente do banco e a mulher do cartão de crédito. Poder falar do meu trabalho é
sempre uma alegria. Contem sempre comigo, se puderem acessem o área58 no
youtube, quero deixar aqui um abraço enorme a turma do elenco do Área (Maura Senna,
Leandro Centofanti, Leko Silva e Thiago Ebenezer), a turma da produtora Ricardo
Becker e Matt Martiningo. No teatro deixo uma sugestão, assistam o
Eduardo Martini, assistam a Neide, mas mesmo se não for a peça da Neide, vá ao
teatro ver qualquer trabalho do Martini, ele está estreando agora o Chá das 5
uma comédia maravilhosa, daquelas que a gente queria ter escrito sabe? Qualquer
trabalho assinado por ele é garantia de boas risadas e sucesso”.
Quer
conversar e conhecer mais sobre o trabalho do Pedro Fabrini?
Gostou?
Comente. Não gostou? Comente também. O importante é dar a sua opinião.
2 thoughts on “Entrevista - Pedro Fabrini”