Aparato do Entretenimento: Normal People: Com uma narrativa delicada e que transborda humanidade, série da StarzPlay emociona com uma história de amor moderna
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Normal People: Com uma narrativa delicada e que transborda humanidade, série da StarzPlay emociona com uma história de amor moderna


Elenco em foto promocional da série - Créditos: StarzPlay



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Inspirada no livro homônimo de Sally Rooney que também fica a cargo do roteiro, o fio condutor desta obra já se encontra no título. É uma saga sobre duas pessoas normais, com adversidades normais, vivendo vidas normais, mas que se encontram e criam uma ligação que, não importe quanto tempo passe, se mantém íntegra.

A série acompanha os encontros e desencontros de Marianne e Connell, dos jovens de origem diferentes que acabam se apaixonando um pelo o outro durante diferente fases da vida, como o ensino médio em uma pequena cidade da Irlanda e a universidade em Dublin.

Paul Mescal em cena da série - Créditos: StarzPlay

  
Num primeiro momento Connell pode ser notado como um jovem bem popular de séries adolescentes. É o tipo simpático, por quem todas se apaixonam e o queridinho entre os professores. Mas quando observado por outro ângulo, o que nota-se é um jovem muito sensível, cheio de sentimentos reprimidos e com uma consciência singular em relação ao mundo.
 

É no silêncio que o personagem vai se modulando perante ao público, sendo elaborado desde de tudo aquilo que não é expressado, de todos os gestos não emitidos, de todas as ações inclusas. Essa construção além de ser incrivelmente escrita no roteiro, também é transmitida de forma magistral por seu intérprete, Paul Mescal.


Se Connell é um personagem que se modula pelo silêncio e por sua timidez, Marianne é o contrário disso. Vinda de uma família rica e repleta de problemas, ela é uma jovem que não demonstra medo de colocar tudo que pensa na mesa e sempre possui uma ironia ácida na ponta da língua para qualquer um, o que faz com que sua relação com seus colegas de turma seja muito distante.

Dayse Edgar-Jones em cena da série - Créditos: StarzPlay

No decorrer dos episódios, vemos uma pessoa muito só e desestabilizada pelas situações de abusos que vivenciou. Marianne é revestida de singularidade, Daisy Edgar-Jones sabia disso e tomou a personagem para si de uma maneira fenomenal, apresentando para todos o que foi um dos trabalhos mais lindos dos últimos anos dentro da televisão. Marianne completa a tela do telespectador com sua graça, doçura e, sobretudo, garra e superação.

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Esses personagens bem construídos, muito se deve ao ótimo roteiro que é capaz de desenvolver personagens complexos, sem torná-los mocinhos ou vilões, apenas seres humanos com falhas e qualidades. A forma como o roteiro pinta o desejo e o sexo entre eles é outro acerto da produção, que não tem medo de transparecer a fria nudez das pessoas normais ou o embaraço das frivolidades de um ato sexual.

Paul Mescal e Dayse Edgar-Jones em cena da série - Créditos: StarzPlay

 
Elaborado por Sally Rooney, Mark O'Rowe e Alice Birch, ele é formado por falas verdadeiras, sensíveis e autênticas, temas como depressão, classes sociais diferentes e suicídio são introduzidos para a tela de uma forma muito verdadeira, com os pensamentos e colocações dos protagonistas transformando-se com o passar do tempo, mas mantendo a essência desses pensamentos.

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Além disso, a direção de cena a cargo de Hattie Macdonald e Lenny Abrahamson traz um naturalismo que engrandece a tela e encanta o telespectador. 


O frio irlandês, alinhado a cores suaves e delicadas transmitem a essência do momento, colaborando em todos os momentos para uma das séries mais intimistas já vistas. Os dois diretores conduzem o enredo de forma que modulam dois personagens verídicos, que falham e acertam ao longo dos 12 episódios.

Elenco em foto promocional da série - Créditos: StarzPlay


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Intrínseca e quieta, a abundância de ‘Normal People’ não se encontrou só no maravilhoso trabalho feito pelos atores centrais, na delicadeza do seu roteiro e nas particularidades de sua direção, mas está presente no ato de modular um argumento simples e já visto muitas vezes em uma história de amor moderno, que é moldada a partir da trocas sutis de olhares, das conversas coladas ao ouvido, dos pequenos pontos. 

Ao tratar dos contratempos do amor, alguns deles produzidos por nós mesmos, a série se lonjura dos romances clichês adolescentes e entra no campo das sagas de amor autênticas e lúcidas. Sagas de amor encantadoras, rígidas e habituais. E consequentemente únicas e inesquecíveis.




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