Em 1986, o produtor Carlos Téllez com base em uma história original de Carlos Olmos produziria uma das novelas mexicanas mais bem sucedidas dentro e fora do México. A trama repleta de reviravoltas com tons de suspense foi responsável por parar o país durante sua exibição, além de entregar para o público a maquiavélica Calatina Creel, a maior vilã (na opinião do editor aqui) da teledramaturgia mexicana.
Hoje vamos falar sobre esse clássico indiscutível, que atravessa gerações: Cuna de Lobos - que no Brasil ganhou o título de 'Ambição' 🤔.
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Para resolver esse problema, Alejandro seduz e envolve a ingênua Leonora em um casamento falso. Grávida, nem desconfia que ao dar a luz, Alejandro e Vilma, já com a cumplicidade de Catalina, pretendem roubar a criança e criar como filho legítimo do casal. Até lá, misteriosas mortes acontecem ao redor da família, todas provocadas por Catalina em sua sede pelo poder.
A trilha sonora da obra era um charme a parte, repleta de toques de mistério, as músicas do folhetins eram inseridas na história de uma maneira fenomenal, o instrumental belíssimo de abertura era outro chamativo dessa super produção.
A ambientação com um toque sombrio também não ficava por baixo, o figurino esteve de muito bom gosto e a escalação de elenco simplesmente irrepreensível e tudo isso alinhada a ótima direção de cena a cargo de Carlos Téllez e Antonio Acevedo tornaram a obra algo inesquecível.
Os destaques no elenco foram muitos, a começar pela incrível María Rubio que encarnou a megera Catarina Creel (Catalina, no original) como ninguém. Muito elegante, a atriz conseguia passar todo seu charme ao telespectador junto da frieza de sua personagem de uma maneira formidável, María apesar de personificar uma megera fria e ambiciosa, conseguia conquistar o telespectador com a dosagem certa de cada sentimento que ela empregava em Catarina. A mesma cometeu tantos crimes que seria preciso fazer uma coluna só deles. Uma atriz que realmente dispensa qualquer tipo de apresentação.
Alejandro Camacho e Rebecca Jones que eram um casal na vida real, viveram na ficção o casal de vilões, Alejandro e Vilma, respectivamente. Ele era o filho de Catalina e ela sua esposa, uma mulher estéril, que não podia dar filhos para ele. Ambos estiveram acima da média com suas performances, uma dupla que chamava atenção por sua frieza, em especial ele que seduzia Leonora - a mocinha da história, onde o mesmo armava um casamento falso para que a ela tivesse um filho dele e consequentemente roubasse a criança junto com Vilma, para que pudessem enfim, herdar a fortuna da família sozinho.
Elenco em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
Já Gonzalo Vega deu vida a José Carlos, o enteado de Catalina e irmão de Alexandre, a quem todos pensam que foi o responsável por deixar 'mãe' cega. Aqui Vega conseguiu imprimir um personagem muito abalado, que sempre se sentiu culpado pelo acidente e que vai mudando no decorrer da obra ao se apaixonar por Leonora. Na humilde opinião, foi o que menos se destacou do núcleo principal, apesar disso teve um desempenho bem satisfatório também.
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Na ala coadjuvante Carmem Montejo deu vida a Esperança, a madrinha de Leonora e fugiu do estereótipo de velhinha feliz que só servia para ouvir a personagem principal, tendo sua própria trama dentro do enredo. Ver se aprende com ela @ CS!
Lilia Aragón viveu a enfermeira sinistra Rosa, que mantinha a protagonista sobre efeitos de remédios e chamou bastante atenção com seu desempenho, Rosa María Bianchi teve seu primeiro papel de destaque como Bertha, a secretária de Catalina que tentava se desvencilhar da patroa após descobrir suas armações e por fim, Humberto Elizondo esteve ótimo como o inspetor Soares, um homem que investigava os mistérios acerca da família de vilã.
Foi exibida no Brasil pelo SBT às 21 horas, entre 02 de dezembro de 1991 até 23 de março de 1992, com 81 capítulos com o título de 'Ambição', substituindo 'Quinze Anos' e sendo substituída por 'Alcançar uma Estrela'. Foi reprisada cinco meses após seu término, entre 24 de agosto de 1992 até 02 de janeiro de 1993, em 94 capítulos.
Nos Premios TVyNovelas de 1987 a obra recebeu 12 indicações, vencendo em 10 categorias incluindo melhor novela. María Rubio fez história ao vencer nas categorias de melhor vilã e melhor primeira atriz na mesma noite, fato que só se repetiria 33 anos depois, justamente nesse ano de 2020, com a atriz Sandra Echeverría que venceu as categorias de melhor atriz e melhor vilã pelo seu trabalho no remake de 'A Usurpadora'.
Em 1994, a novela ganhou uma espécie de reboot em 'Império de Cristal' obra de 1994, produzida por Carlos Sotomayor e que trazia novamente Rebecca Jones, Alejandro Camacho e María Rubio nos papéis centrais, com Rubio vivendo novamente a grande vilã do enredo.
Em 2011, Salvador Mejía pretendia reviver a obra em formato de série, o produtor chegou inclusive a gravar o piloto, com Rebecca Jones vivendo Catalina e William Levy vivendo José Carlos. Entretanto, a Televisa optou por não seguir em frente com o projeto.
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Em 1994, a novela ganhou uma espécie de reboot em 'Império de Cristal' obra de 1994, produzida por Carlos Sotomayor e que trazia novamente Rebecca Jones, Alejandro Camacho e María Rubio nos papéis centrais, com Rubio vivendo novamente a grande vilã do enredo.
Em 2019, a obra por fim ganhou um remake dentro do projeto 'Fábrica de Sueños' que tem por objetivo reviver clássicos mexicanos em formato de série. Produzida por Giselle González, essa nova versão trouxe Paz Vega interpretando Catalina e apesar de ter recebido alguns elogios da crítica, essa roupagem não agradou ao público mexicano se tornando um fracasso de audiência. A série está disponível no serviço de streaming da Amazon, o Prime Video e apesar da baixa audiência no México, 'Cuna de Lobos 2019' como é conhecida teve uma boa repercussão no mercado internacional, sendo exibida em países como Colômbia, Estados Unidos e Espanha.
María Rubio em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
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