Em 2014 após realizar vários trabalhos em parceria com Roberto Gómez Fernández, a produtora Giselle González assinava seu primeiro folhetim solo. Ela então decidiu apostar na nova versão de um clássico de 1991 intitulado 'Eu Não Acredito nos Homens' exibido pelo SBT no ano de 1993.
Apesar de certas pessoas não terem acreditado no potencial do projeto, Giselle em nenhum momento se intimidou e entregou um dos melhores folhetins daquele ano, que apesar de trazer uma história clássica estava muito bem colocada no mundo atual - com personagens extremamente realistas e muito bem desenvolvidos. Hoje vamos falar sobre esse grande sucesso de 2014 que deu a Adriana Louvier sua primeira protagonista na Televisa: 'Yo No Creo en los Hombres'.
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No entanto, María Dolores tem que reconsiderar e retornar à oficina, porque o futuro de sua mãe e sua irmã dependem de seu trabalho. Quando ela decide denunciar Jacinto, conhece Maximiliano Bustamante (Gabriel Soto) um belo e honesto advogado que se oferece a ajudá-la. É nesse momento que nasce uma atração entre os dois, sendo que os mesmos são comprometidos.
María Dolores sofre uma enorme decepção com o noivo Daniel (Flavio Medina), quando este se casa com Ivana (Sofia Franco) obrigado pela sua mãe Úrsula (Rosa María Bianchi). Max se apaixona perdidamente por María Dolores e decide terminar seu compromisso com Maleny (Sophie Alexander) que fica louca de ódio já que também foi obrigada pela mãe a se casar com Max, no entanto, ela tem uma relação com Ari (Lenny de la Rosa) escondida do ex-namorado.
Já nos teasers de lançamento da novela era possível notar a qualidade da obra, com as atrizes caracterizadas como suas personagens dizendo uma situação ruim que sofreu com algum homem e como isso a prejudicou em algum momento da sua vida. No final dos teasers Adriana Louvier intimidava o telespectador com seu olhar penetrante dizendo a seguinte frase: 'Você acredita neles? Eu não acredito nos homens.'
No quesito escalação de elenco, direção de cena, adaptação, ambientação e figurinos; tudo estava de muito bom gosto, principalmente a ótima trilha sonora com toques de suspense. Também convenhamos: Giselle González a cargo da produção não poderia ser diferente, não é mesmo?
Para viver a protagonista da obra, Giselle González decidiu apostar na incrível Adriana Louvier. Ela que já havia tido desempenhos acima da média em 'Lágrimas de Amor' e 'Quiero Amarte' teve uma performance irrepreensível na pele de Maria Dolores, uma personagem bastante complexa, que gerava um misto de sentimentos no telespectador e que apesar de muito sofredora, sempre foi muito forte, não tendo medo de enfrentar nada ou ninguém. Essa personagem é o eixo central da trama e Adriana brilha a cada take da história com ela, uma atriz que realmente dispensa qualquer tipo de apresentação.
Para viver o galã Maximiliano a produtora trouxe o galã Gabriel Soto que vinha do imenso fracasso 'Libre Para Amarte' e que conseguiu se livrar da imagem da obra citada e pode ser firmar de vez como protagonista na Televisa. Apesar de parecer um pouco intimidado no início (creio que pelo elenco de peso que a novela tinha) Gabriel foi conseguindo aos poucos encontrar o tom certo do personagem que foi sem sombra de dúvidas um dos melhores daquele ano. Algo curioso da novela é que foi Maximiliano que se apaixonou primeiro por Maria Dolores, algo que fugiu do estereótipo de sempre, no qual a mocinha se apaixona primeiramente pelo galã.
Adriana e Gabriel tiverem uma ótima química em cena, tanto que voltaram a repetir o par quatro anos depois em 'Caer en Tentación' de 2018, também produzida por Giselle González.
Flavio Medina em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
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As vilanias e as trama secundárias foram inseridas na novela de uma forma muito satisfatória com todas se ligando entre si.
Flavio Medina deu vida a Daniel, um homem muito apaixonado por Maria Dolores, mas que tinha vergonha dela por ela ser pobre, além do fato de sua mãe não aceitar a relação do filho com uma moça humilde. Aqui Flavio pode construir um vilão, um tanto humanizado, mas que era bastante controlado pela figura materna, um homem que realizava seus atos sem pensar muito nas consequências, brilhando nesse personagem repleto de nuances.
Falando na mãe de Daniel, esse papel foi defendido pela sempre competente Rosa María Bianchi que deu vida a peste Úrsula, uma mulher repleta de preconceitos, movida pela ambição, cheia de ódio e que controlava a vida dos filhos como podia, capaz inclusive de passar até por cima deles para alcançar o que queria. Uma personagem realmente detestável.
A incrível Azela Robinson teve aqui aquela que foi a melhor personagem de sua ótima carreira. Dando vida a Josefa a atriz pode brilhar como uma mulher bastante bruta devido ao suicídio da filha no passado e que agora decide usar sua outra filha Isela para se vingar daqueles a quem ela culpa por isso. Josefa é uma vilã repleta de um grande humor ácido e que apesar de tudo o que ela faz na história, acabou agradando o telespectador devido a essa performance inesquecível dessa grande atriz.
No núcleo de Josefa ainda temos Isela, uma personagem bem ampla defendida pela jovem atriz Fabiola Guajardo. Isela é a filha de Josefa que passa por diferentes momentos ao longo da história, encarando o desprezo da mãe a cada cena da trama, além de enfrentar situações revoltantes como nas quais sua mãe a joga contra a parede pelos cabelos sem motivo algum, apenas pelo prazer de ver a filha sofrer, até mesmo jogar Isela da varanda Josefa fez.
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Alejandro camacho deu vida a Claudio, o pai de Maximiliano e também esteve super bem com um personagem que tinha aquele selo de goste ou odeie, sem meio termo. Cecilia Toussaint brilhou como Honória, uma vizinha de Maria Dolores - mulher que apesar de bem sofredora, se dedicava bastante a cuidar de seu filho doente. Ao lado dela se destacou também Juan Carlos Colombo, como Fermín, um homem que enfrentava problemas com o álcool.
A atriz Macaria deu vida a Esperanza a mãe de Maria Dolores uma mulher bem doce que chamou a atenção do público. Luz María Jerez como Alma a mãe de Maximiliano também teve um desempenho muito bom e agradou o telespectador, apesar dos toques de vilania que a personagem apresentava vez ou outra. Sonia Franco deu vida a Ivana e se saiu muito bem com uma personagem que vivia cercada de segredos e intrigas. Estefanía Villarreal teve aqui também o seu papel de maior destaque após 'Rebelde', como Doris a melhor amiga de Maria Dolores.
Outro ponto que movimentou muito a trama foi quando Maria Dolores e Daniel acabam disputando uma arma que acaba por ser acionada e atinge a Julian um amigo de Maria Dolores. Ela acaba levando a culpa e com isso vai presa, Ivana viu que o responsável por tudo foi Daniel e decide se manter calada por acreditar que Maria Dolores é uma pessoa ruim. Na cena, Giselle quis mostrar que numa situação deste tipo, uma pessoa pobre acaba levando a pior.
A vingança de Josefa, contra a família Bustamante também foi um ponto bem alto da trama. Incrivelmente bem escrita pelos roteiristas. Conforme a trama caminha, os personagens vão descobrindo fatos que fazem o ponto de partida da vingança alterar-se. Aqui também houve uma crítica as relações abusivas que podem acontecer com pais e filhos, as cenas nas quais Josefa maltratava Isela eram bem pesadas por sinal.
Nos prêmios TVyNovelas de 2015 a obra recebeu 14 indicações vencendo em 7 categorias, incluindo melhor atriz para Adriana Louvier.
Até agora a novela ainda não desembarcou em terras brasileiras, entretanto a trama já possui uma dublagem carioca muito boa e quem sabe logo logo ela não aparece no TLN, por que se for pra esperar pela emissora da família brasileira a única coisa que vamos ver, é navios ou luas.
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