Alejandro Nones, José María Torre, Victoria Ruffo e Mane De La Parra em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
Vindo dos grandes sucessos ‘Teresa’ e ‘A Que Não Podia Amar’ o produtor José Alberto Castro recebeu a missão da Televisa de produzir um folhetim para o horário da tarde, algo que ele há um bom tempo não realizava.
Um texto original de Manuel Conseco Noriega foi usado como base para a novela. Aqui José Alberto produziria um dos grandes sucessos de 2012, um dos melhores dramas familiares da Televisa e a novela que daria um novo fôlego a carreira de Victoria Ruffo: ‘Lágrimas de Amor’.
Victoria Ruffo em cena da novela - Créditos: Televisa S.A |
O desenrolar da história começa quando Valdomiro expulsa Regina e seus três filhos, Patrício, Edmundo e Ignácio de sua casa e, por uma jogada do destino, eles chegam à capital, onde iniciam uma nova vida. Anos depois, Regina já estabelecida em uma casa simples de um bairro popular, se mantém com um trabalho modesto como auxiliar de contabilidade. Mesmo sabendo que pode sofrer com problemas de visão, descuida de sua saúde para suprir as necessidades de seus filhos. Patrício estuda Direito e sonha com um futuro cômodo e próspero; Edmundo estuda Medicina e é um aluno brilhante, apesar de ser indisciplinado, e Ignácio não pode concluir seus estudos, já que se dedicou a trabalhar em uma oficina mecânica para ajudar sua mãe a pagar as despesas da casa e os estudos de seus irmãos.
Patrício torna-se namorado de Lucero, a filha de Julieta, porém, pouco tempo depois, à despreza quando conhece Olga, uma jovem superficial, cuja fortuna deixa Patrício deslumbrado, o que o leva a se envergonhar de sua família e a mentir sobre sua origem, chegando ao extremo de renegar sua própria mãe. Olga começa a suspeitar das mentiras de Patrício e passa a vigiá-lo, logo descobre que vive humildemente. Ele prega mais uma de suas mentiras e diz à Olga que Regina foi sua babá e, como sofre de uma doença mental, tem o dever de cuidá-la. Ela o admira pelo ato de caridade. Edmundo começa a cortejar Lucero, ferindo, sem querer, os sentimentos de Ignácio, que a ama em segredo e Regina, em vão, tenta fazer com que Patrício entenda que com Olga ele nunca será feliz.
Adriana Louvier, Alejandro Nones e Vuctoria Ruffo em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
Dramas familiares quando bem escritos e bem produzidos são sempre uma boa pedida e com ‘Lágrimas de Amor’ (Corona de Lágrimas’, no original), isso não foi diferente. José Alberto Castro produziu uma novela bem dramática, mas que estava no ponto certo e com argumentos muito relevantes.
Castro caprichou na produção, tudo estava de muito bom gosto, os figurinos, os cenários, a direção de cena e principalmente a escalação do elenco foram os pontos altos da trama.
Vinda do fiasco ‘Triunfo del Amor’ de 2010, Victoria Ruffo novamente vinha num papel de uma mãe (mas dessa vez nada de filha abandonada, madrasta ou madrinha) e lacrou no papel de Regina, uma mulher bondosa que foi expulsa de casa pelo marido e que fazia de tudo para sustentar seus três filhos da melhor maneira.
Aliada a um bom texto e a uma direção competente, Victoria pode construir uma personagem que encantou a audiência com sua luta, genuinidade e maneira singela de ser. Muitas mulheres e mães com certeza se identificaram com a personalidade da personagem, fazendo com que Regina fosse muito querida pelo público.
Antes de Victoria ficar com a personagem, atrizes como Verónica Castro, Ana Bertha Espín e Ana Martín estiveram cotadas.
Alejandro Nones em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
Os filhos de Regina, eram bem distintos, mas todos também chamaram a atenção dos telespectadores. Jose María Torre entrou em cena causando ranço como Edmundo, um jovem que vivia contando mentiras e tentando achar formas de tirar o dinheiro da mãe. Seu personagem viveu muitas voltas, desde envolvimentos em crimes e ir para a cadeia, até tornar-se uma pessoa melhor, vivendo um grande romance com Lucero.
Mane De La Parra teve o melhor papel da carreira até hoje como Ignácio, o filho bondoso e que trabalhava muito para ajudar a mãe nas despesas da casa. Sua forma 'lenta' de agir por muitas vezes era divertida, o que agradou o público.
Porém, dos três filhos da nossa heroína o que mais se destacou foi Patrício, papel defendido pelo competente Alejandro Nones. Começou como um jovem ambicioso que sonhava em subir na vida e que desprezava o lugar onde morava ao mesmo tempo que também sentia vergonha da sua família. O melhor momento do personagem foi quando o mesmo se casou com Olga, o que rendeu momentos incríveis na novela.
Adriana Louvier em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
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Falando em Olga, esse papel foi defendido pela maravilhosa Adriana Louvier que realizava seu debut na Televisa após anos trabalhando com exclusividade para a concorrente TV Azteca. Nesse papel Adriana pode comprovar mais uma vez a grande atriz que é ao explorar de uma maneira incrível os mistos de emoções da personagem, que uma hora era vilã, outra hora vítima.
Ernesto Laguardia deu vida ao esdrúxulo Rômulo, o pai de Olga, um advogado desonesto, machista, e que era muito preocupado em manter sua postura e aparência de ter uma família perfeita. Ernestro explorou as nuances do personagem de uma forma maravilhosa, por hora divertido, às vezes irônico e muito debochado. Enfim, um vilão bem marcante.
Também se destacaram Maribel Guardia como Julieta a melhor amiga de Regina e mãe de Lucero papel vivido por África Zavala que aqui pode demonstrar que havia crescido em cena. Cassandra Sánchez Navarro foi outra grata surpresa na pele de Consuelo, uma jovem bem alto astral, apaixonada por Ignácio. Já Martha Julia mostrou um belo serviço em cena (como sempre) agora na pele de Flor, uma mulher que mantinha um relacionamento abusivo com Rômulo.
Lola Merino deu vida a Mercedes, mãe de Olga e esposa de Rômulo que não conseguia lidar com as emoções da filha e com o casamento falido. Lola tinha hora que conseguia dar o tom certo a personagem, mas havia outras que deixava muito a desejar principalmente com as expressões faciais da personagem.
Amairani deu vida a Érika e ficou sobrando em cena já que seu papel não foi bem desenvolvido pelos roteiristas, assim como Sandra papel defendido por Ilithya Manzanilla que só serviu pra 'encher linguiça', Axel Ricco sobrou lindamente como o chato Tonho e Raque Garza ainda que uma boa atriz sobrou também como Marina, a mãe de Consuelo, o papel estava muito abaixo da capacidade da atriz.
Corona de Lágrimas foi exibida no Brasil pelo SBT entre 03 de outubro de 2016 até 13 de janeiro de 2017 em 75 capítulos, substituindo ‘Abismo de Paixão’ e não tendo substituta.
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Aqui no Brasil a novela teve problemas de audiência e acabou sofrendo muitos cortes, por fim acabou não tendo substituta. Não foi um fracasso como muitos haters gostam de pintar, o maior problema mesmo foi o SBT que fez uma divulgação bem fraca e a colocou no horário errado, a novela foi uma escolha muito equivocada para substituir ‘Abismo de Paixão’ que tinha uma pegada bastante diferente, acredito que o melodrama teria rendido muito mais no horário de ‘Mar de Amor’. Uma novela muito boa, que infelizmente sofreu com a falta de planejamento do canal.
Nos Premios TVyNovelas de 2013, a obra recebeu sete indicações, vencendo em três categorias incluindo melhor atriz para Victoria Ruffo que voltou a vencer o prêmio depois de 29 anos. A atriz tinha vencido uma única vez na categoria de melhor atriz jovem pela novela ‘A Fera’ em 1984.
E ainda destaco aqui minha indignação com as não indicações de Adriana Louvier e Ernesto Laguardia nas categorias de coadjuvante e vilão, parece até piada os dois não terem sido indicados.
Elenco em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
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No geral, ‘Lágrimas de Amor’ foi uma novela incrível e que soube trabalhar o drama familiar de uma maneira muito satisfatória, fazendo com que o público se identificasse com as situações vividas pelo núcleo principal da novela. Enfim, um folhetim que com certeza sempre será recordado com muito carinho pelos telespectadores.
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