Bibi Gaytán caracterizada como Camila em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
Em 1998 a produtora Angelli Nesma Medina produziu a nova versão de um clássico da Televisa intitulado 'Viviana'. O remake em questão foi batizado de 'Camila' e logo causou muito burburinho entre o público e a imprensa, por trazer como protagonistas um casal da vida real. Apesar de ser uma novela cheia de altos e baixos e virar um verdadeiro circo durante alguns capítulos, 'Camila' foi uma daquelas tramas que te prende em frente a televisão por vários fatores, não é a toa que ela foi um grande sucesso tanto no México quanto no Brasil.
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Bibi Gaytán e Eduardo Capetillo em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
A novela segue a saga de Camila Flores, uma jovem camponesa que perdeu os pais muito cedo. Sua criação ficou a cargo de seu avô Genaro. Ele é um grande criador de galos, mas é muito pobre. O maior medo de Genaro é que Camila um dia o abandone e que ela não seja feliz. Um dia, Camila conhece o advogado Miguel Gutiérrez, que veio da capital, e logo que vê Camila se impressiona com sua beleza. Assim pede permissão para o avô da garota para que possa visitá-la. Genaro pensa que Miguel em breve vai esquecer sua neta então deixa que Miguel a visite.
Em pouco tempo, Camila e Miguel se apaixonam, motivo pelo qual ele pede a mão da garota em casamento. Genaro, mesmo contra sua vontade deixa que neta se case. Na capital, Miguel trabalha na empresa de Armando Iturralde, um homem muito rico de quem Miguel pretende se tornar sócio em breve.
Armando tem uma filha, a bela e caprichosa Mônica. Ela volta da Europa, onde fingia estudar Artes Plásticas, e logo que conhece Miguel, fica obcecada por ele, e, sob o pretexto de não conhecer bem a cidade, pede que ele a acompanhe em todos os lugares. Miguel em sua ambição, aceita.
Mônica, com o fim de agradar Miguel, pede que Armando dê uma promoção a Miguel. Ivan, percebendo as segundas intenções de Mônica, aconselha Miguel a explorar essa amizade para tirar proveito e assim poder oferecer um futuro melhor a Camila. Miguel e Camila finalmente se casam, mas apenas no civil, ele promete que vai a capital e em breve se casarão com a benção de Deus. Genaro considera muito suspeita a atitude de Miguel, mas como não quer se separar da neta, aceita.
Conforme o tempo passa, a relação de Miguel e Mônica vai de amizade a noivado, já que persistiu e usou a influência do pai, que acreditava que Miguel realmente gostava de Mônica. Como Miguel percebe que seu casamento com Mônica lhe trará muitos benefícios, envia uma carta a Camila terminando o casamento, alegando que foi um erro da parte dele. O primeiro a ler a carta é Genaro, que ao ler, fica cheio de raiva e decide tirar satisfações. Ao ir para a capital, sofre um ataque do coração e morre. Camila, após enterrar e chorar pela morte de seu avô, decide ir a capital para encontrar com seu marido.
Miguel fica surpreso ao ver Camila, e após contar o que aconteceu, percebe que quem ele ama é ela. Por isso, decide terminar com Mônica, mas ela segue com a ideia obsessiva de ter Miguel e não se dá por vencida. Acredita que o motivo do rompimento seja a diferença de classes entre eles.
Então, Mônica pede a Armando que ofereça uma sociedade com Miguel. Armando atende aos caprichos de Mônica, desde que eles marquem a data do casamento para formalizar a união. Ivan aconselha a Miguel a não perder essa oportunidade de aumentar seu nível econômico. Miguel então, decide se casar com a filha do patrão. Entretanto Miguel e Camila seguem se amando, e nada conseguirá impedir esse sentimento.
Adamari López caracterizada como Mônica em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
O grande destaque da novela foi sem sombra de dúvidas a vilã Mônica vivida pela maravilhosa atriz Adamari López, sua personagem era realmente detestável e de uma menina mimada passou para uma louca assassina. Como a protagonista da novela era meio apagada e tão passiva em algumas cenas, você se pegava inclusive torcendo pela vilã em alguns momentos. (Risos!)
Falando em protagonista apagada, Bibi Gaytán não convenceu como Camila. Bibi que estava afastada das novelas há quatro anos voltava as telas ao lado do marido, mas sua personagem digamos que era daquelas protagonistas sem sal, que de tão inocente irritava os telespectadores. Foi uma daquelas mocinhas que tinha mil fases, começou com uma camponesa, depois foi morar na capital, trabalhou num centro de estética, despertava várias paixões e por fim ainda perdia a memória e em todas essas fases ficava á sombra da vilã e de histórias secundárias.
Que fique claro que Bibi não é uma má atriz, mas essa personagem não foi das melhores. Após essa novela vale dizer que Bibi se afastou das novelas e só regressou em uma participação especial que realizou na novela 'En Nombre del Amor' de 2008 novamente ao lado do marido.
Eduardo Capetillo viveu o protagonista Miguel e deu vários pitacos no roteiro também. Sua atuação foi tão apagada quanto a de Bibi e a única coisa que ele fez na trama foi ajudar a novela a virar um circo ainda maior. Desde o início do projeto Capetillo deixou claro que queria ser o protagonista da obra e em seguida pediu alterações no seu personagem, que parecia mais um vilão. Em seguida, quis mais força para seu personagem, já que alegava que outros personagens coadjuvantes tinham mais destaques do que ele. Chegou a alterar até a música de abertura, de uma versão rock da música passou a uma versão pop.
Falando em coadjuvantes, eles chamaram bem mais a atenção que os protagonistas. A começar por Gabriela Goldsmith que esteve ótima na pele da abalada Ana Maria, assim como Enrique Lizalde como Armando, ambos pais da vilã Mônica. Abraham Ramos como Paulo, um jovem de bons sentimentos e que era crucificado pela mãe, também esteve bem no papel.
Margarita Magaña como Laura e Raul Magaña como Ívan também se destacaram como um casal que se relacionavam por interesse. Arlete Pacheco como a prostituta Íris, uma mulher malvada que teve uma das cenas mais recordadas da novela, quando ficou desfigurada. Ignacio López Tarso ainda que por pouco tempo também esteve ótimo na pele de Genaro o avô de Camila.
Kuno Becker, destacou-se como Júlio um novo interesse amoroso de Camila e que posteriormente virou amante de Mônica. Algo interessante em relação a escalação de Kuno foi que ela se deu de forma proposital apenas para que Camila não ficasse com ele, pois além de Kuno ser mais novo que Bibi, eles não possuíam muito química em cena. Ou seja se você torceu para algum outro personagem terminar com Camila seja Júlio, Armando, ou Dr. Wicks foi perda de tempo total, o destino de Camila infelizmente era ficar com Miguel.
Adamari López e Kuno Becker em foto promocional da noovela - Créditos: Televisa S.A |
Angelli Nesma deixou claro que pretendia de toda forma, deixar Miguel e Camila juntos nessa versão, já que eles eram também um casal da vida real. Vale dizer que em "Viviana", a heroína terminava a história com o personagem agora interpretado pelo ator Enrique Lizalde.
A produtora Angelli Nesma ainda foi muito criticada pela escolha do elenco, já que a novela trazia pouquíssimos nomes consagrados da televisão mexicana. De fato o elenco da novela foi bem fraco mesmo, não é a toa que foi justamente esses mais consagrados que obtiveram mais destaque. Adamari López vendo essa bagunça viu a oportunidade perfeita para alavancar de vez sua carreira e conseguiu. Uma atriz bastante talentosa e que faz muitíssima falta no mundo das novelas.
Eduardo Capetillo, Bibi Gaytán e Ignacio López Tarso em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
No Brasil foi exibida pelo SBT, entre 19 de fevereiro a 22 de junho de 2001, em 90 capitulos substituindo Maria Isabel e sendo substituída por Por Teu Amor.
No Brasil teve 11 pontos, sendo um dos maiores sucessos da extinta sessão "Tarde de Amor", do SBT. Um dado curioso ainda sobre a exibição de 'Camila' foi o pico histórico de 20 pontos que a novela alcançou no último capítulo.
No Brasil teve 11 pontos, sendo um dos maiores sucessos da extinta sessão "Tarde de Amor", do SBT. Um dado curioso ainda sobre a exibição de 'Camila' foi o pico histórico de 20 pontos que a novela alcançou no último capítulo.
Até hoje não entendo qual a razão para 'Camila' nunca ter sido reprisada, mais uma ótima novela que teve uma excelente audiência, mas que foi esquecida no meio das mil e uma reprises das Marias e da Usurpadora. Lamentável!
Outra curiosidade acerca de sua exibição no SBT, foi que "Camila" tornou-se a primeira novela com música e abertura originais a serem exibidas no SBT, uma exigência da Televisa que entrou em vigor nessa época. Pena que essa exigência não existe mais não é mesmo abertura de 'Por Ela Sou Eva', 'Meu Pecado' e 'A Que Não Podia Amar'?
Bibi Gaytán em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A |
No geral “Camila” foi uma daquelas novelas cheias de situações absurdas, mas que cativava qualquer um na frente da televisão, seja por causa de alguma trama secundária, pela vilã dominadora que roubou a cena ou simplesmente pela emoção de saber qual seria a próxima furada na qual a personagem-título se meteria. Enfim, uma novela que foi bem simples, também foi um verdadeiro circo, mas que conquistou a todos nós.
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