Créditos - DC Comics/Reprodução |
Saudações! O universo DCTV ganhará mais um título de peso na grade: a Batwoman vai estrelar sua própria série comandada pelos superprodutores Greg Berlanti e Sarah Schechter ("Arrow", "The Flash", "Supergirl") e a roteirista Caroline Dries ("The Vampire Diaries"). Antes do programa solo, a heroína fará sua estreia no novo crossover entre as séries da DCTV em dezembro.
A estrela em ascensão australiana Ruby Rose ("Megatubarão", "Orange Is The New Black") foi escalada para vestir a capa rubra da Mulher-Morcego. Rose mantém o significado pessoal da personagem evidente: a atriz disse estar "emocionada" com a oportunidade durante o talk show de Jimmy Fallon.
"A razão de eu me emocionar é por ter crescido assistindo TV e nunca ter visto alguém com quem eu me identificasse, muito menos um super-herói", contou a atriz.
A Batwoman é um exemplo de heroína dos quadrinhos que transcendeu de mera contraparte feminina de um herói consagrado a uma figura com identidade própria e, conforme as palavras de Rose evidenciam, socialmente relevante - ainda que a Mulher-Morcego seja relativamente desconhecida do grande público.
A heroína se transformou em um ícone da representação LGBT nas HQs e sua sexualidade está longe de ser a única razão para ter se tornado uma favorita entre os membros da Bat-Família. Como muitos dos vigilantes de Gotham, a história de Kate se resume em uma vida de heroísmo embasada por um passado trágico e sombrio.
A estrela em ascensão australiana Ruby Rose ("Megatubarão", "Orange Is The New Black") foi escalada para vestir a capa rubra da Mulher-Morcego. Rose mantém o significado pessoal da personagem evidente: a atriz disse estar "emocionada" com a oportunidade durante o talk show de Jimmy Fallon.
"A razão de eu me emocionar é por ter crescido assistindo TV e nunca ter visto alguém com quem eu me identificasse, muito menos um super-herói", contou a atriz.
Ruby Rose durante a premiere de "Megatubarão" em Los Angeles. Créditos - Richard Shotwell/Invision/AP/Reprodução |
A Batwoman é um exemplo de heroína dos quadrinhos que transcendeu de mera contraparte feminina de um herói consagrado a uma figura com identidade própria e, conforme as palavras de Rose evidenciam, socialmente relevante - ainda que a Mulher-Morcego seja relativamente desconhecida do grande público.
A heroína se transformou em um ícone da representação LGBT nas HQs e sua sexualidade está longe de ser a única razão para ter se tornado uma favorita entre os membros da Bat-Família. Como muitos dos vigilantes de Gotham, a história de Kate se resume em uma vida de heroísmo embasada por um passado trágico e sombrio.
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Considerando seu status atual, o surgimento da personagem nas HQs é divertidamente irônico - a Mulher-Morcego foi criada em uma época em que quadrinhos eram vistos como má influência e a simples ideia de um super-herói gay seria considerada heresia.
Quando o psiquiatra alemão Fredric Wertham inflamou os rumores de que Batman e Robin eram um casal em seu polêmico livro "Sedução dos Inocentes" (1954), a DC Comics decidiu criar Kathy Kane, a Mulher-Morcego original. A personagem seria uma namorada para Bruce Wayne na tentativa de deturpar qualquer implicância ou subtexto entre Bruce e Dick Grayson - embora o imaginário popular sugira que a iniciativa possa não ter adiantado muito.
Kathy Kane debutou em "Detective Comics #233" em julho de 1956, deixou de existir na "Crise nas Infinitas Terras" (quando já havia perdido a popularidade para Barbara Gordon, a Batigirl) e voltou à vida na "Crise Infinita".
Kate Kane, a versão atual e mais conhecida da heroína, surgiu em 2006 durante a mesma "Crise Infinita" como parte de uma iniciativa da DC de diversificar sua grade de heróis.
Kate Kane é filha do Coronel Jacob "Jake" Kane e prima de Bruce Wayne (Kane é o sobrenome de solteira da famosa Martha). Na infância, Kate, a irmã gêmea Beth e a mãe Gabi foram sequestradas pela diabólica Religião do Crime e quando o pai chegou para resgatá-las, já era tarde: Gabi e Beth haviam sido assassinadas pelo grupo. Kate cresceu ligada ao pai e o luto pela mãe e a irmã a tornou simpatizante das trevas.
Socialite, judia e lésbica assumida, a nova Batwoman virou manchete e sua história de origem é pioneira em trazer um comentário social sobre direitos LGBT em quadrinhos - após se envolver com uma colega, Kate acabou exposta e expulsa do treinamento militar da academia West Point (que no ato perdeu sua melhor aluna). A ruiva assumiu sua sexualidade bravamente e guardou o segredo da colega para protegê-la.
Adulta, Kate se tornou universitária e passou a morar em Gotham. Ao ser detida por excesso de velocidade, a ruiva conheceu a detetive Renee Montoya (a Questão) com quem logo engatou um romance.
O chamado à luta contra o crime veio quando Kate nocauteou um assaltante nas ruas de Gotham bem antes de ser surpreendida por Batman. Usando equipamento roubado da base militar do pai para se trajar, Kate passou a imitar o Homem-Morcego até ser descoberta por Jacob.
Sempre apoiada pelo pai, Kate aceitou seu auxílio e embarcou em um treinamento pesado ao redor do mundo. Foi Jake quem presenteou Kate com seu traje oficial de Mulher-Morcego e o bat-arsenal.
Considerando seu status atual, o surgimento da personagem nas HQs é divertidamente irônico - a Mulher-Morcego foi criada em uma época em que quadrinhos eram vistos como má influência e a simples ideia de um super-herói gay seria considerada heresia.
Quando o psiquiatra alemão Fredric Wertham inflamou os rumores de que Batman e Robin eram um casal em seu polêmico livro "Sedução dos Inocentes" (1954), a DC Comics decidiu criar Kathy Kane, a Mulher-Morcego original. A personagem seria uma namorada para Bruce Wayne na tentativa de deturpar qualquer implicância ou subtexto entre Bruce e Dick Grayson - embora o imaginário popular sugira que a iniciativa possa não ter adiantado muito.
Kathy Kane debutou em "Detective Comics #233" em julho de 1956, deixou de existir na "Crise nas Infinitas Terras" (quando já havia perdido a popularidade para Barbara Gordon, a Batigirl) e voltou à vida na "Crise Infinita".
Kathy Kane, a Mulher-Morcego original. Créditos - DC Comics/Reprodução |
Kate Kane, a versão atual e mais conhecida da heroína, surgiu em 2006 durante a mesma "Crise Infinita" como parte de uma iniciativa da DC de diversificar sua grade de heróis.
Kate Kane é filha do Coronel Jacob "Jake" Kane e prima de Bruce Wayne (Kane é o sobrenome de solteira da famosa Martha). Na infância, Kate, a irmã gêmea Beth e a mãe Gabi foram sequestradas pela diabólica Religião do Crime e quando o pai chegou para resgatá-las, já era tarde: Gabi e Beth haviam sido assassinadas pelo grupo. Kate cresceu ligada ao pai e o luto pela mãe e a irmã a tornou simpatizante das trevas.
Socialite, judia e lésbica assumida, a nova Batwoman virou manchete e sua história de origem é pioneira em trazer um comentário social sobre direitos LGBT em quadrinhos - após se envolver com uma colega, Kate acabou exposta e expulsa do treinamento militar da academia West Point (que no ato perdeu sua melhor aluna). A ruiva assumiu sua sexualidade bravamente e guardou o segredo da colega para protegê-la.
Adulta, Kate se tornou universitária e passou a morar em Gotham. Ao ser detida por excesso de velocidade, a ruiva conheceu a detetive Renee Montoya (a Questão) com quem logo engatou um romance.
DETERMINADA: A pequena Kate Kane decide virar soldada. Créditos: DC Comics/Reprodução |
O chamado à luta contra o crime veio quando Kate nocauteou um assaltante nas ruas de Gotham bem antes de ser surpreendida por Batman. Usando equipamento roubado da base militar do pai para se trajar, Kate passou a imitar o Homem-Morcego até ser descoberta por Jacob.
Sempre apoiada pelo pai, Kate aceitou seu auxílio e embarcou em um treinamento pesado ao redor do mundo. Foi Jake quem presenteou Kate com seu traje oficial de Mulher-Morcego e o bat-arsenal.
RUBOR: A Mulher-Morcego definitiva. Créditos - DC Comics/Reprodução |
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Enquanto o advento de uma heroína lésbica levou a DC Comics a um novo patamar no quesito representação, as mentes dos então roteiristas J.H. Williams e W. Haden Blackman logo se revelaram abertas demais para os padrões da publicante - em 2009, a empresa se tornou infame por proibir o noivado entre Kate e a segunda namorada, a policial Maggie Sawyer (futura favorita dos fãs de "Supergirl").
A DC justificou que as carreiras de vigilante dos membros da Bat-Família significariam uma vida particular infeliz. "Eles estão comprometidos com a proteção aos outros - com o sacrifício de seus instintos pessoais", explicou o editor Dan Didio na época. Contudo, a imposição resultou na revolta e consequente saída dos co-autores do título.
De fato, é revoltante e discutível que a DC tenha negado a Kate o direito de *sequer* noivar enquanto o antecipadíssimo casamento entre Bruce Wayne e Selina Kyle foi marcado por arcos e edições especiais em 2017 e 2018, sem contar ocasiões célebres como Peter Parker & Mary Jane, Clark Kent & Lois Lane, Scott Summers & Jean Grey e Estrela Polar & Kyle Jinadu.
No final das contas, a Mulher-Morcego surgiu quebrando regras e fazendo a diferença em um universo onde "bat-pessoas" devem padecer infelizes - eis uma regra que ela ainda não pôde quebrar.
Polêmicas à parte, dentre as habilidades físicas adquiridas no treino brutal, Kate adquiriu uma tolerância quase sobre-humana à dor, já tendo aniquilado vilões mesmo após ser apunhalada no coração, utilizando a mesma adaga. A Batwoman também possui um vasto conhecimento anatômico e bio-químico.
Como parte do currículo, a heroína já integrou a Liga da Justiça da América e durante a "Crise Final" foi vítima da possessão global de Darkseid, sendo transformada em uma das Fúrias de Apokolips.
Após a suposta morte de Bruce Wayne e sua substituição por Dick Grayson como Batman, a Batwoman se tornou o rosto do título "Detective Comics" em 2009. Nesse período, Kate teve um reencontro perturbador com a Religião do Crime em Gotham, quando descobriu que a misteriosa e insana líder Alice era na verdade a irmã Beth, que ela acreditava ter morrido no sequestro (na boa, esse arco *precisa* ser adaptado fielmente na série!!!).
A heroína ganhou novamente destaque nas páginas de "Detective Comics" durante o evento "Universo DC - Renascimento" em 2016, ao ser recrutada para os Cavaleiros de Gotham, uma requipe liderada por Batman com a missão de enfrentar o grupo anti-vigilantes conhecido como a Colônia. Ao convidá-la, Batman revelou sua identidade à prima sem surpresas - esperta, Kate já havia sacado o segredo de Bruce.
A Batwoman estrelou a animação "Batman: Sangue Ruim" (2016) e foi uma das capas do especial "Love is Love" em prol das vítimas do massacre na boate Pulse em Orlando.
50 anos após ser criada para satisfazer conceitos heterononormativos, a Mulher-Morcego abalou estruturas ao ressurgir como uma representação formidável (ainda que precise melhorar) de uma heroína LGBT e o sismo se repete agora na televisão - a futura série já chama a atenção por ser a primeira superprodução focada em uma heroína lésbica (embora os fãs de "Xena" possam descordar).
Com o grande público ainda não tão íntimo da Batwoman, nada melhor do que uma versão live-action para torná-la tão popular quanto outros personagens que já foram levados às telas (ou para dar à heroína a popularidade que merece) e a atuação, o carisma, a presença e o significado pessoal de Ruby Rose sugerem que não poderia haver alguém mais apropriada para encarná-la.
Enquanto o advento de uma heroína lésbica levou a DC Comics a um novo patamar no quesito representação, as mentes dos então roteiristas J.H. Williams e W. Haden Blackman logo se revelaram abertas demais para os padrões da publicante - em 2009, a empresa se tornou infame por proibir o noivado entre Kate e a segunda namorada, a policial Maggie Sawyer (futura favorita dos fãs de "Supergirl").
Floriana Lima como a querida Maggie Sawyer em "Supergirl": DC vetou romance entre Kate e Maggie nos quadrinhos. Créditos - The CW/Divulgação |
A DC justificou que as carreiras de vigilante dos membros da Bat-Família significariam uma vida particular infeliz. "Eles estão comprometidos com a proteção aos outros - com o sacrifício de seus instintos pessoais", explicou o editor Dan Didio na época. Contudo, a imposição resultou na revolta e consequente saída dos co-autores do título.
De fato, é revoltante e discutível que a DC tenha negado a Kate o direito de *sequer* noivar enquanto o antecipadíssimo casamento entre Bruce Wayne e Selina Kyle foi marcado por arcos e edições especiais em 2017 e 2018, sem contar ocasiões célebres como Peter Parker & Mary Jane, Clark Kent & Lois Lane, Scott Summers & Jean Grey e Estrela Polar & Kyle Jinadu.
No final das contas, a Mulher-Morcego surgiu quebrando regras e fazendo a diferença em um universo onde "bat-pessoas" devem padecer infelizes - eis uma regra que ela ainda não pôde quebrar.
Créditos - DC Comics/Reprodução |
Polêmicas à parte, dentre as habilidades físicas adquiridas no treino brutal, Kate adquiriu uma tolerância quase sobre-humana à dor, já tendo aniquilado vilões mesmo após ser apunhalada no coração, utilizando a mesma adaga. A Batwoman também possui um vasto conhecimento anatômico e bio-químico.
Como parte do currículo, a heroína já integrou a Liga da Justiça da América e durante a "Crise Final" foi vítima da possessão global de Darkseid, sendo transformada em uma das Fúrias de Apokolips.
VESTIDAS PARA MATAR: Giganta e as Mulheres Morcego, Maravilha e Gato como Fúrias de Darkseid. Créditos - DC Comics/Reprodução |
Após a suposta morte de Bruce Wayne e sua substituição por Dick Grayson como Batman, a Batwoman se tornou o rosto do título "Detective Comics" em 2009. Nesse período, Kate teve um reencontro perturbador com a Religião do Crime em Gotham, quando descobriu que a misteriosa e insana líder Alice era na verdade a irmã Beth, que ela acreditava ter morrido no sequestro (na boa, esse arco *precisa* ser adaptado fielmente na série!!!).
PESADELO: Kate reencontra a irmã gêmea. Créditos - DC Comics/Reprodução |
A heroína ganhou novamente destaque nas páginas de "Detective Comics" durante o evento "Universo DC - Renascimento" em 2016, ao ser recrutada para os Cavaleiros de Gotham, uma requipe liderada por Batman com a missão de enfrentar o grupo anti-vigilantes conhecido como a Colônia. Ao convidá-la, Batman revelou sua identidade à prima sem surpresas - esperta, Kate já havia sacado o segredo de Bruce.
A Batwoman estrelou a animação "Batman: Sangue Ruim" (2016) e foi uma das capas do especial "Love is Love" em prol das vítimas do massacre na boate Pulse em Orlando.
AMOR É AMOR: A Mulher-Morcego na arte do gaúcho Rafael Albuquerque. Créditos - DC Comics/IDW/Reprodução |
50 anos após ser criada para satisfazer conceitos heterononormativos, a Mulher-Morcego abalou estruturas ao ressurgir como uma representação formidável (ainda que precise melhorar) de uma heroína LGBT e o sismo se repete agora na televisão - a futura série já chama a atenção por ser a primeira superprodução focada em uma heroína lésbica (embora os fãs de "Xena" possam descordar).
Com o grande público ainda não tão íntimo da Batwoman, nada melhor do que uma versão live-action para torná-la tão popular quanto outros personagens que já foram levados às telas (ou para dar à heroína a popularidade que merece) e a atuação, o carisma, a presença e o significado pessoal de Ruby Rose sugerem que não poderia haver alguém mais apropriada para encarná-la.
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