Aparato do Entretenimento: #AndaComigo: Adeus, Elke Maravilha
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#AndaComigo: Adeus, Elke Maravilha


Convidamos Elke Maravilha para participar do TV Verdade, um programa de debates da TV Alterosa, afiliada do SBT, em Minas Gerais. 


Ela seria a atração principal, para falar de sua vida artística, seus casos e suas histórias. Veio do Rio de Janeiro, onde morava, para ser a estrela de uma festa na capital mineira. Chegou na cidade mais cedo por causa do convite que fizemos. Ficamos empolgados e emocionados. Eu, principalmente. A artista fazia parte do meu imaginário infantil, quando ela integrava o júri do Chacrinha, do Silvio Santos. Finalmente, iria conhecê-la, rosto a rosto. Isso em 2010.


Tivemos que alterar o tema do programa por causa de uma notícia factual: a repercussão de um crime ocorrido em 1992, o sequestro e morte da menina Miriam Brandão, assunto debatido no TV Verdade no dia anterior, mas que tivemos que retomar na data em que Elke estaria na bancada. Propomos alterar a participação dela. Sem estrelismo disse que não se importaria em debater com os outros convidados. Não era mulher de fugir de briga e gostaria de falar de coisas que não estava acostumada a expor opiniões na TV. Foi incrível. 


Elke conversou sobre polêmicas, discursou sobre problemas políticos, opinou sobre a justiça brasileira que, em alguns casos, é injusta, condenou a criminalidade, pediu rigor da lei para punir bandidos de qualquer natureza. Deu mensagens firmes. Sempre vista com alegria, um sorriso largo inigualável, a russa-mineira-brasileira mostrava ao público seu lado cidadã. Mais uma vez, obviamente. Na biografia dela, cidadania é comum em qualquer capítulo. 


Antes do programa, tirou um cochilo no sofá da redação. Pediu um tempo de sossego para descansar da viagem, da noite em que havia trabalhado. Vê-la de perto só me emocionava. Elke era gente. Tirou uma foto comigo no corredor da TV. Chamou-me de criança. Deu um abraço gostoso. Desejou sucesso na caminhada. Na mente, chamei de mestra, mentora, rainha. 

Anos depois, novamente, um novo encontro. Elke era a mestre de cerimônia, jurada, apresentadora, a madrinha – afinal, ela era multifacetada como artista –, do Concurso Miss Prostituta de Minas Gerais. Questionada sobre a competição, de sua imagem estar ligada a uma categoria de mulheres tão marginalizadas, Elke foi maravilhosa na resposta: “não tenho problemas com quem vende o corpo. Tenho problemas com quem vende a alma”. 

Um adeus para quem sempre teve e deixou luz por onde passou, não é adeus. É saudade. É memória. 

Elke Maravilha – 1945/2016

Juliano Azevedo

Jornalista, Chefe de Redação da TV Alterosa/SBT Minas, Mestrando em Estudos Culturais Contemporâneos pela Universidade FUMEC, Professor de Redação Publicitária na Faculdade INAP, Escritor e Palestrante.

Twitter: @julianoazevedo
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