Nessa semana em que se comemorou o aniversário da TV no Brasil, mais precisamente nessa última quinta dia 18. Completou-se 64 anos de existência, quero falar de um dos piores problemas da atualidade: o IBOPE das emissoras em tempo real e sobretudo em apenas uma cidade do pais - São Paulo.
Há semanas venho fazendo uma reflexão sobre o assunto e só agora me dei conta e cai na real de que os verdadeiros índices são apenas de São Paulo. E tenho severas criticas a fazer, pois a maioria das redes de TV é comercial e não sobrevive sem publicidade.Não são estatais que sobrevivem através do governo como a TV Brasil.
A audiência tem acabado de vez com a qualidade e o verdadeiro entretenimento que a televisão até 1996 oferecia de forma perfeita e delineada. Apresentadores (as) desde essa época apresentam seus programas olhando um olho pra câmera e o outro pra famosa máquina e nos demais televisores a fim de tentar sempre o primeiro ou a vice-liderança.
Nas linhas a seguir vou citar sem dar nomes até porque os brasileiros sabem bem de quais emissoras me refiro: em 1996, certo programa de auditório criou o sensacionalismo e o noticiário ao vivo com uma música temerosa e que dava medo. Deu origem ao Disque Record e Leão Livre, ambos apresentados por Gilberto Barros, este começou a ser demagogo, puxa-saco e explorou a graça alheia, juntamente com Ratinho que na época dançava ao som de The Fuzz, música do Jornal Nacional quando batia a Rede Globo no horário direto.
Quando na Record em 1998 aos domingos, vencendo o Fantástico, chegou a dançar em cima da mesa e disse que o Fantástico estava fazendo alusão a seu programa, ganhava da Globo.
Maneira estúpida de comemorar a audiência. Sempre via um determinado programa dizer: o número 1, mas antes pensava é em todo Brasil que essa medição deve ser feita em tempo real, mas há apenas semanas percebi que tudo não passa de uma farsa.
Que mesmo que os programas de rede sejam ao vivo ou gravados, sabe o porque que só importa o índice medido em tempo real em SP? Por causa do marketing.
A maioria das empresas patrocinadoras de televisão: lojas, bancos se concentram na cidade capital industrial e econômica - São Paulo. Isso me remete a um telejornal da Globo,lançado em 1990. Se trata do SP Já, que substituiu o Hoje entre 1990 até 1994 e foi apresentado por Carlos Nascimento, Sandra Annenberg e Rodolpho Gamberini. E também as vezes por Augusto Xavier.
Na certa o Hoje não dava a audiência desejada em SP até porque antes da implantação do telejornal a TV Globo SP encomendou uma pesquisa pra ver qual jornalista tinha mais credibilidade pra assumir esse projeto e a resposta estava fora da emissora na época: Carlos Nascimento que emprestava sua credibilidade aos últimos momentos da antiga TV Record no Jornal da Record.
A platinada o contratou para que em 9 de julho tivesse inicio o SP Já. Que foi uma tentativa de implantar um novo jornalismo, mais dinâmico e na hora em que a notícia acontecia. Embora fosse só para o estado de SP, dava as noticias do Brasil e do mundo.
Na época os telejornais locais tinham 15 minutos e o Hoje 30 minutos, por isso o SP Já tinha 45 minutos e o Hoje era só transmitido no resto do Brasil. Após 4 anos, o Hoje volta a ser exibido em SP e volta com sucesso no comando de Willian Bonner.
Isso previu uma guerra que envolve apenas SP. Rio de Janeiro e demais estados não existem para o mercado centrado no ibope e causa ilusões na vida de um apresentador e da equipe de um programa.
Embora eu seja fã do Ratinho desde que voltou em 2009 a fazer seu programa as tardes e posteriormente as noites de segunda a sexta: devo reconhecer muitas coincidências a partir do que descobri hoje sobre o IBOPE.
Minha vó quando pergunta sobre o programa dele em outro município do mesmo estado, dizem que acham uma porcaria o programa dele e não assistem. E pensava: "Todo o Brasil o assiste?" mas descobri que seu sucesso maior é em SP, mas embora não tenha os números dos demais estados e municípios acho que seu sucesso seja razoável.
Só agora entendo o porque os telespectadores reclamam quando um programa sai do ar: não são de SP, mas sim de outra cidade e que gostavam do programa. Ou então se o programa muda do entretenimento pra jornalismo forte e que viram um Fantástico da vida.
Um recente programa que estreou em março chamado Domingo Show apresentado por Geraldo Luis (irritante), voltou a trazer o sensacionalismo que desde 2003 havíamos nos livrado dos programas de auditório.
Com ele surgiram o Tá na Tela com Luiz Bacci que fez uma propaganda completamente mentirosa, prometia ser um programa light, mas na verdade não passa de um programa sangrento e que é um treino para assistir a próxima atração que é o Brasil Urgente.
Disse que vai colocar jornalismo pelo fato de ser o que o público precisa nos finais de semana: me desculpe, embora eu goste de jornalismo, acho que ele deveria ser feito apenas nos telejornais.
Nos EUA pra se ter uma ideia, a máquina do IBOPE que mede em tempo real foi banida pela constituição daquele pais pelo fato de estar atrapalhando a qualidade da programação.
Por isso quero fazer um convite a todos: ABAIXO ao IBOPE! A tempo real no Brasil e que os números sejam divulgados apenas dias depois como no RJ.
Mais uma lembrança, em 2001 durante o Domingão, Faustão falou da guerra, enfatizou que perdia em SP para o concorrente desde 1997 quase todas as semanas. O fato estava deixando Faustão de saco cheio.
Se o sistema continuar assim é melhor que os apresentadores digam: ao vivo para SP, pois os demais municípios não tem importância alguma para executivos que estão fazendo de suas empresas apresentadores boçais e que fazem de tudo pra ganhar todos os dias.
Até Bacci quando fala de violência fica insuportável, embora ele seja um enorme apresentador e um grande talento. Mas o "sistema" acaba com o sonho de quem entrou na TV pra levar felicidade e entretenimento.
Tudo na TV tem sua hora e vamos aderir a esta campanha o mais rápido possível, até porque um programa que somos fãs e esteja indo mal em SP está sendo apedrejado pelos seus fãs como se fossem torcedores de time de futebol. Uma maneira desordeira e desonesta.
Mudanças são naturais, mas não pra isso, mas pra não cair na mesmice. Rede nacional é Brasil e programa locais devem ser tratados como tal. Quero ver o sistema liberto de toda essa maldição chamada IBOPE.
A doença e maldição da história da televisão brasileira.
Sentenças a parte: Feliz aniversário a aquela que já nos deu muitas alegrias, hoje é dividia entre o entretenimento ( alegria e informação). Dividiu-se entre política e economia (minhas preferidas) e o jornalismo comercial que proporciona audiência (jornais policiais e notícias do gênero).
Sessão:
Autor do texto: Solano Manoel (@SolanoManoel)
Colaboração:
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