Conseguir um espaço na agenda de Teresa foi algo fora do comum. Entre ligações, e-mails e SMS trocados com sua assessoria, enfim consegui. Uma mísera entrevista de 15 minutos via telefone, mas tá valendo.
Na data e horário combinados repousei no sofá, estendi o corpo até o telefone e disquei seu número. Na primeira tentativa, caixa postal. Respirei fundo, levantei e fui em direção a cozinha: na geladeira resgatei a garrafa de vinho tinto aberta a dois dias e na prateleira uma taça. Despejei por volta de 300 ml, girando a taça em movimentos circulares para o sabor se propagar de igual para igual. Mais leve, retornei a sala e liguei novamente.
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- Alô?
- Alô! Teresa é você?
- Ser ou não ser, eu sou!. [pausa dramática] Isso te responde?
- Que maravilha, fico até emocionado de estar conversando contigo.
- Tudo dentro dos conformes, estou acostumada, todos se vangloriam de estar na minha presença, sentir minha respiração... nem que seja fungando ao pé do telefone.
- Entendo perfeitamente, mas também... Uma mulher do seu porte não é para qualquer uma.
- Tá, tá, chega de bajulação, se for possível, vá direto ao assunto. Tenho outros compromissos para cumprir.
- Perdão pelo inconveniente.
Abafei o telefone em meu peito e disse um palavrão: "P*** Q** P****"... Precisava extravasar, afinal um momento com Teresa ao telefone, era um momento com Teresa ao telefone. Sem mais.
- Teresa?
- Querido você vai demorar muito?
- Não? Será rápido, são apenas algumas perguntas.
- Então desembucha.
Engoli em seco, porém fui direto ao assunto.
- Seu relacionamento com Mariano ainda existe?
- Com o Mariano tenho prazer, sucumbo a tudo que tenho vontade. Faço e desfaço. Sou e não sou. Mariano me leva ao ápice, se é que me entende. Fico até mole.
- Então confirma que mantêm um relação amorosa entre vocês? Tipo marido e mulher?
- Sim, papai e mamãe, porém apenas no âmbito "camal". Adoro ele, como amigo e parceiro de sexo. Mas é só. São outros tempos, minha mente é bem aberta há novas possibilidades. Gosto de experimentar vários sabores, um dia "morango", no outro "tangerina" e assim por diante...
- E o Arthur?
- O Arthur é bonito e rico. Me satisfaz em dois ambientes, o último "riqueza" me dá pulos de alegria. Arthur me proporciona estar entre os ricos, comer as coisinhas minúsculas que eles comem na janta, beber vinho caríssimo extraído da uva mais pura do mundo. Tomo banho de leite, igual a Xuxa e tenho sempre a pele macia. Não preciso encostar a barriga no fogão, tanque e muito menos cheirar aos desodorantes de mercadinho da esquina. Isso no fim das contas vale mais a pena do que um sexo violento com o Mariano.
- Só para confirmar, Mariano é seu amante e Arthur seu marido. Essa dupla ainda permanece?
- Até o momento sim, embora experimente como bem disse outros sabores.
- Ambos sabem desse relacionamento contraditório?
- Sabem e não ligam. O que o coração não vê, coração não sente. Sem choro, brigas e lamentações. Deixei bem claro quando aceitei me casar com o Arthur: "Me quer? Então aguenta". Tem dado certo até agora.
Mais um gole de vinho.
- Vamos para o bate bola jogo rápido?
- Claro honey.
- Quando vejo uma mulher feia na rua...
- Cruzo sem trocar olhares, tenho medo.
- Com minha inimiga faço...
- Faço macumba [mentira, corta isso na entrevista]. Não sei, geralmente minhas inimigas vem até mim pedir dicas de cabelo e maquiagem. Jogo meu brilho nelas e o ranço passa.
- Um medo?
- Envelhecer e não ter dinheiro para o botox.
- Uma alegria?
- Chegar em casa, abrir a geladeira e não ter somente garrafa de água fazendo volume.
- Para encerrar deixe uma frase que leva consigo, sempre.
- "Quando a vida lhe sorrir, sorria de volta, não faça a carrancuda".
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*Lembrando que essa é uma coluna ficcional, nada aqui aconteceu. É tudo ficção, aqui personagens de novelas são retratados de uma forma cômica e irreal.
- Alô! Teresa é você?
- Ser ou não ser, eu sou!. [pausa dramática] Isso te responde?
- Que maravilha, fico até emocionado de estar conversando contigo.
- Tudo dentro dos conformes, estou acostumada, todos se vangloriam de estar na minha presença, sentir minha respiração... nem que seja fungando ao pé do telefone.
- Entendo perfeitamente, mas também... Uma mulher do seu porte não é para qualquer uma.
- Tá, tá, chega de bajulação, se for possível, vá direto ao assunto. Tenho outros compromissos para cumprir.
- Perdão pelo inconveniente.
Abafei o telefone em meu peito e disse um palavrão: "P*** Q** P****"... Precisava extravasar, afinal um momento com Teresa ao telefone, era um momento com Teresa ao telefone. Sem mais.
- Teresa?
- Querido você vai demorar muito?
- Não? Será rápido, são apenas algumas perguntas.
- Então desembucha.
Engoli em seco, porém fui direto ao assunto.
- Seu relacionamento com Mariano ainda existe?
- Com o Mariano tenho prazer, sucumbo a tudo que tenho vontade. Faço e desfaço. Sou e não sou. Mariano me leva ao ápice, se é que me entende. Fico até mole.
- Então confirma que mantêm um relação amorosa entre vocês? Tipo marido e mulher?
- Sim, papai e mamãe, porém apenas no âmbito "camal". Adoro ele, como amigo e parceiro de sexo. Mas é só. São outros tempos, minha mente é bem aberta há novas possibilidades. Gosto de experimentar vários sabores, um dia "morango", no outro "tangerina" e assim por diante...
- E o Arthur?
- O Arthur é bonito e rico. Me satisfaz em dois ambientes, o último "riqueza" me dá pulos de alegria. Arthur me proporciona estar entre os ricos, comer as coisinhas minúsculas que eles comem na janta, beber vinho caríssimo extraído da uva mais pura do mundo. Tomo banho de leite, igual a Xuxa e tenho sempre a pele macia. Não preciso encostar a barriga no fogão, tanque e muito menos cheirar aos desodorantes de mercadinho da esquina. Isso no fim das contas vale mais a pena do que um sexo violento com o Mariano.
- Só para confirmar, Mariano é seu amante e Arthur seu marido. Essa dupla ainda permanece?
- Até o momento sim, embora experimente como bem disse outros sabores.
- Ambos sabem desse relacionamento contraditório?
- Sabem e não ligam. O que o coração não vê, coração não sente. Sem choro, brigas e lamentações. Deixei bem claro quando aceitei me casar com o Arthur: "Me quer? Então aguenta". Tem dado certo até agora.
Mais um gole de vinho.
- Vamos para o bate bola jogo rápido?
- Claro honey.
- Quando vejo uma mulher feia na rua...
- Cruzo sem trocar olhares, tenho medo.
- Com minha inimiga faço...
- Faço macumba [mentira, corta isso na entrevista]. Não sei, geralmente minhas inimigas vem até mim pedir dicas de cabelo e maquiagem. Jogo meu brilho nelas e o ranço passa.
- Um medo?
- Envelhecer e não ter dinheiro para o botox.
- Uma alegria?
- Chegar em casa, abrir a geladeira e não ter somente garrafa de água fazendo volume.
- Para encerrar deixe uma frase que leva consigo, sempre.
- "Quando a vida lhe sorrir, sorria de volta, não faça a carrancuda".
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*Lembrando que essa é uma coluna ficcional, nada aqui aconteceu. É tudo ficção, aqui personagens de novelas são retratados de uma forma cômica e irreal.
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