Aparato do Entretenimento: Relembrando Sucessos: Amor Real, drama de época comovente em mais uma superprodução de Carla Estrada
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Relembrando Sucessos: Amor Real, drama de época comovente em mais uma superprodução de Carla Estrada


Adela Noriega em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A

Em 1995 a produtora Carla Estrada produziu uma de suas novelas mais ambiciosas 'Alondra' estrelada por Ana Colchero e Gonzalo Vega, a trama marcou a volta de produções de época na Televisa e criou muitas expectativas visando a criação de novas produções do gênero futuramente. Entretanto 'Alondra' não foi um sucesso como esperado e logo esse ideia foi deixada de lado.

Já em 2003 Estrada estava em alta devido ao grande sucesso de 'Manancial' e decidiu apostar novamente em uma trama de época, nada mais nada menos que pro horário nobre mexicano. Para isso ela decidiu fazer um remake da novela 'Bodas de odio' de 1983 e firmou uma parceria com María Zarattini a mesma adaptadora da versão de 1983, além disso decidiu apostar em uma produção luxuosa repleta de astros mexicanos. Foi assim que surgiu a melhor novela de época da emissora e um dos melhores folhetins da história da Televisa: 'Amor Real'. 

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Fernando Colunga, Adela Noriega e Mauricio Islas em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A


Matilde é uma bela jovem que se rebela as regras da aristocracia a que pertence, ao se apaixonar por Adolfo Soliz, um militar da classe baixa.

Para se casar com ele, Matilde poderá contar com o pai, Inácio, um homem justo e bondoso. Mas sua mãe, Augusta, deseja que ela conquiste um rapaz rico para salvar a família da ruína econômica. Para Augusta, Manuel é o candidato perfeito: jovem, bonito e herdeiro de uma boa fortuna.

Por meio de artimanhas, Augusta e o filho Humberto fazem com que Adolfo vá para a prisão. Para afastar Matilde de seu amado, eles mentem que o mesmo é casado e tem filhos. Matilde fica desesperada e pressionada por Augusta e sabendo que Manuel pagou as dívidas da família, aceita se casar com ele.

Antes do casamento acontecer, Adolfo consegue escapar da prisão e vai atrás de Matilde, jura seu amor eterno e os dois decidem fugir juntos. Manuel descobre e mesmo magoado decide não desistir de Matilde. Ele a leva para a sua fazenda e se casa com ela.

Matilde leva uma vida dura na fazenda, já que não ama Manuel, além de ter que suportar os atrevimentos de Antônia, filha do antigo administrador, que é apaixonada por Manuel.

Adolfo encontra Matilde na fazenda e começa a trabalhar como administrador, com o objetivo de um dia levar sua amada. Sem desconfiar que Adolfo é seu rival, Manuel simpatiza com o rapaz. Adolfo, apesar de sentir ciúme de Manuel, admite que ele é um bom homem.

O destino muda a vida de Matilde quando os olhares repletos de paixão e o desejo ardente de Manuel acabam conquistando seu coração. Ela percebe que o amor que sentia por Adolfo já não existe mais. Matilde tem um novo sentimento, mais intenso, um amor real por seu marido. Adolfo aceita a realidade e abandona a fazenda no mesmo dia em que Matilde anuncia a Manuel que está grávida.

A felicidade do casal dura muito pouco. Manuel descobre a verdade sobre seu administrador e tudo desaba. Matilde tenta se explicar, mas Manuel garante que não irá perdoá-la novamente. Furioso, ele duvida de sua paternidade e expulsa Matilde da fazenda. Para esquecê-la, inicia uma relação com Antônia. Matilde e Manuel enfrentarão muitos conflitos e intrigas antes de alcançarem a felicidade e ficarem juntos para sempre.

Ricardo Blume, Adela Noriega, Ernesto Laguardia e Helena Rojo em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A

'Amor Real' é sem sombra de dúvida uma das melhores produções já realizadas pela Televisa e pela produtora Carla Estrada. 

É um folhetim repleto de acertos que vão desde os cenários, o figurino que estava na medida certa, a direção super caprichada a cargo da sempre competente Mónica Miguel, o ótimo roteiro a carga de María Zarattini que apresentou uma história ágil e com ótimos personagens, o lindo tema de abertura interpretado pela banda 'Sin Bandera', a abertura por si só era perfeita e junto com o tema ficaram eternizadas na mente do público.

Nessa questão de ambientação a novela só teve algo irregular, que foi justamente algo que Carla já havia pecado em sua novela anterior 'Manancial': a iluminação. Esse ponto não foi um desastre como muitas pessoas gostam de pintar, mas algumas cenas estavam escuras demais e isso causava certo desconforto.

Agora um dos maiores méritos do folhetim foi justamente a escalação do elenco, um dos melhores já montados dentro de uma produção, com isso os destaques certamente foram muitos.

Fernando Colunga e Adela Noriega em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A

A incrível Adela Noriega mais uma vez cativou o telespectador na pele de Matilde uma jovem que era obrigado a se casar pela mãe com um homem que não amava. O carisma de Adela junto com sua doçura em cena tornaram Matilde uma das melhores heroínas daquele momento, ao mesmo tempo que consagrava Adela como a melhor atriz da Televisa naquele período.

Curiosamente Adela não era a primeira opção para interpretar Matilde e sim Lucero que recusou para se dedicar a uma peça teatral e a divulgação de um novo álbum. Vale dizer que o folhetim marcaria muito que infelizmente a última parceria de Carla e Adela numa novela. Após 'Amor Real' a atriz atuou em mais duas novelas com produção de Salvador Mejía antes de abandonar as telas.

Fernando Colunga interpretou Manuel e teve nessa novela a melhor atuação de sua carreira, dirigido pela competente Mónica Miguel, o ator conseguiu se livrar de certos exageros que carregava consigo e pode provar nesse folhetim que era mais do que um rosto bonito.

Mauricio Islas viveu Adolfo e também esteve muito bem no papel, o enredo que o cercava tornava seu personagem bem comovente, fazendo com que ganhasse a admiração do público também. Após essa novela o ator deixou a Televisa e assinou com a Telemundo, sendo vetado da empresa por isso. Por sinal, ele está cotado para retornar a emissora mexicana esse ano para viver um dos papéis principais da nova versão de 'O Privilégio de Amar' novamente ao lado de Carla Estrada.

Diria que Carla foi bastante ousada a escalar Mauricio Islas nesse papel, uma vez que em sua novela anterior 'Manancial, Adela e Mauricio viveram os protagonistas da obra e ambos haviam conquistado bastante o público, isso poderia ter atrapalhado e muito o romance entre Manuel e Matilde, sorte que a química entre Adela e Fernando em cena era gigantesca.

Mauricio Islas em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A

Dentre os coadjuvantes muitos foram os destaques, a começar por Ernesto Laguardia como Humberto, irmão de Matilde e Mariana Levy na pele da desajeitada Josefina, que viviam um casal que agradou e muito os telespectadores. Essa foi a última novela que Mariana atuou, já que infelizmente a atriz faleceu em 2005 vítima de um infarto.

Ana Martín brilhou na pele da abalada Rosário a verdadeira mãe de Manuel. A sempre competente Ana Bertha Espín teve nesse folhetim um dos melhores personagens de sua carreira na pele da cativante tia Prudência.

Maya Mishalska esbanjou sensualidade como a francesa Marianne, uma golpista bastante sedutora. Kika Edgar na pele da sofrida Catarina emocionou o público com uma jovem que sofria de tuberculose. A reta final ainda contou com a participação mais do que especial das atrizes Leticia Calderón e Maria Sorté como Hanna e Rosaura respectivamente, os papéis estavam abaixo da capacidade de ambas, mas elas pegaram e arrasaram.

Não vejo algum ator ou atriz que tenha atuado de forma ruim pra destacar aqui especificamente. Contudo destaco o péssimo aproveitamento da ótima atriz Chantal Andere como a vilã Antônia, acredito que ficou faltando um desenvolvimento melhor para a personagem, esse por sinal foi um dos personagens mais sem brilho da carreira de Chantal. Helena Rojo é uma atriz que dispensa apresentações, mas assim como aconteceu com Chantal, acredito que também faltou um desenvolvimento melhor para sua personagem Augusta.

Fernando Colunga em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A

No Brasil foi exibida pelo SBT entre 5 de janeiro e 17 de maio de 2004 em 96 capítulos. Fez sucesso fechando com uma média de oito pontos e acredito que não foi melhor porque foi exibida num horário ingrato. Assim como outros folhetins de sucesso a novela nunca foi reprisada pelo SBT.

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Nos Prêmios TVyNovelas de 2004 a telenovela recebeu doze indicações vencendo em oito categorias, incluindo melhor novela, atriz e ator.

Adela Noriega em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A


No geral, 'Amor Real' foi uma novela encantadora. Apresentou uma superprodução de ótimo gosto, com um elenco encantador, um história cativante que te prendia em frente a televisão e o principal elemento que uma boa produção de época pode apresentar: uma grande história de amor. Podemos falar sem medo algum que 'Amor Real' é um dos maiores clássicos da Televisa. Enfim, uma novela feita para ficar na história.


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