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A Cor da Paixão: Um drama familiar rodeado de suspense, em uma das novelas mais esperadas pelo público do SBT


Claudia Ramírez, Erick Elías e Esmeralda Pimentel em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A


Após encerrar sua parceria com a produtora Giselle González, Roberto Gómez Fernández voltava a assumir individualmente o cargo de produtor executivo de uma novela. Ele então decidiu apostar em uma história inédita e mais densa para o horário das 18:00 da tarde na Televisa. Nesse momento Roberto não produziria apenas um dos grandes sucesso de 2014, mais uma das obras mais audaciosas da Televisa que acabou ficando marcada pela sua incrível história, seus ótimos personagens e por seu ritmo frenético.

Hoje vamos falar sobre essa novela impactante de 2014 que é uma das tramas mais pedidas pelo público da emissora de Silvio Santos para exibição no SBT: 'A Cor da Paixão' (El Color de la Pasión).

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Ximena Romo, Claudia Ramírez, René Strickler, Esmeralda Pimentel e Eugenia Cauduro em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A


Adriana é uma mulher casada com Alonso Gaxiola, dono de uma fábrica de Talavera, e suas duas irmãs vivem com eles. Um casamento sólido, onde tudo parece maravilhoso, porque não se dão conta que Rebeca é uma mulher caprichosa, e com suficiente inteligência para passar na frente de todos como um verdadeiro anjo; só Magdalena conhece os defeitos de sua irmã menor e suspeita de suas intenções.

Rebeca sempre esteve secretamente apaixonada por Alonso, e por isso inveja profundamente Adriana; esse sentimento se converte em ódio ao descobrir que sua irmã se converterá em mãe. Por sua parte, Magdalena vive uma tragédia, pois seu noivo desaparece no dia de seu casamento, graças a uma armação de Rebeca. Sem poder enfrentar a situação, se reclui em um convento. Adriana descobre a paixão que Rebeca sente por Alonso e começam a discutir fortemente. Na confusão, Adriana sofre um acidente ao cair do alto da escada. Ela morre no hospital, porém o bebê se salva. Depois da tragédia, Alonso se apega a sua filha Lúcia como único consolo e Rebeca aproveita a situação.

A história avança 24 anos depois do terrível acidente. Alonso e Rebeca estão casados. Ela se converteu em uma verdadeira mãe para Lúcia, e não só isso, também é a melhor esposa do mundo, é uma verdadeira dama. O casal tem uma segunda filha, Nora, de 22 anos; ela é frívola, caprichosa e manipuladora, que sempre sentiu inveja de Lúcia.

Rebeca está cheia de frustrações, pois sabe que nunca terá o amor completo de Alonso, por isso tem relações extraconjugais com um rapaz bem mais novo chamado Federico. Cansada de manter o caso, Rebeca decide terminar seu romance com o jovem, que fica arrasado. Triste com o fim do seu romance com Rebeca, Federico se suicida frente a ela. Assustada, ela pretende retomar sua vida como se nada houvesse acontecido, no entanto, não sabe que a família dele, principalmente seu irmão Marcelo, querem chegar ao fundo deste assunto.

Marcelo se dirige a Puebla e não tarda muito em averiguar o seio da família Gaxiola Murillo com o intuito de descobrir o segredo que há detrás da morte de seu irmão. Em seu afã de vingança, habilmente se relaciona com eles e, sem dar-se conta, vai se apaixonado por Lúcia, que primeiro o rejeita e pouco a pouco o vai aceitando. As intrigas e problemas continuam, os mal entendidos também; o passado parece que regressa e envolve o presente. As tragédias são o pão de cada dia nesta família, onde o oculto, como sempre acontece, vai saindo a luz. Lúcia parece morta em vida, a possível felicidade partiu sem um aparente rumo, uma felicidade que só ela pode construir.

Erick Elías e Esmeralda Pimentel em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A


'A Cor da Paixão' (El Color de la Pasión) foi desde o princípio uma novela cativante, graças as boas doses de intrigas e mistérios que os roteiristas conseguiram incorporar na trama e tudo isso alinhado a personagens extremamente bem desenvolvidos, era impossível não fazer sucesso. O folhetim apesar de lembrar levemente as novelas 'Capricho' de 1993 e 'A Mentira' de 1998, em nenhum momento tentou ser um remake das obras citadas, tendo identidade própria. 

A trama tem um ritmo muito bom, entrelaçando sempre algum segredo que pode mudar rapidamente o rumo de todos os personagens. É ótima a forma como os roteiristas conseguiram levar a história, de uma maneira muito natural e estruturada, sem "encher linguiça" e sem deixar perguntas abertas. 

A produção de Roberto Gómez Fernández esteve impecável, o produtor conseguiu fazer uma obra bem moderna e que estava super adequada na realidade do ano de 2014. As questões técnicas como figurino, cenários, penteados também estavam ótimos, com destaque para a ótima trilha sonora e pro belíssimo tema de abertura 'Hoy Es Un Buen Día' interpretado pelo grupo Río Roma.

A direção de cena a cargo de Francisco Blanco e Juan Pablo Blanco foi simplesmente memorável, os dois foram responsáveis por cenas extremamente bem feitas e conduzidas, a do suicídio de Nora, por exemplo, estava perfeita. Se uma cena desse porte tivesse caído em mãos erradas a gente bem sabe o que aconteceria...

A escalação do elenco foi incrível, todos os atores da obra conseguiram se destacar positivamente nesse folhetim, cada um brilhando em seu respectivo personagem. Vale destacar a perfeita escalação dos atores mais jovens na primeira fase, todos muito semelhantes com os atores que viriam a interpretar seus personagens na segunda fase. Se fosse novela de Salvador Mejía ou Nathalie Lartilleux, a gente já sabe a palhaçada que teria rolado nessa situação.

Esmeralda Pimentel, René Strickler, Claudia Ramírez e Ximena Romo em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A


Após se destacar em 'Abismo de Paixão' e 'De Que Te Quiero, Te Quiero', a bela Esmeralda Pimentel ganhava sua primeira protagonista na Televisa e se saiu muito bem na pele de Lucía, uma jovem que perdeu sua mãe no parto e que passa a viver cercada de mentiras pela tia e por sua meia-irmã. Aqui a atriz pode construir uma mocinha bem simpática que ganhava a admiração do público logo de cara, Lucía parecia uma jovem frágil, mas na verdade ela tinha muita força para enfrentar todos as intrigas de sua família.  

Para viver o galã da história o produtor trouxe o maior crush da nossa colunista @Lorenapaixxao: Erick Elías. Ele que havia se destacado como o vilão de 'Porque El Amor Manda' recebia uma nova oportunidade, agora como protagonista na emissora mexicana e esteve super competente na pele de Marcelo, um homem que quer a todo custo descobrir os mistérios que cercam a morte de seu irmão Frederico. Aqui Erick pode usar todo seu carisma pra cativar o telespectador e se saiu muito bem como Marcelo, mostrando ter uma boa carga dramática para viver personagens mais densos. 

A química que Esmeralda e Erick tiveram em cena foi arrebatadora, formando um dos pares mais bonitos daquele ano. 

Claudia Ramírez em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A



Para viver a grande antagonista da obra o produtor trouxe de volta a Televisa a atriz Claudia Ramírez que estava afastada das novelas da rede à 18 anos desde sua participação na novela 'Sigo te Amando' em 1996.

Claudia foi sem sombra de dúvidas o maior destaque da novela. A atriz encarou uma personagem muito complexa de uma maneira formidável, construindo uma mulher cheia de falhas, mas bastante humana também. Rebeca podia ser má, audaciosa, fria, mas também tinha sentimentos, não enxergo nela, por exemplo, necessariamente uma vilã, pois a personagem de fato gostava da sua filha, não matou sua irmã porque quis, além de ter sentido muito a morte de seu amante, onde a atriz fez uma sequência de cenas onde conseguiu transmitir tudo o que estava sentido para o telespectador. As cenas na qual sofre com a morte de Nora e a que se suicida foram simplesmente incríveis, só uma atriz com o porte de Claudia conseguiria transmitir uma veracidade dramática de uma maneira tão natural.

Acredito que a maneira para entender o que aconteceu para Rebeca ter se tornado essa pessoa má, estaria no fato da trama apresentar flashbacks precisos da infância dela. Acho que nisso teríamos a chave para saber o que de fato aconteceu com ela.

Eugenia Cauduro, Claudia Ramírez e Ximena Romo em cena da novela - Créditos: Televisa S.A


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A jovem Ximena Romo deu vida a Nora a filha de Rebeca com Alonso e simplesmente arrasou com uma personagem repleta de nuances, que movimentou a história de uma forma eletrizante. Sofrendo de bipolaridade, Nora era uma versão mais jovem de Rebeca só que transtornada. As cenas nas quais ela corta seus pulsos, atira em Lúcia, mata Ricardo e por fim a que ela se mata se jogando da sacada da mansão foram simplesmente perfeitas, só uma atriz com grandes habilidades dramáticas teria feito elas de forma tão precisa, trabalho que Ximena fez com maestria. Lamento que a carreira de Romo não tenha decolado em solo mexicano como esperado.

Ainda no campo das vilanias destaco Moisés Arizmende como Amador um homem realmente detestável, movido pela inveja que sente de Alonso e que é capaz de passar por cima de tudo e de todos para atingir seus objetivos.


René Strickler deu vida a Alonso o pai de Lúcia e mostrou serviço em cena como um homem de bom coração, mas bastante reprimido e que após a morte da primeira esposa perdeu o gosto por tudo, tendo como única alegria apenas a presença das filhas. Aqui René usou todo seu carisma para comover o público, chamando muito a atenção de todos com uma atuação contida, mas que transbordava emoção. 

Eugenia Cauduro esteve competente (como de praxe) na pele de Magdalena a outra irmã de Rebeca e Adriana e que desde o princípio sabia das atitudes da primeira. A atriz esteve ótima com uma personagem de muito caráter e que encantava o telespectador com toda sua bondade e na maneira que ela moldava sua relação com Lúcia.

 
Elenco em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A


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A grande atriz Helena Rojo mais uma vez mostrou serviço em cena como Milagros, a mãe de Marcelo, uma mulher que ficou amargurada após a morte de seu outro filho e que queria controlar a vida de Marcelo, a personagem também tinha toques de vilania. Angelina Paláez esteve muito cativante na pele de Rafaela a babá de Marcelo, conquistando e emocionando o público com sua ótima performance.

Luis Couturier e Patricia Reys Spíndola viveram o casal Nazário e Trini respectivamente e encantaram o telespectador com a grande sintonia que tiveram em cena, apesar de se amarem muito, ambos sofriam pelo fato de nunca conseguirem terem filhos. Lamenta-se a saída precoce de Trini na novela, após a mesma ser assassinada em uma sequência repleta de emoção.

Ainda se destacaram Pablo Valetín como Mário um homem que se apaixona por Magdalena, formando um lindo par com ela, Arcelia Ramírez como Sara, uma médica que se envolve amorosamente com Alonso, Ilse Ikeda como Lety a melhor amiga de Lúcia com quem tem uma grande relação e Natalia Guerrero como Daniela, ex-namorada de Marcelo e obcecada por ele.

Elenco da primeira fase em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A



No Brasil, El Color de la Pasión estava sendo exibida pela primeira vez através do canal TLN Network desde o dia 26 de agosto de 2019, porém, foram exibidos apenas os 5 primeiros capítulos e a novela foi cancelada por 'restrição geográfica', segundo a própria Televisa. Esse foi sem dúvida um dos maiores tombos que nós noveleiros já sofremos. 

Quanto a uma possível exibição no SBT acredito que a novela tem todos os ingredientes para fazer sucesso aqui. Entretanto a gente bem conhece a emissora da família brasileira e se for pra exibir a novela repleta de cortes é melhor deixar quieto, pois caso a trama seja muito cortada, deve ficar bastante incompreensível para o público. 

Nos Prêmios TVyNovelas de 2015 a obra recebeu 13 nomeações e sabem quantas indicações ela venceu? NENHUMA. Isso mesmo que você leu, uma novela incrível dessas saiu com uma mão na frente e outra atrás da premiação e o mais triste de tudo foi ver Claudia Ramírez nessa performance inesquecível perder o prêmio de melhor vilã para a atuação caricata de Daniela Castro em 'O Que a Vida Me Roubou', algo que francamente nunca vou entender. 

Erick Elías e Esmeralda Pimentel em foto promocional da novela - Créditos: Televisa S.A


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No geral, 'A Cor da Paixão' (El Color de la Pasión) foi uma novela fantástica, que teve uma boa história, uma trama ágil, repleta de bons personagens e com uma direção de cena de tirar o chapéu. O folhetim é um daqueles que depois que terminamos de assistir não conseguimos tirar da nossa mente, uma novela que recomendo com toda certeza a você caro(a) leitor(a) que ainda não tenha conferido essa grande história. 


 

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